O Estadão.com, 06 de dezembro de 2011
Sonda Voyager 1 atinge limite do Sistema Solar e pode sair da heliosfera
Efe
Nasa/AP
A Voyager 1 já percorreu quase 18 bilhões de quilômetros no espaço
A sonda espacial Voyager 1, construção humana que se encontra mais afastada da Terra neste momento, entrou na fronteira de nosso Sistema Solar e pode chegar ao desconhecido espaço interestelar em questão de meses, informou na noite desta última segunda-feira, 5, a agência espacial americana Nasa.
Os cientistas esperam conhecer novos dados emitidos da Voyager 1 para confirmar o momento no qual a sonda, lançada em 1977, sairá da heliosfera, região aonde chegam as partículas energéticas emitidas pelo Sol e que protege os planetas das radiações do espaço exterior.
A Voyager já percorreu quase 18 bilhões de quilômetros e, segundo o comunicado da Nasa, poderia superar a barreira da heliosfera e a influência de seu campo magnético em "alguns poucos meses ou anos".
"Descobrimos que o vento solar é lento nesta região e sopra de forma errática. Pela primeira vez, até se movimenta para trás. Estamos viajando por um território completamente novo", disse Rob Decker, um dos responsáveis dos instrumentos de medição da sonda.
"Não deveríamos esperar muito para investigar como de verdade é o espaço entre as estrelas", indicou Ed Stone, cientista do projeto Voyager no Instituto Tecnológico de Pasadena (estado da Califórnia, EUA).
Os dados que indicam sua situação provêm dos sensores da sonda, que detectaram um aumento da intensidade do campo magnético, já que se encontra à beira da heliosfera, onde as radiações do espaço interestelar comprimem os limites da zona de influência do sol.
A Voyager 1, que também transporta uma mensagem sobre o homem e sua situação no universo, mede as radiações para determinar sua passagem pelas fronteiras do Sistema Solar.
Desde meados de 2010, a sonda detectou uma redução das partículas energéticas emitidas do Sol, que agora são duas vezes menos abundantes que nos cinco anos anteriores, enquanto detectou um fluxo 100 vezes maior de elétrons do espaço interestelar.
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Terra, 28/09/2011
Telescópio registra estrela gigante mil vezes maior que o Sol
Esta nova imagem é a melhor já obtida para uma estrela hipergigante
Foto: ESO/Divulgação
Astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) utilizaram o Very Large Telescope para obter imagens de uma estrela colossal pertencente a uma das mais raras classes de estrelas no universo, as hipergigantes amarelas. Esta nova imagem é a melhor já obtida para uma estrela desta classe e mostra pela primeira vez uma enorme concha dupla de poeira a rodear a hipergigante central. A estrela e a sua concha parecem-se com a clara de um ovo em torno da gema central, o que levou os astrônomos a darem-lhe o nome de Nebulosa do Ovo Frito.
A estrela monstruosa, conhecida pelos astrônomos como IRAS 17163-3907 tem um diâmetro cerca de mil vezes maior que o do Sol. A uma distância de cerca de 13 mil anos-luz da Terra, é a hipergigante amarela mais próxima de nós encontrada até hoje e as novas observações mostram que brilha cerca de 500 mil vezes mais intensamente do que o Sol.
"Sabia-se que este objeto brilhava intensamente no infravermelho mas, surpreendentemente, ninguém o tinha ainda identificado como uma hipergigante amarela", disse Eric Lagadec, líder da equipa que produziu estas novas imagens.
As observações da estrela e a descoberta das suas conchas envolventes foram feitas pela câmara infravermelha VISIR. As imagens obtidas são as primeiras que mostram claramente o material que rodeia a estrela e revelam claramente duas conchas quase perfeitamente esféricas.
Se a Nebulosa do Ovo Frito fosse colocada no centro do Sistema Solar, a Terra ficaria bem no interior da própria estrela e o planeta Júpiter orbitaria por cima da sua superfície. A concha muito maior que envolve a estrela englobaria todos os planetas, planetas anões e ainda alguns dos cometas que orbitam muito além da órbita de Netuno. A concha exterior tem um raio 10 mil vezes maior que a distância da Terra ao Sol.
As hipergigantes amarelas estão numa fase extremamente ativa da sua evolução, sofrendo uma série de eventos explosivos - esta estrela ejetou já quatro vezes a massa do Sol em apenas algumas centenas de anos. O material ejetado durante estas explosões formou a extensa concha dupla da nebulosa, a qual é constituída por poeira rica em silicatos misturada com gás.
Esta atividade mostra igualmente que a estrela deverá sofrer brevemente uma morte explosiva - será uma das próximas explosões de supernova na nossa Galáxia. As supernovas fornecem ao meio interestelar circundante muitos químicos necessários e as ondas de choque resultantes podem dar origem à formação de novas estrelas.
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