http://blogs.estadao.com.br/
Estadão.com, 29/09/2014
Volta ao seu tamanho original
Por Dener Giovanini
Faltando
poucos dias para a derradeira escolha dos eleitores brasileiros, uma
tendência se consolida a cada divulgação de novos números das pesquisas:
Marina Silva cai, despenca, rola ladeira abaixo. E o motivo para tanto
desencanto dos eleitores não são as críticas de seus adversários ou a
orquestração de uma “campanha de desconstrução” como bradam seus
aliados. Marina Silva cai por uma única razão: saco vazio não para em
pé.
A candidata do PSB não subiu nas
pesquisas por que tinha propostas interessantes ou por que tinha poder
de mobilizar grandes massas de seguidores entusiasmados. Marina só subiu
porque o avião caiu. Se não fosse o triste acidente que ceifou a vida
de Eduardo Campos, hoje Marina Silva estaria em casa costurando a barra
de suas saias, como mostrou a imagem vazada por sua campanha, na
tentativa de maquiá-la como uma mulher simples e humilde.
Humildade e simplicidade nunca fizeram
parte da personalidade de Marina Silva. E o eleitor percebeu isso ao
longo dessa campanha. Nem a sua tentativa de se mostrar como “a ungida”
funcionou. Seus xales messiânicos, usados como adereço de fantasia de
escola de samba, não conseguiram cumprir o seu papel de capa da mulher
maravilha.
Marina Silva despenca porque, na sua
tentativa de agradar a gregos e troianos, só conseguiu semear
desconfiança, contradições e falsidades. Nessa campanha todos sabem o
que exatamente pensam Luciana Genro, Aécio, Dilma, Eduardo Jorge, Pastor
Everaldo e até o infame Levy Fidelix. Marina segue sendo uma incógnita.
A desconstrução da candidata do PSB é
real e é capitaneada pela própria Marina Silva. Em seus “disse e não
disse”, em suas contradições, em suas idas e vindas, em suas mentiras
(vide o caso da votação da CPMF no Senado) e, principalmente, em suas
constantes submissões a grupos que antes dizia combater, mostraram-na
como realmente é: um saco vazio.
Ela se diz vítima da falta de tempo na
TV. Os dois minutos a que tem direito pela legislação eleitoral não a
impediram de crescer nas pesquisas. Crescer ela cresceu, só não se
sustentou. E não se manteve em ascensão por que seus pés de barro
ruíram.
A história de vida de Marina Silva lembra
o roteiro do filme “A mão do macaco”, onde essa parte da anatomia dos
símios era dada de presente às pessoas com o objetivo de realizar seus
desejos. E toda vez que alguém recebia a tal “mão” e desejava algo, ele
se concretizava. Só que de forma trágica. Lembro-me de uma cena em que
um empresário falido e desesperado “pediu” à mão que o ajudasse a
conseguir um milhão de dólares. No mesmo instante, o avião em que
viajava a mãe do empresário caiu e ele recebeu exatamente um milhão de
dólares do seguro de vida da pobre senhora.
Marina Silva é como um tsunami. Eles
surgem do desequilíbrio na harmonia natural da vida e deixam marcas de
destruição por onde passam. Assim foi sua passagem pelo PT, pelo PV,
está sendo agora no PSB e assim será em qualquer outra agremiação
partidária que se deixar iludir. E também assim como todos os Tsunamis,
sempre acabará na praia, em meio aos entulhos e o desespero daqueles que
conseguiram sobreviver.
E o saco vazio continuará seguindo a esmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário