qua, 18/09/2013
A espionagem americana mostrou porque o Brasil não deve comprar seus aviões de caça
Percival Maricato
Mas se os caças devem mesmo ser comprados, o último país que se pode pensar como fornecedor são os EUA. Certamente viriam munidos de controles manipulados a partir do Pentágono. No mínimo, logo que descontentássemos os americanos, estes cessariam de enviar peças e armas de reposição. Por outro lado, sabe-se que o "irmão do norte" se recusa a trasferir tecnologia a partir da qual o Brasil poderia incrementar sua indústria aeronáutica, ao contrário de suecos, russos e franceses.
Com relação aos sites de espionagem, o Brasil deveria homenagear e pagar os advogados de seus benfeitores, os servidores americanos que nos alertaram e agora irão apodrecer nas cadeias americanas. Outros que têm assassinado ou torturado iraquianos, afegãos e paquistaneses gratuitamente recebem penas dez vezes mais brandas do que os que revelam espionagem ilegal contra países amigos.
Ainda no plano internacional, agora parece ter chegado a vez da Síria. Os americanos dizem ter prova de uso de arma química pelo ditador sírio, mas se recusam a mostrá-las ao mundo. Como usaram bombas de napalm no Vietnã, de fósforo no Paquistão, usam drones em diversas regiões, fariam uma figura melhor se deixassem à ONU a apuração dos fatos no país árabe. Ou enviarão os mesmos agentes que constataram existir armas de destruição em massa no Iraque? Desta vez o governo dos EUA tem contra si a própria população. Os americanos pelo menos apoiavam esse tipo de aventura, destinado a alimentar o ego e a cultura patriótica e agressiva, dar lições em determinado país, que também serviam para advertir os demais governantes do risco que corriam ao descontentar o Império. Os EUA parecem expostos a profundas mudanças políticas,
Nenhum comentário:
Postar um comentário