sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Estratégia externa maior: minar a empresa por dentro

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http://www.aepet.org.br/site/noticias/pagina/8128/ACORDO-COLETIVO-UMA-TRAGDIA-ANUNCIADA


02/12/2011 


ACORDO COLETIVO: UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA

 
Por Fernando Siqueira 


O presidente da AEPET, Fernando Siqueira lamenta a aprovação da terceira proposta da Petrobrás e prevê uma perda para todos.” Todos perdem: os aposentados e pensionistas que, ilegalmente, vem seus benefícios achatados; os ativos por terem o seu salário-base comprimido em troca de um aumento fictício na RMNR (que não conta para a aposentadoria) e a Petrobrás.

Quando a FUP passou para o lado da Petrobrás e da Petros, por interesse pessoal dos seus dirigentes e contra os interesses da categoria, tomou várias atitudes prejudiciais aos petroleiros: 1) Ficou do lado das duas empresas durante o julgamento da Ação Civil Pública da 18ª Vara, que ela mesma havia impetrado junto com os Sindicatos; foi a favor do Acordo de Obrigações Recíprocas que gerou o calote da dívida de R$ 10 bilhões da Petrobrás para com a Petros; ajudou a induzir a opção pela repactuação em que os repactuados abriram mão de uma série de direitos conquistados em duras lutas da categoria. Assim, mais da metade dos petroleiros repactuou e passou a ter o seu aumento de benefício corrigido pelo IPCA, o pior de todos os índices. 

Em face dessas traições, ficou difícil para os não repactuados combaterem as fraudes salariais que vem ocorrendo sistematicamente. Petrobrás, Petros e FUP não querem deixar que a verdade aflore: se eles cumprirem as leis e os contratos, os não repactuados terão os aumentos iguais aos do pessoal da ativa. Então ficará claro para quem repactuou que foram vitimas de uma imensa covardia. Terão perdidos seus direitos e garantias à toa, pois os repactuados estariam tendo aumentos permanentemente superiores aos deles. A verdade iria aflorar explicitamente e seria o fim da FUP. Sem força na categoria, ela também perderia a perspectiva de novos cargos de gerência.

Portanto, essas ameaças de greve, as falácias de união com a Federação Nacional dos Petroleiros em favor da categoria é tudo encenação que vem se repetindo ano a ano. Ela sabe que os repactuados não têm o que fazer nas assembléias, pois para eles só resta o aumento pelo IPCA. Como os ativos são contemplados com a fraude salarial e recebem um aumento fictício na RMNR, acima do IPCA, eles não têm visão da fraude e perdem o interesse em defender o direito seus e dos aposentados. E vão para as assembléias se posicionar contra os aposentados abrindo uma imensa separação da categoria.

Todos perdem: os aposentados e pensionistas que, ilegalmente, vem seus benefícios achatados; os ativos por terem o seu salário-base comprimido em troca de um aumento fictício na RMNR (que não conta para a aposentadoria) e a Petrobrás, pois essas manobras fraudulentas levam a um achatamento salarial dos ativos de tal maneira que, hoje, o salário da Petrobrás é menor do que a metade do salário das grandes estatais. A ponto do salário inicial do engenheiro ficar abaixo do salário mínimo da categoria. Assim a Petrobrás se mantém, cada vez mais, na condição de treinadora de técnicos para as suas concorrentes.

Tudo isto faz parte de uma estratégia externa maior: minar a empresa por dentro. No passado a estratégia era desnacionalizar a Companhia. Ficou difícil, a população se manifestou contra a mudança para Petrobrax. Então se mudou a estratégia: implodir a categoria em vários pedaços: ativos, assistidos, repactuados, não repactuados, pós 82, pessoal de 78/79, terceirizados (310.000!). Assim se depreda uma empresa. Assim se enfraquece um País e se o mantêm como mero fornecedor de matéria prima. É PRECISO QUE A CATEGORIA E O POVO BRASILEIRO REAJAM. O ALVO É, CERTAMENTE, O DOMÍNIO DO PRÉ-SAL. O CARTEL ESTÁ POR TRÁS.

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