O melhor discurso de Obama enalteceu a guerrilheira
- Publicado em 21/03/2011
Para Obama, isso é um elogio
O Conversa Afiada seleciona trechos do melhor discurso de Obama no Brasil: o do Teatro Municipal, no Rio:
No Brasil, vocês lutaram durante duas décadas, durante a ditadura, pelo mesmo direito de ser ouvido, pelo direito de ser libertado do medo. E, ainda assim, durante anos, a democracia e o desenvolvimento demoraram a se instalar. E milhões sofreram.
Mas eu venho aqui hoje porque esses dias acabaram. O Brasil é uma democracia plena, um lugar onde as pessoas têm a liberdade de falar o que pensam e de escolher os seus líderes. Onde uma criança pobre de Pernambuco pode sair do chão de fábrica de cobre e chegar ao cargo mais alto do país.
O progresso do povo brasileiro inspirou o mundo. Mais da metade dessa nação é hoje em dia considerada de classe média, milhões foram retirados da pobreza. Pela primeira vez, a esperança está voltando para o lugar onde o medo costumava reinar. Eu vi isso hoje quando visitei a Cidade de Deus.
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E esse país não é mais o país do futuro. As pessoas do Brasil têm que saber que o futuro chegou: é hoje, e é o momento de abraçá-lo. Nossos países nem sempre concordaram em tudo. E, assim como muitas nações, teremos diferentes opiniões no futuro. Mas estou aqui para dizer que o povo americano não apenas reconhece o sucesso do Brasil. Nós torcemos pelo sucesso do Brasil!
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Vocês estão provando que a melhor maneira de atingir as metas de justiça social e inclusão social é através da democracia. A democracia é a maior parceira do progresso.
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Há décadas, justamente do lado de fora desse teatro, na Cinelândia, esse chamado por mudanças foi ouvido. Estudantes, artistas, políticos se uniram com faixas que diziam: “abaixo a ditadura, o povo no poder” . As aspirações democráticas só foram atingidas anos depois. Mas uma jovem que participou daquele movimento mudaria a História desse país para sempre.
Filha de imigrantes, sua participação no movimento a levou à prisão. Foi torturada pelo próprio governo. Logo, ela sabe o que é viver sem o direito mais básico pelo qual tantos estão lutando hoje. Mas ela também sabe o que é perseverar, o que é superar, pois hoje essa mulher é a presidente desta nação, Dilma Rousseff.
Esta guerrilheira que enfrentou a ditadura é a mesma que o Padim Pade Cerra descreveu no Clube da Aeronáutica, no Rio, numa reunião que ele fechou para a imprensa.
Foi um Golpe frustrado.É a mesma guerrilheira que a Folha tentou desconstruir com uma ficha policial falsa e a informação (falsa) de que ela pretendia sequestrar o Delfim Netto.
Essa guerrilheira é um exemplo para brasileiros e, agora se vê, para americanos.
Este Conversa Afiada espera que o Fernando Meirelles faça um “Cidade de Deus – II”, com a cidade pacificada.
A embaixada frustrada do Obama poderia substituir a famosa sequência da galinha.
Da mesma forma que espera o Padilha fazer um “Tropa de Elite – III” no Alemão.
O Obama cuspiu os preconceitos contra a Dilma na cara da elite branca.
Foi preciso ir ao Teatro Municipal (do Rio) para fazer isso.Antes tarde do que nunca.
Em tempo: Obama percebeu o fenômeno da ascensão da Classe C, a nova classe média brasileira, obra do Nunca Dantes e da JK de saias. Como se sabe, o Fernando Henrique e o Cerra pensam que a Classe C fica entre a Primeira e a Executiva.
Paulo Henrique Amorim
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