Carta Maior, 20/04/2016
EUA agem nas sombras pelo golpe; Rússia joga às claras pela legalidade
Por Jeferson Miola
É intrigante a política silenciosa e leniente do Barack Obama em relação
à tentativa de golpe de Estado no Brasil. Os Estados Unidos jamais são
indiferentes à realidade interna da mais minúscula nação do mundo; menos
indiferentes ainda seriam em relação ao Brasil.
Ao contrário desta aparente indiferença, os EUA são mega-interessados no Brasil: uma grande potência agrícola, natural, industrial, energética, mineral; grande potência petroleira, financeira e, além disso, uma potencial potência bélica do planeta que exerce importante influência geopolítica em toda a região.
Por interesse nesses atributos brasileiros, os EUA agem a favor da dinâmica golpista que poderá substituir a trajetória de independência e de soberania nacional iniciada em 2003 no Brasil, por um destino de dependência e re-colonização.
Ainda que seja difícil hoje comprovar – coisa que em breve algum wikileaks fará –, a presença norte-americana na preparação e ambientação golpista se deu [e continua se dando] de formas invisíveis: dinheiro para financiar ONGs e movimentos suspeitos surgidos em especial em 2013, apoio à guerra cibernética, construção de imagem desfavorável do governo no exterior, coordenação midiática internacional de ataques, projeção de estereótipos militantes etc.
É uma presença silenciosa, porém muito corrosiva, muito subterrânea, muito entranhada; uma participação mais imperceptível que aquela que tiveram no golpe de Estado de 1964 e na sustentação da ditadura militar; mas nem por isso menos estratégica.
Eventos dessa natureza – conspirações engendradas em golpes de Estado – são ultra-secretos; por óbvio não ficam expostos sobre a mesa. Da mesma forma que outros eventos impactantes em que os EUA estiveram implicados no passado no Brasil e na América Latina, detalhes e informações acerca dos atuais acontecimentos serão descobertos e revelados no futuro.
Neste contexto, chama a atenção a viagem aos EUA entre os dias 18 e 20 de abril do senador tucano Aloysio Nunes Ferreira, que não é em missão oficial da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, que ele preside no Senado Federal.
Em reportagem a esse respeito, o jornalista Glenn Greenwald disse que a “viagem de Nunes [Senador Aloysio] a Washington foi divulgada como ordem do próprio Temer, que está agindo como se já governasse o Brasil.
Temer está furioso com o que ele considera uma mudança radical e
altamente desfavorável na narrativa internacional, que tem retratado o
impeachment como uma tentativa ilegal e anti-democrática da oposição,
liderada por ele, para ganhar o poder de forma ilegítima.
O pretenso presidente enviou Nunes para Washington, segundo a Folha, para lançar uma ‘contraofensiva de relações públicas’ e combater o aumento do sentimento anti-impeachment ao redor do mundo, o qual Temer afirma estar ‘desmoraliz[ando] as instituições brasileiras’. Demonstrando preocupação sobre a crescente percepção da tentativa da oposição brasileira de remover Dilma, Nunes disse, em Washington, ‘vamos explicar que o Brasil não é uma república de bananas’. Um representante de Temer afirmou que essa percepção ‘contamina a imagem do Brasil no exterior’ ”.
Enquanto Obama e os cônsules dos interesses norte-americanos no Brasil labutam pelo golpe – seja silenciosamente, seja abertamente – o governo da Rússia, através da sua Chancelaria, expressa de maneira clara sua posição sobre a tentativa de golpe no Brasil:
“Observamos atentamente o agravamento da situação no Brasil, surgido por causa da decisão tomada pela câmara baixa do Congresso Nacional de iniciar o impeachment da presidente do país. A Rússia está ligada com o Brasil por laços de parceria estratégica, por uma experiência bem-sucedida de cooperação em várias plataformas — ONU, G20, BRICS. Esperamos que os problemas que possam surgir neste período complexo para nosso parceiro sejam solucionados no âmbito do Direito Constitucional, sem intervenções externas.” [Agência Sputnik Brasil].
O governo russo, quando proclama o direito à soberania do Brasil para resolver seus problemas “no âmbito do Direito Constitucional, sem intervenções externas”, obviamente não está se referindo ao risco de interferência externa no Brasil pela Bolívia, pelo Paraguai, pelo Uruguai, por Mali, por Uganda, Morávia etc.
O golpe de Estado não fere de morte apenas a democracia, mas compromete o destino e o futuro do Brasil. Os golpistas querem seqüestrar o Brasil, para voltar a transformá-lo na Casa Grande de uma oligarquia que tem como seus heróis, dentre outros seres abjetos, Eduardo Cunha, Paulo Maluf, Sérgio Moro, Jair Bolsonaro, Rodrigo Janot, Gilmar Mendes, Aécio Neves, FHC, Michel Temer, Tiririca ...
Pobres e miseráveis golpistas!
Ao contrário desta aparente indiferença, os EUA são mega-interessados no Brasil: uma grande potência agrícola, natural, industrial, energética, mineral; grande potência petroleira, financeira e, além disso, uma potencial potência bélica do planeta que exerce importante influência geopolítica em toda a região.
Por interesse nesses atributos brasileiros, os EUA agem a favor da dinâmica golpista que poderá substituir a trajetória de independência e de soberania nacional iniciada em 2003 no Brasil, por um destino de dependência e re-colonização.
Ainda que seja difícil hoje comprovar – coisa que em breve algum wikileaks fará –, a presença norte-americana na preparação e ambientação golpista se deu [e continua se dando] de formas invisíveis: dinheiro para financiar ONGs e movimentos suspeitos surgidos em especial em 2013, apoio à guerra cibernética, construção de imagem desfavorável do governo no exterior, coordenação midiática internacional de ataques, projeção de estereótipos militantes etc.
É uma presença silenciosa, porém muito corrosiva, muito subterrânea, muito entranhada; uma participação mais imperceptível que aquela que tiveram no golpe de Estado de 1964 e na sustentação da ditadura militar; mas nem por isso menos estratégica.
Eventos dessa natureza – conspirações engendradas em golpes de Estado – são ultra-secretos; por óbvio não ficam expostos sobre a mesa. Da mesma forma que outros eventos impactantes em que os EUA estiveram implicados no passado no Brasil e na América Latina, detalhes e informações acerca dos atuais acontecimentos serão descobertos e revelados no futuro.
Neste contexto, chama a atenção a viagem aos EUA entre os dias 18 e 20 de abril do senador tucano Aloysio Nunes Ferreira, que não é em missão oficial da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, que ele preside no Senado Federal.
O pretenso presidente enviou Nunes para Washington, segundo a Folha, para lançar uma ‘contraofensiva de relações públicas’ e combater o aumento do sentimento anti-impeachment ao redor do mundo, o qual Temer afirma estar ‘desmoraliz[ando] as instituições brasileiras’. Demonstrando preocupação sobre a crescente percepção da tentativa da oposição brasileira de remover Dilma, Nunes disse, em Washington, ‘vamos explicar que o Brasil não é uma república de bananas’. Um representante de Temer afirmou que essa percepção ‘contamina a imagem do Brasil no exterior’ ”.
Enquanto Obama e os cônsules dos interesses norte-americanos no Brasil labutam pelo golpe – seja silenciosamente, seja abertamente – o governo da Rússia, através da sua Chancelaria, expressa de maneira clara sua posição sobre a tentativa de golpe no Brasil:
“Observamos atentamente o agravamento da situação no Brasil, surgido por causa da decisão tomada pela câmara baixa do Congresso Nacional de iniciar o impeachment da presidente do país. A Rússia está ligada com o Brasil por laços de parceria estratégica, por uma experiência bem-sucedida de cooperação em várias plataformas — ONU, G20, BRICS. Esperamos que os problemas que possam surgir neste período complexo para nosso parceiro sejam solucionados no âmbito do Direito Constitucional, sem intervenções externas.” [Agência Sputnik Brasil].
O governo russo, quando proclama o direito à soberania do Brasil para resolver seus problemas “no âmbito do Direito Constitucional, sem intervenções externas”, obviamente não está se referindo ao risco de interferência externa no Brasil pela Bolívia, pelo Paraguai, pelo Uruguai, por Mali, por Uganda, Morávia etc.
O golpe de Estado não fere de morte apenas a democracia, mas compromete o destino e o futuro do Brasil. Os golpistas querem seqüestrar o Brasil, para voltar a transformá-lo na Casa Grande de uma oligarquia que tem como seus heróis, dentre outros seres abjetos, Eduardo Cunha, Paulo Maluf, Sérgio Moro, Jair Bolsonaro, Rodrigo Janot, Gilmar Mendes, Aécio Neves, FHC, Michel Temer, Tiririca ...
Pobres e miseráveis golpistas!
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