quarta-feira, 30 de março de 2011

Missão suicida

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UOL, 30/03/2011
 

Trabalhadores em "missão suicida" em usina nuclear do Japão ganham R$ 2.000 por dia

 
Do UOL Notícias
Em São Paulo


Os trabalhadores da usina nuclear de Fukushima estão recebendo ótimos salários, como forma de mantê-los motivados. Os funcionários estão trabalhando em um local de alto risco para a saúde devido aos altos índices de radioatividade.
Os empregados da usina estariam recebendo cerca de R$ 1.967 (100 mil ienes) por dia, o que chega a ser 20 vezes maior do que o valor normalmente pago. Mesmo assim, vários trabalhadores continuam a recusar o emprego.
Os níveis de radiação são ainda extremamente elevados na usina, com a água em torno dos reatores emitindo cerca de mil milisieverts por hora, um índice extremamente perigoso.
Também há receios de que a usina continua vazando ainda mais radiação, já que foi detectado na água do mar ao redor da usina um nível de iodo radioativo 2.335 mais alto do que o normal - quase três vezes maior do que na semana passada.

Alta radiação a 40 km da usina

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) detectou um alto nível de radiação na cidade de Iitate, situada a 40 quilômetros da usina de Fukushima. Nesta quarta-feira (30), a AIEA recomendou a evacuação do município, de 7.000 habitantes.

Entenda o acidente nuclear no Japão


"Uma primeira avaliação indica que foi ultrapassado um dos critérios da AIEA para a evacuação", afirmou em entrevista coletiva Denis Flory, subdiretor de Segurança Nuclear do órgão da ONU.
O especialista indicou que a agência sugeriu ao Japão que analise de perto a situação em Iitate, que está localizada fora do perímetro de 20 quilômetros de distância da usina.
Segundo especialistas da AIEA, os níveis de contaminação são o dobro do permitido, por isso a retirada dos habitantes dessa cidade deve ser considerada.
Em todo caso, a agência reconheceu que existem várias incógnitas e possíveis variáveis a respeito das medições realizadas.
A AIEA, encarregada do uso pacífico da energia atômica, não tem capacidade de impor medidas em matéria de segurança nuclear, e só pode atuar como consultora de seus países-membros.

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