terça-feira, 30 de setembro de 2014

EUA intensificam renovação do arsenal de armas nucleares




http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2014/09/1524209-eua-intensificam-renovacao-do-arsenal-de-armas-nucleares.shtml


Folha.com, 30/09/2014

EUA intensificam renovação do arsenal de armas nucleares



WILLIAM J. BROAD
DO "NEW YORK TIMES", EM KANSAS CITY
DAVID E. SANGER
DO "NEW YORK TIMES", EM WASHINGTON




Uma nova e ampla fábrica em Kansas City, no Missouri, produz as entranhas mecânicas das ogivas atômicas dos Estados Unidos.
Maior que o Pentágono, cheia de equipamentos futuristas e milhares de trabalhadores, a fábrica, inaugurada em agosto, moderniza as armas envelhecidas que o país pode disparar de mísseis, bombardeiros e submarinos. 


National Nuclear Security Administration/The New York Times





Obama expandiu instalações para produção de armas nucleares, como o Complexo Y-12, no Tennessee



Ela faz parte de uma onda nacional de revitalização atômica que inclui planos de uma nova geração de veículos para transporte de armamentos. Um recente estudo federal calculou o preço total em US$ 1 trilhão (R$ 2,4 trilhões) nas próximas três décadas.
Essa expansão ocorre sob um presidente que fez do desarmamento um dos principais objetivos da política de defesa americana.
A ideia era que uma reconstrução modesta do complexo nuclear decadente do país acelerasse a reposição de armas, aumentando a confiabilidade do arsenal e abrindo caminho para tratados que reduziriam de maneira significativa o número de ogivas nucleares.
Em vez disso, por causa de acordos políticos e de crises geopolíticas, o governo Obama está se envolvendo em uma extensa reconstrução atômica, enquanto consegue apenas uma modesta redução de armamentos.
Com a Rússia no rumo bélico, a China pressionando com suas reivindicações territoriais e o Paquistão expandindo seu arsenal, as chances gerais para o legado de desarmamento do presidente Obama parecem cada vez mais tênues, segundo analistas.
O Congresso manifestou menos interesse nas reduções atômicas do que em parecer firme no confronto crescente entre os governos de Washington e Moscou.
"O modificador de jogo mais fundamental é a invasão da Ucrânia por Putin", disse Gary Samore, principal assessor nuclear de Obama em seu primeiro mandato e hoje professor em Harvard. "Ela tornou politicamente impossível qualquer medida para uma redução unilateral do arsenal."
Isso é ótimo para os "falcões". Eles creem que os investimentos colocam os EUA em posição mais forte em caso de uma nova corrida armamentista. Na verdade, as fábricas que Obama aprovou para uma força menor de armas mais precisas e confiáveis poderia, sob outro presidente, permitir a rápida expansão do arsenal.
No final, porém, a realidade orçamentária pode ter mais força que as filosofias nucleares para conter a escalada atômica. "Não há dinheiro suficiente", disse Jeffrey Lewis, do Instituto de Estudos Internacionais em Monterey, especialista no esforço de modernização. "Será um fracasso."
Em relatórios abertos e secretos para o Congresso, Obama expôs seus planos de renovação atômica, cujo custo o Departamento de Orçamento do Congresso estimou em US$ 355 bilhões (R$ 852 bilhões) nos próximos dez anos. Mas esse é apenas o início.
O preço vai disparar depois de dez anos, quando mísseis, bombardeiros e submarinos feitos no século passado chegarem ao fim de suas vidas úteis e forem construídos substitutos.
O principal trabalho na fábrica de Kansas City, que substitui uma instalação mais antiga que era constantemente inundada, é prolongar a vida de uma ogiva de submarino chamada W-76, que já tem 40 anos. Aproveitando milhares de peças, os trabalhadores tentam fazê-la durar 60 anos - o triplo do planejado originalmente.
Mas, se a fábrica de Kansas City é a joia da coroa no esforço de modernização, outros projetos são o lembrete de que muitos bilhões ainda deverão ser gastos.
No Laboratório Nacional Los Alamos, no Novo México, berço da bomba atômica, planos de um novo complexo para produzir combustível de plutônio surgiram há uma década, com orçamento de US$ 660 milhões (R$ 1,58 bilhão).
Mas grupos antinucleares divulgaram detalhes embaraçosos, como a descoberta de uma falha geológica no local. O custo estimado disparou para US$ 5,8 bilhões (R$ 13,9 bilhões), e em 2012 o Obama suspendeu o projeto.
E o custo de um projeto de atualização do Complexo de Segurança Nacional Y-12 em Oak Ridge, no Tennessee, subiu de US$ 6,5 bilhões (R$ 15,6 bilhões) para US$ 19 bilhões (R$ 45,6 bilhões). O governo Obama suspendeu o projeto, e o laboratório está lutando para modificá-lo.
A diferença gritante entre planos de trilhões de dólares e orçamentos apertados começa a chamar a atenção de Washington.
Uma nova geração de mísseis, bombardeiros e submarinos "é impraticável", declarou em julho um painel independente bipartidário encomendado pelo Congresso e o Departamento da Defesa. O investimento total, segundo o painel, "provavelmente sairia às custas de melhoramentos necessários nas forças convencionais".
Em agosto, a Casa Branca anunciou que revisaria os planos de gastos atômicos, preparando-se para o pedido de orçamento do ano que vem ao Congresso, que definirá os gastos federais para o ano fiscal de 2016.
"Este é o orçamento do legado de Obama", disse uma autoridade graduada, sob a condição do anonimato por causa da delicadeza política do tema. "É sua última chance de fazer as opções difíceis e definir prioridades."

Tradução de LUIZ ROBERTO GONÇALVES


http://prof-adjr.blogspot.com.br/2012/02/arsenal-nuclear-cabe-as-nacoes-mais.html




Arsenal Nuclear
Cabe às nações mais armadas do mundo zelar pela paz na Terra. Pode parecer estranho, mas os 5 países com direito a veto no Conselho de Segurança da ONU são exatamente os únicos capazes de atingir qualquer parte com suas armas nucleares. EUA, China e Rússia têm mísseis intercontinentais, os temidos ICBMs. França e Reino Unido reúnem a força em submarinos, capazes de se deslocar pelo mar em busca de alvos. O clube, porém, tem outros sócios. Israel, Paquistão e Índia já têm suas bombas.Coréia do Norte e Irã fazem pesquisas e podem estar chegando lá. Tudo em nome da paz mundial, é claro.
 
EUA
Ninguém investe mais em armas nucleares: são US$ 6,4 bilhões por ano.
Ogivas operacionais:5 235
Principal míssil: Minuteman 3
Poder de destruição:3 ogivas de 335 quilotons
Lançamento: Em 1 min
Velocidade: 24 000 km/h
Alcance: 10 000 km
Tempo para impacto: Pequim: 23 min / Moscou: 20 min
 
Rússia
Tem o melhor míssil do mundo, impossível de ser interceptado.
Ogivas operacionais:3 500
Principal míssil: Topol-M
Poder de destruição:1 ogiva de 550 quilotons
Lançamento: Em 2 min
Velocidade: 24 000 km/h
Alcance: 10 500 km
Tempo para impacto: Nova York: 20 min / Los Angeles: 26 mm
 
China
Sem bases no exterior, o país teve de construir o míssil com maior alcance.
Ogivas operacionais: 130
Principal míssil: DF-5A
Poder de destruição: 1 ogiva de 4 000 quilotons
Lançamento: 45 a 60 min
Velocidade: 24 000 km/h
Alcance: 13 000 km
Tempo para impacto: Washington: 31 min / Los Angeles: 28 min
 
França
83% de seu arsenal está em submarinos, que se aproximam dos alvos pelo mar.
Ogivas operacionais: 350
Principal míssil: M45
Poder de destruição: 6 ogivas de 100 quilotons
Lançamento: Em até 15 min
Velocidade: 12 000 km/h
Alcance: 6 000 km
Tempo para impacto: Depende da localização do submarino.
 
Reino Unido
Os 4 submarinos Vanguard são as únicas bases de lançamento britânicas.
Ogivas operacionais: 200
Principal míssil: Trident 2 D5
Poder de destruição: 3 ogivas de 100 quilotons
Lançamento: Em até 15 min
Velocidade: 21 000 km/h
Alcance: 7 400 km
Tempo para impacto: Depende da localização do submarino.
 
Índia
Sabe-se pouco sobre seu arsenal, mas já fez testes nucleares bem-sucedidos.
Ogivas operacionais: Entre 40 e 50
Principal míssil: Agni 2
Poder de destruição: Testes mostram potência de até 25 quilotons.
Lançamento: Em 15 min
Velocidade: 11 000 km/h
Alcance: 2 500 km
Tempo para impacto: Islamabad: 4 min / Chongqing: 10 min
 
Paquistão
A fronteira com a Índia é um dos mais possíveis cenários de guerra nuclear.
Ogivas operacionais: Entre 30 e 50
Principal míssil: Shaheen 2
Poder de destruição: Testes mostram potência de até 12 quilotons.
Lançamento: Em 7 min
Velocidade: 12 240 km/h
Alcance: 2 500 km
Tempo para impacto: Nova Délhi: 3 min / Dhaka: 10 min
 
Israel
A política oficial é não negar nem confirmar a posse de armas nucleares.
Ogivas operacionais: 200
Principal míssil: Jericho 2
Poder de destruição: Não se sabe
Lançamento: Não se sabe
Velocidade: 10 800 km/h
Alcance: 1 500 km
Tempo para impacto: Teerã: 9 min / Cairo: 3 min

 
Coréia do Norte
Seu arsenal nuclear é um mistério.
Ogivas operacionais: Não se sabe
Principal míssil: Taepo Dong 1
Poder de destruição: Não se sabe
Lançamento: Não se sabe
Velocidade: 18 000 km/h
Alcance: 2 000 km
Tempo para impacto: Tóquio: 3,5 min / Okinawa: 5 min

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