Jornal GGN, 03/05/16
Artigo de Paul Craig Roberts (para quem
não conhece, conservador, escreve no Wall Street Journal e foi
Secretário Assistente do Tesouro no governo Reagan)
Dr. Paul Craig Roberts
Tendo removido a presidente
reformista da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, Washington
agora se livra da presidente reformista do Brasil, Dilma Rousseff.
Washington usou um juiz federal para
pedir a Argentina para sacrificar seu programa de reestruturação da
dívida, a fim de pagar para os fundos abutre americanos o valor total de
títulos argentinos que os fundos abutre tinham comprado por alguns
tostões sobre o dólar.
Estes abutres foram chamados de
“credores” que tinham feito “empréstimos”, independentemente do fato de
que eles não eram credores e não tinha feito nenhum empréstimo. Eles
eram oportunistas atrás de dinheiro fácil e foram usados por Washington
para se livrar de um governo reformista.
O Presidente Kirchner resistiu e, por
isso, ela teve que ir. Washington inventou uma história que Kirchner
encobriu um suposto ataque a bomba iraniano em Buenos Aires em 1994.
Esta fantasia implausível, para o qual não há nenhuma evidência de
envolvimento iraniano, foi alimentado a um dos agentes de Washington no
escritório do procurador do Estado, e um evento duvidoso de 22 anos
atrás foi usado para tirar Cristina Kirchner do caminho do saque
americano da Argentina.
No Brasil, Washington usou insinuações
de corrupção para obter a cassação da presidente Dilma Rousseff pela
Câmara. Evidências não são necessárias, apenas alegações. Não são muito
diferentes de “armas nucleares iranianas”, “armas de destruição em
massa”, de Saddam Hussein “uso de armas químicas,” de Assad ou, no caso
de Dilma, meramente insinuações. O Secretário-Geral da Organização dos
Estados Americanos, Luís Almagro, observa que Rousseff “não foi acusada
de nada.” As elites apoiadas pelos americanos estão simplesmente usando o
impeachment para remover um presidente que eles não podem derrotar
eleitoralmente.
Em suma, este é o movimento de
Washington contra os BRICS. Washington está se movendo para colocar no
poder político um partido de direita que Washington controle, a fim de
encerrar as crescentes relações do Brasil com a China e a Rússia.
A grande ironia é que o projeto de
impeachment foi presidido pelo presidente corrupto da câmara inferior,
Eduardo Cunha, que recentemente descobriu-se ter escondido milhões de
dólares em contas bancárias suíças secretas (talvez o seu pay-off de
Washington) e que mentiu sob juramento quando negou ter contas bancárias
estrangeiras. Você pode ler a história sórdida aqui:
Washington usa as elites para
controlar os países da América do Sul. Sempre que os latino-americanos
elegem um governo que os representa, Washington derruba o governo ou
assassina o presidente.
Washington está perto fazer a Venezuela voltar para o controle da elite espanhola aliado com Washington.
Os presidentes do Equador e da Bolívia
também são alvos. Uma das razões pelas quais Washington não permitirá
que seu cãozinho britânico honre o asilo do Equador concedido a Julian
Assange, é que Washington espera ter seu próprio agente de volta como
presidente do Equador, assim que o asilo de Assange fo revogado.
Washington sempre bloqueou reformas na
América Latina. Povos latino-americanos continuarão a ser servos
americanos até que eles elejam governos por uma tal maioria que os
governos possam exilar as elites traidores, fechar as embaixadas dos
EUA, e expulsar todas as empresas americanas. Cada país latino-americano
que tem uma presença americana não tem outro futuro além da servidão.
Ele poderia defender sua tese com qualidade se utilizasse os dados corretos.
ResponderExcluirDizer que 96 bilhões de rombo orçamentário é "nada" contra a presidente Dilma, é isso?! (segundos dados da antiga equipe econômica de Dilma).
Em que economia no mundo, aliás, imagino se na economia Americana seria permitido um rombo dessas proporções no orçamento de ano para outro.
Nem preciso entrar muito no mérito em relação a "reformas", a que reformas se refere no Brasil?!
No Brasil, 13 anos sob domínio do Partido Socialista, não houve nenhuma reforma estrutural relevante.
Ao que tudo indica todas as razões para queda da presidente tem relação com profunda incompetência, combinado com sua constante insistência em "não fazer política" - leia-se, em não dialogar com diversos setores, os mesmos que ela queria e almejava impor ordens.
Não há "indícios" a corrupção não é um "indício" é um fato (por sinal, os meios de informação que este DR utilizou são mesmos que revelaram os estratagemas espúrios de cunha).
Não lhe pareceu suspeito que Dilma ao sair não tenha feito transição em seus 32 ministérios!? Não lhe parece suspeito que falte dados em diversas pastas ministeriais no tocante ao exercício e orçamento e destinação das verbas?!
Não lhe parece igualmente suspeito que ao longo desses 13 anos essa relação "Brasil, China, Russia, Cuba, Venezuela", tenha trazido dividendos ao Brasil? Temos relações de empréstimo em que o Brasil não está sendo pago...
Enfim... é ideologia...teoria sem lastro.