quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Paulo Metri sugere movimento em defesa da Petrobrás




 
20/09/2012
 
Paulo Metri sugere movimento em defesa da Petrobrás
 
 
Redação
 
O Conselheiro do Clube de Engenharia e da Febrae, o Engenheiro, Paulo Metri, falou a Redação da AEPET sobre as últimas matérias da imprensa contra a Petrobrás. Metri defendeu a maior empresa brasileira como um símbolo de unidade nacional e de excelência tecnólogica no setor onde atua. Ele falou ainda que é preciso uma campanha de esclarecimento a população brasileira sobre a importância da empresa para a economia do Brasil. Paulo Metri respondeu uma série de questões relativas a Petrobrás e o incomodo que ela causa aos setores neoliberais da sociedade brasileira.
RA) Nas últimas semanas a grande mídia tem feito ataques a Petrobrás. Qual a sua posição sobre esta questão?
PM) Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que a grande mídia brasileira, incluindo televisões, rádios, jornais e revistas, com raras exceções, não está a serviço da sociedade brasileira. Ela está a serviço do capital, principalmente o internacional. A Petrobrás é a única empresa, dentre as que atuam no Brasil, que compra plataforma no Brasil, encomenda desenvolvimento tecnológico aqui, mais emprega brasileiros, aceita segurar os preços dos derivados para ajudar o governo a atingir metas sociais (como contenção da inflação), dentre outras ações positivas para a sociedade. Além disto, ela também dá um destino social ao lucro excepcional que o setor proporciona. Obviamente, a fúria das empresas estrangeiras é exatamente porque elas não conseguem ficar com todo o lucro excepcional oriundo do petróleo brasileiro. Assim, a mídia a serviço do capital internacional faz a campanha de difamação contra a Petrobrás que presenciamos.

RA) É preciso que aconteça um grande movimento em defesa da maior empresa brasileira. Você estaria de acordo com esta campanha de apoio a Petrobrás?
PM) É claro que sim! Mas, uma campanha a favor da Petrobrás não pode parecer ser um movimento corporativista. É preciso que seja um movimento de conscientização da população contra as versões erradas sobre a Petrobrás que procuram incutir no povo. É preciso deixar claro para a população que o monopólio estatal sociamente controlado é muito melhor, sob o ponto de vista da sociedade, para atuar no setor de petróleo, que um oligopólio privado estrangeiro. Ou seja, a atuação da Petrobrás no setor do petróleo não deixa uma riqueza imensa se esvair para o exterior.
RA) É necessário que a Petrobrás seja administrada de uma forma mais eficiente sem ingerências políticas partidárias. Você concorda com esta tese?
PM) Resta definir melhor o que consideram “ingerências políticas partidárias”. Se for o uso da Petrobrás para o empreguismo e para gerar lucro para empresas contratadas de forma fraudulenta, é óbvio que não! Se for para atender a políticas públicas de interesse da sociedade, a resposta é sim! Além disto, a Petrobrás deve ser gerida de forma a apresentar o máximo de eficiência social. A eficiência financeira só deve ser perseguida à medida que muito lucro irá permitir maiores realizações da empresa. É um conceito bastante neoliberal (e errado) pensar que uma empresa do povo não pode se dedicar prioritariamente a satisfazer objetivos dele.

RA) A retomada de um projeto que volte às origens da Petrobrás com mobilizações populares. A cidadania na luta pela volta do monopólio estatal do petróleo é um dos pontos a serem retomados em uma campanha por uma nova Petrobrás?
PM) Sou favorável a uma campanha de conscientização da nossa sociedade sobre a necessidade de um projeto nacional de desenvolvimento, chegando a ser um projeto de orgulho nacional. É preciso priorizar a empresa genuinamente nacional, a engenharia e a tecnologia nacional, e o trabalhador brasileiro. Nesta campanha, a Petrobrás aparecerá certamente como uma empresa exemplo.

Barbosa vs Lewandowsk​i: o cruzamento do espantoso com o impensável




 
26/09/2012
 

No STF, Barbosa e Lewandowski se encontram no cruzamento do espantoso com o impensável
 
Josias de Souza
 

Diz-se que Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, relator e revisor do mensalão, não se entendem. Não é bem assim. Na verdade, eles já nem se falam. Na sessão desta quarta (26), testemunhou-se um novo (des)encontro. Deu-se no cruzamento do espantoso com o impensável.
Na passagem mais tensa, Lewandowski foi acusado por Barbosa de fazer “vista grossa” para provas contidas nos autos (repare no vídeo do alto). Pouco antes, o relator cobrara do revisor a distribuição antecipada do voto. Insinuara que o colega conspirava contra a transparência.
Lewandowski rodou a baiana. Marco Aurélio Mello, Ayres Britto e Celso de Mello solidarizaram-se com ele. Barbosa não se deu por achado. Anunciou para o reencontro desta quinta (27) a leitura de uma réplica. A coisa promete.
Tudo isso ocorreu sob os holofotes da TV Justiça, potencializados por outras emissoras. Quem viu achou a coisa toda meio esquisita. Sobretudo o modo como os ministros referem-se um ao outro. É ‘Vossa Excelência’ pra cá, ‘Vossa Excelência pra lá’. Data venia, ficou a impressão de que, mantido o nível, os contendores deveriam se chamar de ‘você’. Ou de coisa pior.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

ONU: Dilma reafirma princípios da diplomacia lulista e defende multilateralismo

 
http://www.youtube.com/watch?v=bxRBMLoxZ3Q


http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/24518/dilma+reafirma+principios+da+diplomacia+lulista+e+defende+multilateralismo.shtml


Opera Mundi, 25/09/2012

 
Agência Efe

 

Dilma reafirma princípios da diplomacia lulista e defende multilateralismo


Vitor Sion | Redação


Agência Efe

Para a presidente, a revolta dos muçulmanos está ligada ao ressentimento com políticas coloniais e neocoloniais


Desde que Dilma Rousseff assumiu a Presidência, em janeiro de 2011, os holofotes da opinião pública mundial passaram a brilhar com menor intensidade para o Brasil. Mais discreta que o antecessor Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira mulher a governar o país não tem feito tantos discursos sobre política externa. Tal fato dificulta a formulação da resposta para a seguinte pergunta: a diplomacia de Dilma difere ou é uma continuidade da de Lula?

No discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU deste ano, nesta terça-feira (25/09), Dilma abordou temas recorrentes nas declarações de Lula, quando este ainda era presidente. Críticas à forma como a União Europeia tem conduzido a crise econômica, argumentação em favor de uma reforma “urgente” do Conselho de Segurança da ONU, elogios às políticas de Mercosul e Unasul, defesa da criação do estado Palestino...

Algumas palavras pronunciadas hoje pela representante brasileira poderiam inclusive ser confundidas com as ditas por Lula. “Não haverá resposta eficaz à crise enquanto não se intensificarem os esforços de coordenação entre os países e os organismos multilaterais como o G-20, o FMI e o Banco Mundial”, afirmou Dilma.

Ainda em 2003, em sua primeira participação como presidente na ONU, foi a vez de Lula dizer: “Percebo nos meus interlocutores forte preocupação com a defesa e o fortalecimento do multilateralismo. (...) As tragédias do Iraque e do Oriente Médio só encontrarão solução num quadro multilateral. (...) Pode-se talvez vencer uma guerra isoladamente. Mas não se pode construir a paz duradoura sem o concurso de todos.”

A defesa do multilateralismo, assim, aparece como linha central da diplomacia dos dois governos. Mais do que representar uma continuidade em relação a Lula, porém, Dilma também reafirmou dois princípios vigentes na política externa brasileira em toda a segunda metade do século XX: o desenvolvimento nacional e a não-intervenção em outros territórios.


Princípios históricos

Como antídoto à crise econômica mundial, a presidente recomendou incentivos ao crescimento e citou por diversas vezes os investimentos brasileiros em infra-estrutura, colocando em destaque a questão do desenvolvimento nacional.

Sobre a Síria, Dilma defendeu o diálogo por meio do mediador internacional da ONU para o país, o argelino Lakhdar Brahimi. A negociação já é vista com ressalvas por boa parte dos membros do Conselho de Segurança e a intervenção militar só não foi aprovada por insistência de China e Rússia.

“A Síria produz um drama humanitário de grandes proporções no seu território e em seus vizinhos. (...) Não há solução militar para a crise síria. A diplomacia e o diálogo são não só a melhor, mas, creio, a única opção.”

As cutucadas nos países considerados mais poderosos do mundo não pararam por aí. A revolta dos últimos dias contra o filme “A Inocência dos Muçulmanos” foi definida como uma “marca do ressentimento histórico com as políticas coloniais e neocoloniais”.

Por fim, há que se destacar também a posição de Dilma sobre a crise política paraguaia. Mesmo sem citar diretamente o golpe que tirou o presidente Fernando Lugo do poder, em junho passado, a mandatária mostrou a que veio.

“Nossa região é um bom exemplo para o mundo. O Estado de Direito que conquistamos com a superação dos regimes autoritários que marcaram o nosso continente está sendo preservado e fortalecido. Para nós, a democracia não é um patrimônio imune a assaltos, temos sido firmes, - Mercosul e Unasul - quando necessário, para evitar retrocessos, porque consideramos integração e democracia princípios inseparáveis.”


Dilma Rousseff, assim, optou por seguir, ao menos em parte, o caminho deixado por Lula. A análise da coincidência entre as políticas externas, no entanto, só poderá ser concluída ao final do mandato de Dilma. Até pela escassez de discursos da atual presidente sobre diplomacia, sua segunda participação na abertura da Assembleia-Geral da ONU serviu para mostrar que o Brasil continuará sugerindo alternativas para os principais problemas da geopolítica mundial, como tem ocorrido desde 2003. Resta saber se seremos ouvidos.

Vítimas de homicídios dolosos aumentam 12,4% em São Paulo; latrocínios crescem 71,4%



 



UOL, 25/09/2012
 

Vítimas de homicídios dolosos aumentam 12,4% em São Paulo; latrocínios crescem 71,4%


Do UOL, em São Paulo



Dados divulgados nesta terça-feira (25) pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo mostram que o número de vítimas de homicídios dolosos no Estado cresceu 12,4% em agosto deste ano em comparação com o mesmo período de 2011.
No total, foram 417 vítimas de homicídios dolosos (com intenção de matar) no Estado em agosto de 2012, contra 371 no mesmo período do ano passado. Em média, mais de 13 pessoas foram assassinadas por dia no Estado em agosto.
As 417 vítimas de agosto deste ano morreram em 391 ocorrências de homicídio, já que há registros com duas ou mais vítimas --duplo ou triplo homicídio e chacinas. Em agosto de 2011, foram 360 ocorrências.
O aumento ocorre após uma queda de 3,6% nos homicídios dolosos em julho, na comparação com o mesmo mês de 2011. No primeiro semestre, em meio a uma escalada de violência no Estado, os homicídios subiram 21,8%.
As tentativas de homicídios também aumentaram na comparação com agosto do ano passado, de 410 para 512 (24,9%). Entre os crimes violentos, o que sofreu a maior alta foi o latrocínio (roubo seguido de morte): em agosto de 2011, foram 14 casos, contra 24 no mesmo mês deste ano --aumento de 71,4%. Com relação ao número de vítimas de latrocínio, o aumento foi de 75% (de 16 para 28).
os estupros aumentaram 31,8%, de 898 para 1.184 casos --mais de 38 estupros por dia no Estado. As ocorrências de tráfico de drogas também subiram, de 3.043 em agosto de 2011, para 3.696 no mesmo período deste ano, o que representa alta de 21,1%.

Números da capital

Na capital paulista, o número de vítimas de homicídios dolosos aumentou 20%, de 95 para 114. As tentativas de homicídios subiram 45,7% (92 para 134), os estupros, 33,2% (223 para 297), e as ocorrências de tráfico de drogas, 35,4% (557 para 754).
Embora tenham aumentado em todo o Estado, os casos de latrocínios caíram 50% na capital -de oito para quatro. O número de vítimas de latrocínio também caiu, de nove para quatro-redução de 66%. Também houve queda de 4,8% no número de roubos em geral (de 10.303 para 9.810).

Pets ganham hospital de luxo em SP com UTI a R$ 2.500/dia

Num mundo com tanta gente passando necessidades, com tanta criança abandonada,...

É o cúmulo do absurdo!



UOL, 25/09/2012

Pets ganham hospital de luxo com UTI a R$ 2.500 por dia em São Paulo 

 

JAIRO MARQUES
DE SÃO PAULO


Tem aparelho de tomografia de R$ 500 mil, UTI totalmente equipada e com médico à disposição 24 horas, pronto-socorro, centro cirúrgico, cinco salas de atendimento, diagnósticos por imagem computadorizada, esteira aquática para fisioterapia.
Tudo isso, porém, não é em uma nova unidade de um hospital de grife para gente. É para pets cujos donos podem pagar R$ 248 pela consulta em um "clínico geral" ou em uma das dez especialidades médicas no mais novo hospital veterinário de São Paulo, aberto há dez dias, na zona oeste da cidade.
O investimento no local foi de R$ 10 milhões e envolve mais cinco filiais de alto padrão que vão ser construídas nos próximos três anos.

Hospital de luxo para Pets

 

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
 
A cadela Rita, da raça Sharpei, recebe tratamento na UTI em hospital veterinário no Pacaembu


O dia de internação custa R$ 700. Caso seja preciso usar a UTI, o valor salta para R$ 2.500. A sessão de fisioterapia sai por R$ 108, mas antes é preciso uma consulta de avaliação: R$ 148.
Os preços são semelhantes aos cobrados por bons profissionais para humanos.
A empresária Flávia Goffi Ozório não reclama de ter que pagar cerca de R$ 15 mil pelos cuidados com a yorkshire Bia, 3, que passou por uma cirurgia na perninha direita e terá de ficar internada.
"Esse conforto oferecido aqui é maravilhoso. É uma tranquilidade. Ela não sabe falar o que sente, então, a tecnologia ajuda no diagnóstico, é ótimo. A Bia é como se fosse minha filha. Tudo com ela é bem gasto", declara.


CHOFER
"Calma, calma. Vai passar logo e não vai doer. Estou aqui com você", diz Jeova Lopes ao cãozinho Bob, 8.
Ele é motorista da família do lhasa e o levou para uma aplicação de colírio com um oftalmologista do hospital, que também tem oncologista, dermatologista, cardiologista e outros especialistas.
Outra que chegou apenas com o chofer foi Nala, uma golden que teve de passar por uma ultrassonografia. Está com gravidez psicológica.
"Tudo que se espera da medicina humana é possível encontrar aqui, mas para os animais. O atendimento é global, por isso os valores podem parecer um pouco maior", diz Carla Alice Bern, sócia-proprietária do Pet Care Pacaembu.
Também sócio-proprietário, o empresário Marcelo Berger espera que, em seis meses, o hospital esteja faturando entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão por mês. Ele não gosta de usar o termo "luxo" para tratar do negócio.
"Não queremos ser um centro de atendimento elitista. Queremos ser um centro de excelência", diz.
A pedagoga Fernanda Mauro "pensou muito" antes de gastar os R$ 3.000, divididos em três cheques, para o procedimento ortopédico realizado em Scott, 5, um bernesse bonachão.
"Quando você vê seu cachorro sofrendo, sua família sofrendo por causa dele, você fica sem ação. Sei que há pessoas que não têm nem acesso a médico, mas se tenho o animal, tenho de cuidar dele da melhor maneira possível", afirma.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Agora é a criminalização de Dilma?

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http://colunas.revistaepoca.globo.com/paulomoreiraleite/2012/09/24/agora-e-a-criminalizacao-de-dilma/



24/09/2012


Agora é a criminalização de Dilma?


Paulo Moreira Leite
 

Muitas pessoas ficaram surpresas quando Joaquim Barbosa mencionou Dilma Rousseff no Supremo. Para reforçar a ideia de compra de votos, Joaquim citou um depoimento em que Dilma se confessou surpresa com a rapidez com que o Congresso aprovou o novo marco regulatório de energia elétrica.
A mensagem do voto do ministro, exaustivamente repetida pelas emissora de TV,  tem um elemento malicioso.
A “surpresa” de Dilma seria,  claro, era uma prova do mensalão. O ministro não disse, mas permitiu que todos ouvissem: sem o mensalão, o marco regulatório não teria saído com a rapidez que surpreendeu a ministra-presidente.
A resposta do Planalto, em nota oficial, foi rápida. Responsável pelas negociações do marco regulatório ocorridas no Senado, Aloizio Mercadante também se manifestou.
O fato é que essa insinuação me parece uma consequência lógica da visão que Joaquim Barbosa está imprimindo ao julgamento.
Ele acredita que encontrou crimes até onde não é possível demonstrar que tenham ocorrido.
Falando com franqueza: para entender a “surpresa” revelada pela ministra, não é preciso enxergar tudo com malícia. É preciso considerar o chamado contexto. Pensar em política como o exercício humano e insubstituível de negociar, avançar e ceder.
No início do governo Lula, a oposição tucana fazia o possível para criar problemas para os petistas, em várias áreas. Mesmo na Previdência, onde o PT deu  continuidade a uma reforma planejada por FHC, o PSDB fingia que nada tinha a ver com o assunto. Queria dar o troco para Lula, criando dificuldades artificiais. Mostrar boa vontade com iniciativas de Lula, naquele momento, era mostrar-se fraco e adesista diante de seus eleitores. Era quase uma traição perante cidadãos que haviam dado seu voto para candidaturas tucanas só por amor à  causa, quando todo mundo sabia que não tinham a menor chance.
O marco de energia era especialmente delicado por uma razão política conhecida. No segundo mandato de FHC, a falta de energia  impediu a retomada de crescimento econômico, submetendo os brasileiros a um vexame inesquecível de racionar o uso de energia num país com todo esse potencial elétrico que todos nós sabemos.
A surpresa vem daí. Depois de blefar e ameaçar, os tucanos também concordaram em votar com o governo na sala de Mercadante.
A política é assim. Não é engenharia. Não é equação matemática. Inclui dissimulação, esperteza, ações dissimuladas. Não é contabilidade.
Pode incluir a corrupção — como acontece em vários lugares, o que levou a Eliane Calmon a querer saber até o que acontecia na Justiça.
Mas é preciso apurar, investigar e esclarecer. No caso de crime, apurar, ouvir as partes e acusar. É errado apenas mencionar, não é mesmo?
Respeito Joaquim Barbosa. Conheço seus títulos e sua formação. Acredita no que fala e diz. Mesmo quando discordo, devo admitir que está longe de fazer denuncias “mequetrefes”, para empregar um termo que se tornou obrigatório no julgamento.
Mas eu acho que essa insinuação  fora de lugar  não ocorre por acaso.
A menção a Dilma foi apenas uma manifestação – um pouco exagerada, digamos – de uma atitude típica de um julgamento que avança numa  imensa carga de subjetividade.
Várias vezes, Joaquim falou que é preciso examinar o contexto da denúncia, o contexto da ação dos acusados e assim por diante. Mas não considerou o contexto do apagão, este evento gigantesco, demolidor, humilhante para um país e sua população.
Imagino que, tecnicamente, o nome Dilma era uma menção até desnecessária. Tenho certeza de que num inquérito de milhares e milhares de páginas seria possível encontrar exemplos equivalentes e até mais enfáticos. Tenho certeza de que é possível demonstrar que houve compra de votos, em alguns casos, e apenas apoio político a um aliado, em outros.
A diferença é que nem sempre estes casos  envolviam uma  autoridade que, de ministra passou a presidente da República.
Politizando a justiça, pode-se dizer que a citação a Dilma jogou o julgamento para …2014.
O voto de Joaquim Barbosa, mais uma vez, foi aos tele jornais. Foi repetido, reprisado…Sabe o que aconteceu?
Salomão Shwartzman, radialista e jornalista muito experiente, já lançou um comentário dizendo que o PSDB deveria convidar Joaquim para disputar a presidência da República.
Tudo é política. Mesmo o que não parece.
Na biografia de José Alencar, Eliane Cantanhede descreve  o encontro entre Lula e seu vice, José Dirceu e Waldemar Costa Neto, onde se debate uma aliança política e a consequente  coleta de recursos financeiros. Se fosse hoje,  alguém mais afogado  que estavam combinando um assalto.
Mas a descrição deste acordo político de campanha é tão bem feita, tão clara, que os advogados de Delúbio Soares incluíram vários parágrafos sobre o “rachuncho”—a expressão, bem humorada, é de Eliane – nas suas alegações finais de seu cliente.
Sabemos que a criminalização da política tornou-se parte da estratégia da acusação para condenar o maior número possível de acusados.  Vamos combinar que ajuda a sustentar a tese de que não havia recursos para campanha eleitoral – mas compra de votos no Congresso.
Admito que eles simplesmente não conhecem os fatos que estão julgando, não tem familiaridade com o mundo das tratativas e negociações e acham tudo suspeito, estranho…
Considerando a baixa credibilidade dos políticos, apostar que todo mundo é ladrão pode ser uma vulgaridade – mas é uma forma de garantir, com facilidade, apoio popular a medidas que podem ser justas ou arbitrárias.
Minha experiência com a humanidade permite dizer que já tive contato com momentos de grandeza, coragem, solidariedade. Também tiver a infelicidade de testemunhar imensas baixezas.
Mas não me lembro de ter visto relatos – nem em ficção – de repulsa a linchamentos.
Acabo de ler a notícia de que alguns procuradores já estão preocupados com o indulto de Natal dos réus do mensalão. É assim: dando de barato que eles serão condenados, o que parece cada vez mais provável, a preocupação agora é impedir que passem o Natal com a família… Mais um pouco e teremos de acionar a Comissão da Verdade, que investiga crimes cometidos por representantes do Estado contra direitos humanos, para ver o que está acontecendo em nossa democracia…
É justiça, isso? Ou é vingança?
Como já disse aqui, eu acho que o mensalão produziu delitos de todo tipo.  Também acho que havia caixa 2 e dinheiro publico desviado. São crimes diferentes, que a legislação  trata de forma diferente porque lá atrás aquele personagem oculto e onipresente que os advogados chamam de O Legislador entendeu que era assim.
Ao ignorar as diferenças, quem  perde é a democracia.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Julgamento de exceção do ‘mensalão’ é golpe da direita


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'Mensalão': a 'Miriam Cordeiro' do Serra


Por Saul Leblon



A história não permite incluir no âmbito da mera coincidência a decisão do relator Joaquim Barbosa de calibrar o julgamento do chamado do mensalão, de modo a levar a discussão sobre o ex-ministro José Dirceu à boca da urna, nas eleições de 7 e 28 de outubro próximo.

Ao fazê-lo, o relator abastece a cartucheira conservadora com mais uma daquelas balas de prata de que se vale frequentemente a direita brasileira quando parte para o tudo ou nada, sem deixar tempo ao adversário ou ao eleitor para reagir.
O conservadorismo sempre teve um aliado canino nesses botes. Agora pelo jeito tem dois.

O parceiro tradicional é a cobertura esperta da mídia 'isenta', que nunca sonegou a essa tocaia o amparo 'factual' que a legitima, e mais que isso, inocenta o capanga e criminaliza o alvo.

O rito sumário na boca da urna é uma das especialidades eleitorais desse jornalismo. À s vezes só há tempo para um jogo de fotos. Nisso também eles são bons .

Quem não se lembra de um clássico do gênero, a edição da Folha de 30 de setembro de 2006, véspera do 1º turno da eleição presidencial daquele ano?

Um jato da Gol havia se chocado com outro avião no ar. Morreriam 155 pessoas. A tragédia, de longe, era o destaque do dia. Mas a Folha, a mesma que agora coloca na boca de Haddad a frase que ele nunca disse ('é degradante me associar a Dirceu..'), montou também uma 'pegadinha' nesse dia sombrio.

Virou um 'case' do jornalismo meliante.
No alto da página, em destaque, uma manchete em seis colunas encimava a foto de uma montanha de dinheiro, supostamente para a compra de um dossiê contra Serra, que havia abandonado a prefeitura para disputar o governo do Estado.

Logo abaixo da pilha de dinheiro, a imagem de Lula, encapuzado com um impermeável de chuva que cobria o seu rosto. Dois homens ladeavam o presidente e candidato à reeleição contra o tucano Geraldo Alckmin. Seguravam o seu ombro.

Coisa de profissional. O conjunto compunha a cena típica do bandido capturado por policiais: Lula reduzido à imagem de um marginal, emoldurado por montanhas de dinheiro suspeito e manchetes criminalizando o PT.

Foi assim a bala de prata daquele sábado, véspera da votação do 1º turno das eleições presidenciais de 2006. Funcionou. Lula, favorito, não conseguiu resolveu a parada e precisou do 2º turno para derrotar Alckmin.

Como será a primeira página da Folha e assemelhados no dia 6 de outubro, 1º turno do pleito municipal deste ano; ou no dia 28, na segunda rodada, tendo o julgamento de José Dirceu como pauta convergente?

O julgamento em curso no STF cercou-se de singularidades jurídicas suficientes para não merecer o bônus da ingenuidade nesse encavalamento político.

A maior delas foi abortar dos autos a identidade univitelina que liga as motivações e práticas que resultaram na ação contra o PT, e aquelas pioneiramente testadas e praticadas pelo PSDB , em Minas Gerais.

Outras 'balas de prata' disparadas pela mídia no passado endossam a suspeição em torno dessas 'convergências' eleitorais sempre desfrutáveis pelo conservadorismo nativo.

A mais famosa delas eclodiu no último dia da propaganda eleitoral de 1989.

O então candidato à presidência, Fernando Collor de Mello, apresentou em seu programa de despedida o depoimento de Miriam Cordeiro, mãe de Lurian, filha de Lula. A história é conhecida: Miriam acusou o petista de forçá-la a abortar; não havia mais como obter direito de resposta e a mídia 'isenta' cuidou de martelar a denúncia odiosa.
Uma bala de prata porém não seria suficiente para afastar o risco - elevado então - de Lula vencer a primeira eleição direta para presidente depois da ditadura militar. Era necessário um tiroteio.

Ele veio com o sequestro do empresário Abílio Diniz por ex-militantes políticos chilenos. Abílio foi libertado do cativeiro no dia 17 de dezembro. Presos, os sequestradores foram fotografados e filmados usando camisetas do PT. Isso aconteceu exatamente no dia da votação do segundo turno da disputa presidencial, vencida por Collor.

Na eleição presidencial de 2010, a Folha, novamente ela, tentou até a véspera do pleito obter junto ao Supremo Tribunal Militar a ficha e os processos da 'guerrilheira' Dilma Rousseff, candidata do PT contra o tucano José Serra.

A esperança da coalizão demotucana era obter através de documentos sigilosos a bala de prata capaz de reverter uma derrota anunciada, quem sabe com a revelação de algum 'crime de sangue' que tivesse contado com a participação da candidata petista. Para a Folha, ademais, tratava-se de comprovar aquilo que o jornal falseara em 2009 por conta própria, quando publicou uma ficha inexistente do Deops, que sugeria a participação de Dilma em sequestros e expropriações.

O caso virou uma das maiores barrigadas da história do jornalismo brasileiro e Dilma impôs uma derrota esmagadora ao candidato do peito dos Frias: 56% a 44%.

Neste pleito de 2012, o paiol de balas de prata conta com novos fornecedores. Mas a mídia é a mesma e o governo Dilma concentra nela quantidades industriais de anúncios, ao mesmo tempo em que hesita em apoiar de forma transparente e legítima o novo canal de comunicação representado por sites e blogs alternativos. Além de fortalecer a democracia e a liberdade de imprensa, eles tem se mostrado contrapesos importantes às balas de prata que cortam e cortarão os ares do país, com intensidade crescente, até 2014. 




Jornal Correio do Brasil - Notícias online

Coincidências em série no julgamento do ‘mensalão’ sugerem golpe da direita



18/9/2012 14:39,  Por Redação - de Brasília 


O julgamento tachado de polêmico e heterodoxo, esse do ‘mensalão’ no Supremo Tribunal Federal (STF), desenha-se, na realidade, em uma espécie de alavanca para um golpe de direita contra as instituições democráticas do país, segundo a expressão de críticos da forma como tem-se conduzido o relator do processo, ministro Joaquim Barbosa (JB), monitorado pela mídia conservadora que, paradoxalmente, é alimentada com 70% dos recursos públicos destinados à publicidade estatal. Um boletim de ocorrência contra o magistrado o manteria sob constante estado de tensão, como escreveu à época o advogado e jornalista Márcio Chaer, diretor da revista Consultor Jurídico, após uma discussão entre Barbosa e o então também ministro do STF, Eros Grau:
“Eros retrucou lembrando decisões constrangedoras de JB que a Corte teve de corrigir e que ele nem encontrava mais clima entre os colegas. O clima azedou a ponto de se resgatar o desconfortável boletim de ocorrência feito pela então mulher de JB, tempos atrás: ‘Para quem batia na mulher, não seria nada estranho que batesse em um velho também’, afirmou-se”. Além do risco de ser chantageado por meios de comunicação ligados à direita, o viés ideológico demonstrado pelo ministro, durante sua trajetória no Supremo seria tão firme quanto o seu estado de espírito, o que levou o editor da publicação especializada na área jurídica a afirmar que “o idealismo de JB lembra o espírito macunaímico, comenta, a propósito do assunto, um observador bem posicionado no STF, ao celebrar os 80 anos da obra de Mário de Andrade. Macunaíma, consagrado como ‘o herói do povo brasileiro’, ao fim de sua epopéia, transforma-se em uma constelação”.
Para analistas mais astutos, tornou-se suspeita a série de coincidências verificadas no curso da Ação Penal 470, como o período de votação que chega ao seu ápice pouco antes das eleições municipais, no mês que vem; a pressão dos meios de comunicação ligados à direita e à extrema direita brasileiras para a condenação, principalmente, do ex-deputado José Dirceu; a tentativa de ligação do nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao escândalo; o ‘fatiamento’ do processo; o vazamento de informações delicadas, como a dosimetria das penas a serem aplicadas aos réus, assunto que sequer figura na pauta das próximas sessões da Corte.
“Um descuido” do gabinete do ministro Joaquim Barbosa, como foi explicado, levou a página do Supremo Tribunal Federal (STF) na internet a divulgar, na sexta-feira, as penas sugeridas pelo relator AP 470 para parte dos réus condenados pelo crime de lavagem de dinheiro. O ‘vazamento’ permaneceu no ar durante mais de 72 horas. A pena mais dura ficou para Marcos Valério: 12 anos e sete meses de reclusão, além de 340 dias-multa, com cada dia-multa igual a 10 salários mínimos, o equivalente a mais de R$ 2,1 milhões. O vazamento ocorreu no dia em que a revista semanal de ultradireita Veja publicava, na capa, uma suposta – e até agora, não comprovada – entrevista com Valério, na qual ele teria dito que o presidente Lula saberia do suposto esquema do ‘mensalão’. Horas depois, no jornal O Globo, o colunista Ricardo Noblat fala da existência de um suposto vídeo, “de quatro cópias”, no qual um desesperado Marcus Valério, diante da prisão iminente, faria revelações para divulgação imediata – “caso sofra um atentado”.



Wanderley: é uma inovação atrás da outra. Não tem nada de emblemático. É exceção mesmo !

http://ptnacamara.blogspot.com.br/2012/09/mensalao-sera-um-julgamento-de-excecao.html


Valor Econômico - 21/09/2012 


Mensalão será um julgamento de exceção
 

Em entrevista para o Valor Econômico, Wanderley Guilherme do Santos critica a forma como está sendo conduzido o julgamento do Mensalão:

"O mensalão não tem nada de emblemático - ao contrário disso, será um julgamento de exceção. Essas são as palavras do cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, para quem os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) têm construído um discurso paralelo ao longo das sessões que destoa da tradição da Corte. "Nunca mais haverá um julgamento em que se fale sobre flexibilização do uso de provas, sobre transferência do ônus da prova aos réus, não importa o que aconteça", afirma.

As inovações citadas por Santos sustentam sua crença na exceção. Presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, autarquia do Ministério da Cultura, o estudioso da democracia e de regimes autoritários é considerado um decano da ciência política no Brasil. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida ontem, por telefone, ao Valor:

Valor: Na sua avaliação, o julgamento do mensalão no Supremo tem sido técnico ou político?

Wanderley Guilherme dos Santos: Estou seguro de que até agora, do que tenho acompanhado, os votos finais dos ministros tiveram um fundamento técnico. Eles se referem sempre a pontos do Código Penal, que explicitam quais sejam, e dão as razões pelas quais as evidências apresentadas justificam aquela votação. Comentários paralelos, entretanto, raramente têm tido a ver com esses votos. Alguns ministros têm feito comentários que não têm nenhuma pertinência com o que vem sendo julgado. Temo que isso seja uma preparação para julgamentos e votos que não sejam tão bem fundamentados legalmente, mas sim baseados nas premissas que os juízos paralelos vêm cristalizando no cérebro das pessoas que assistem. Temo que uma condenação dos principais líderes do PT, e do PT como partido, acabe tendo por fundamento não evidências apropriadas, mas o discurso paralelo que vem sendo construído.

Valor: O sr. está falando do uso da teoria do domínio do fato, usada para atribuir responsabilidade penal a um réu que pertence a um grupo criminoso, mas que, por ocupar função hierarquicamente superior, não é o mesmo sujeito que pratica o ato criminoso?

Wanderley Guilherme: Entre outras coisas. Se retomarmos a primeira sessão, quando os ministros estavam decidindo se deveriam fatiar ou não o julgamento, Gilmar Mendes fez uma declaração que muito me assustou. Ele disse que "o julgamento [do processo do mensalão no Supremo] desmistifica a lenda urbana de que prerrogativa de foro é sinônimo de impunidade" e que isso tinha que acabar. Fiquei assustado. O que é isso? Ele já estava dizendo que, para efeito de demonstrar à opinião pública que ela tem um preconceito sem fundamento em relação ao Supremo, o tribunal vai condenar. Ao longo do processo o ministro Luiz Fux, ao julgar alguns dos réus do processo por gestão temerária, disse que era uma gestão horrorosa. Não existe gestão horrorosa, isso é um comentário que se faz em campo de futebol, não é um comentário de um ministro da Suprema Corte.

Valor: O sr. acha que os ministros estão dizendo, nas entrelinhas do julgamento, que o tribunal condenará alguns réus sem fundamentar essas condenações em provas concretas?

Wanderley Guilherme: Exato, são comentários que às vezes não têm a ver com o que está sendo julgado, mas na hora do voto os ministros votam de acordo com a legislação. É uma espécie de vale-tudo. Esse é meu temor. O que os ministros expuseram até agora é a intimidade do caixa 2 de campanhas eleitorais e o que esse caixa 2 provoca. A questão fundamental é: por que existe o caixa 2? Isso eles se recusam a discutir, como se o que eles estão julgando não fosse algo comum - que pode variar em magnitude, mas que está acontecendo agora, não tenho a menor dúvida. Como se o que eles estão julgando fosse alguma coisa inédita e peculiar, algum projeto maligno.

Valor: O Supremo está destoando da forma como costuma julgar outros processos?

Wanderley Guilherme: Sem dúvida. Esse Supremo tem sido socialmente muito avançado, bastante modernizador, mas ele é politicamente pré-democrático. Primeiro porque os ministros têm uma ojeriza em relação à política profissional, como se eles não fizessem política - fazem o tempo todo. Mas em relação à política profissional eles têm um certo desprezo aristocrático. E quando na política brasileira irrompeu a política popular de mobilização, eles não aceitaram, dão a isso um significado de decadência, degradação.

Valor: Ainda que o caixa 2 de campanhas eleitorais tenha sido o que motivou os demais crimes apontados pela acusação, em nenhum momento o Supremo coloca em julgamento o sistema eleitoral brasileiro?

Wanderley Guilherme: Nossa legislação eleitoral é nebulosa, confusa, inconsistente. Isso está nos jornais todos os dias, cada eleição é um momento de elevado índice de litígios na sociedade. Cada zona eleitoral decide de forma diferente a propósito dos mesmos fatos. É uma legislação que provoca conflitos, que traz uma imprevisibilidade jurídica enorme para o sistema brasileiro. Mas os ministros não querem aceitar isso, não querem aceitar que a Justiça eleitoral é a causadora dos problemas políticos no país.

Valor: Mas na atual fase do julgamento, que envolve o núcleo político, os ministros do Supremo estão citando as coligações entre o PT e outros partidos de diferentes posições ideológicas...

Wanderley Guilherme: Eles acham que não existem coligações entre partidos de orientações diferentes, acham isso uma aberração brasileira, mas não conhecem a democracia. Por isso que eu digo que é pré-democrático, eles têm uma ideia de como a democracia funciona no mundo inteiramente que é inteiramente sem fundamento, acham que a democracia é puramente ideológica. Os sistemas de representação proporcional são governados por coalizões das mais variadas. Não tem nada de criminoso nisso. Mas os ministros consideram que, para haver coligações dessa natureza, só pode haver uma explicação criminosa no Código Penal. Isso é um preconceito.
Valor: Se o Supremo condenar os réus do núcleo político sem fundamentar suas decisões em provas de que houve crimes, mas o fazendo apenas porque partidos de diferentes vertentes de pensamento se coligaram, isso não comprometeria várias instituições brasileiras, a começar pelo próprio sistema político?

Wanderley Guilherme: Comprometeria se esse julgamento fosse emblemático, como sugerem. Na minha opinião, dependendo do final do julgamento, acho que nunca mais vai acontecer. Até os juristas estão espantados com a quantidade de inovações que esse julgamento está propiciando, em vários outros pontos além da teoria do domínio do fato. Nunca vi um julgamento que inovasse em tantas coisas ao mesmo tempo. Duvido que um julgamento como esse aconteça de novo em relação a qualquer outro episódio semelhante.
Valor: O que se tem dito é que a Justiça brasileira vai, enfim, levar políticos corruptos para a cadeia. O sr. está dizendo que isso vai acontecer apenas desta vez?

Wanderley Guilherme: Estão considerando esse julgamento como um julgamento emblemático, mas é justamente o oposto, é um julgamento de exceção. Isso jamais vai acontecer de novo, nunca mais haverá um julgamento em que se fale sobre flexibilização do uso de provas, sobre transferência do ônus da prova aos réus, não importa o que aconteça. Todo mundo pode ficar tranquilo porque não vai acontecer de novo, é um julgamento de exceção.

Valor: Um julgamento de exceção para julgar um partido?

Wanderley Guilherme: Exatamente. O Supremo tem sido socialmente avançado e moderno e é competente, sem dúvida nenhuma, mas é politicamente pré-democrático. Está reagindo a uma circunstância que todos conhecem, que não é única, mas porque se trata de um partido de raízes populares. Está reagindo à democracia em ação - claro que naqueles aspectos em que a democracia é vulnerável, como a corrupção. Mas é um aspecto que não decorre do fato de o partido ser popular, mas da legislação eleitoral, feita pelo Legislativo e pelo Judiciário. Eles são a causa eficiente da face negativa da competição democrática.

Valor: No julgamento da hipótese de compra de votos no Congresso, não discute o próprio sistema político que permite a troca de cargos por apoio político ou a existência de alianças regionais, por exemplo?

Wanderley Guilherme: A votação da reforma tributária não foi unânime, mas vários votos do PSDB e do DEM foram iguais aos dos governistas. Na reforma previdenciária, o PSDB votou unanimemente junto com o governo, na época o PFL também votou quase unanimemente. Isso aconteceu na terça-feira, quando todos os partidos votaram com o governo no Código Florestal - o PT foi o partido com mais votos contrários. É um erro de análise inaceitável pegar a votação de um partido e dizer que o voto foi comprado. Isso é um absurdo. E não é só isso. A legislação é inconsistente no que diz respeito a coligações. Ela favorece a coligação partidária de qualquer número de partidos - todos, se quiserem, podem formar uma coligação eleitoral só. Porém, a lei proíbe que partidos que têm maior capacidade de mobilização financeira transfiram, à luz do dia e por contabilidade clara, recursos para partidos com menor capacidade de mobilização. Então você induz a criação de coligações, mas proíbe o funcionamento delas. Isso favorece o caixa 2, entre outras coisas. Todos os países com eleições proporcionais permitem coligações, do contrário não há governo possível. A coligação entre partidos que não têm a mesma orientação ideológica não é crime.

Valor: Desde o início do julgamento os ministros do Supremo apontam a inexistência de provas técnicas contra a antiga cúpula do PT, afirmando que as provas existentes são basicamente testemunhais

Wanderley Guilherme: O ministro Joaquim Barbosa, em uma de suas inovações, declarou, fora dos autos, que ia desconsiderar vários depoimentos dados em relação ao PT e a alguns dos acusados porque haviam sido emitidos por amigos, colegas de parlamento, mas considerou outros depoimentos. A lei não diz isso, não há fundamento disso em lei. Um ministro diz que vai desconsiderar depoimentos porque são de pessoas conhecidas como amigos, dos réus, mas pinça outros, e ninguém na Corte considera isso uma aberração? Parece-me que o julgamento terminará por ser um julgamento de exceção.

Valor: Isso significa que a jurisprudência que vem sendo criada no caso do mensalão será revertida após o julgamento?

Wanderley Guilherme: Espero que não, porque realmente se isso acontecer vai ser uma página inglória da nossa história"
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Sucessora de Kamel fecha o cerco à Dilma


 
 
Publicado em 21/09/2012
 

Sucessora de Kamel fecha o cerco à Dilma


Faria é uma homenagem ao estilo Globo de cobrir governos trabalhistas

 
Silvia e Ali: especialistas e símbolos do "jornalismo" do PiG


Saiu na Folha (*):

Silvia Faria substitui Ali Kamel como nova diretora de jornalismo da Globo



A TV Globo anunciou nesta sexta-feira (21) Silvia Faria como nova diretora da CCJ (Central Globo de Jornalismo). Ela substitui Ali Kamel, que foi promovido a diretor-geral de jornalismo e esporte.

Silvia, que está na emissora há 11 anos e era diretora-executiva de jornalismo da CCJ, foi chefe de Redação e diretora de jornalismo de Brasília. Antes da Globo, ela passou pela revista “Época”, pela Folha e pelos jornais “O Globo” e “O Estado de S. Paulo”.

A chegada de Silvia Faria ao cargo faz parte da reestruturação anunciada pelas Organizações Globo na quarta (19).

Octávio Florisbal deixará o cargo de diretor-geral da emissora e, a partir de janeiro de 2013, passará a integrar o conselho administrativo do conglomerado.

Ele será substituído por Carlos Henrique Schroder, atual diretor-geral de jornalismo e esportes. Ali Kamel, diretor da Central Globo de Jornalismo, sucederá Schroder.

A nomeação de Silvia Faria dispensa aprovação do Senado Federal.
No entanto, sua nomeação é mais importante do que a de Embaixador, Ministro de Estado e Ministro do STF.
Silvia Faria formou-se profissionalmente no “jornalismo” que se opera em Brasília.
Ela é uma especialista e um símbolo desse gênero.
A nomeação dela por Ali Kamel significa que o método que o jornal nacional tem utilizado para cobrir Brasília e os governos trabalhistas acaba de conquistar a medalha de ouro.
É uma Paralimpíada de um vencedor só.
Com Ali Kamel promovido – clique aqui para ler o que isso significa – e o deslocamento de Silvia Faria para o ponto central, estratégico, do “jornalismo” da Globo dão a entender que os filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – vão pra cima.
Eles não perdoam a humilhação a que Dilma Rousseff submeteu Fernando Henrique Cardoso.
Agora, não tem conversa !
“O cerco da Globo está se fechando”, disse um funcionário do Palácio do Planalto ao ansioso blogueiro, ao saber da promoção de Silvia Faria.
Clique aqui para ler “Dilma enfrente os bancos, mas não enfrenta o PiG”.
Paulo Henrique Amorim

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Tiririca é eleito um dos melhores parlamentares do Brasil

Vejam como o palhaço está trabalhando pelo Brasil enquanto os outros nos fazem de  palhaços.
 
Vale a pena ler.
 
 

Tiririca é eleito um dos melhores parlamentares do Brasil


Yahoo! Notícias

 
Tiririca foi eleito um dos melhores deputados do ano. (Foto: Dida Sampaio/AE)


Ridicularizado quando eleito, o deputado federal Tirirca (PR-SP) deve estar rindo à toa de seus detratores. Com um desempenho acima do esperado e superior ao de muitos de seus colegas com mais anos de Casa, o segundo parlamentar mais votado da história da nação foi indicado como um dos 25 melhores deputados do ano pelos jornalistas que cobrem o Congresso.

O Prêmio Congresso em Foco, em sua sétima edição, definirá os melhores parlamentares em diversas categorias em votação aberta na internet até o dia 8 de novembro. Na eleição entre os jornalistas, Tiririca recebeu 14 votos. Ficou entre os 15 mais votados na Câmara. “Para mim, só de estar na lista é uma vitória. Não sou político, estou político. É uma diferença grande. Estou bem pra caramba. E o mais importante: sem deixar de ser eu mesmo aqui”, contou o palhaço ao site do Congresso em Foco.

Tiririca participou de todas as sessões no plenário da Câmara, foi assíduo na Comissão de Educação e Cultura e está com um projeto de sua autoria que beneficia trabalhadores de circo bem encaminhado na Casa. “Estou superfeliz com isso, mostrando para os meus eleitores que eles não deram voto perdido. Não estou fazendo feio. Não quero decepcionar o povo nem me decepcionar”, afirmou.

A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara aprovou, no último dia 22, um projeto de lei apresentado por Tiririca que garante aos profissionais do circo a inclusão na Lei Orgânica de Assistência Social, o que permite que eles sejam atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Agora, a proposta segue para a Comissão de Constituiçao e Justiça (CCJ). Caso aprovada, vai para votação no plenário.

Adaptação
Após um ano e meio de Brasília, ele se diz “totalmente adaptado” à vida parlamentar. “Cabe a você caminhar pelo caminho certo ou errado. Aqui, tem esses dois caminhos. A responsabilidade é maior, qualquer vacilo que eu der, a imprensa e os colegas vão cair em cima: ‘Oh, o palhaço está fazendo palhaçada’”, diz. “Eu me sinto vigiado aqui 24 horas.”

O palhaço-parlamentar também prima pela transparência. No começo deste mês, o gabinete do deputado publicou a primeira edição de um boletim de oito páginas que informa o que Tiririca faz na Câmara. O material reúne desde as propostas apresentadas por ele, as audiências de que participou e a destinação de suas emendas parlamentares.

O deputado eleito com 1,3 milhão de votos é um dos nove deputados que registraram presença em todas as 171 sessões destinadas a votação na Câmara. Também tem sido assíduo nas comissões, onde a presença não é obrigatória. Tiririca compareceu a 106 (88%) das 120 reuniões da Comissão de Educação e Cultura, da qual é titular. Ele apresentou sete projetos de lei voltados para o circo e a educação, além de relatar cinco proposições. Mas não fez nenhum discurso em plenário.

Rainhas célebres


 
 
UOL, 18/09/2012
 

Fotógrafa reimagina glamour e poder de sedução de rainhas históricas


A fotógrafa australiana Alexia Sinclair juntou pesquisa, roupas extravagantes e os mais modernos efeitos fotográficos para criar retratos imaginários de algumas das rainhas mais famosas da História.

Alexia viajou por cinco meses pela Europa para registrar as imagens de fundo do ensaio - como palácios e templos. Usando modelos e vestimentas de luxo inspiradas em roupas da época, ela retratou monarcas como Elizabeth 1ª, Maria Antonieta e Cleópatra, em um processo que ela descreveu à BBC Brasil como a combinação "de diferentes paisagens e arquiteturas europeias com as minhas modelos e adereços adicionais".

O resultado é o ensaio fotográfico "As Doze Rainhas" - das quais nós destacamos dez na galeria acima.

O trabalho todo durou três anos e as fotos são uma forma de conhecer mais sobre episódios importantes na história.

Imagem 1/10: Aqui está retratada a imperatriz romana Agripina, a jovem (14 DC - 53 DC) que se casou com seu tio, Cláudio. Acredita-se que ela tenha matado o marido por envenenamento, o que levou Nero ao poder na Roma antiga. O título é "a venenosa"

Imagem 2/10: Alexandra Romanov (1972-1918) se casou com Nicolau 2º e foi assassinada pelos bolcheviques na Revolução Russa. O título faz referência a esta queda da monarquia: "a última czarina".

Imagem 3/10: Catarina, a Grande (1729-1796), com o título "a imperadora iluminada"
 
 
Imagem 4/10: A rainha Cristina da Suécia (1626-1689) abriu mão de seu reinado para se converter ao catolicismo. No entanto, ela ficou famosa pelo seu comportamento masculinizado, que foi tema de vários livros e óperas. Daí, o título desta foto, "a rainha andrógina"     
 
 
Imagem 5/10: Cleópatra (69 BC-30 BC) é uma personagem que desperta grande interesse.
Ela foi a rainha do Egito, falava seis idiomas e possuía um grande conhecimento sobre estratégias militares. A imagem é intitulada "a sedutora"      
 
Imagem 6/10: Leonor da Aquitânia (1122-1204) foi a rainha consorte de França e Inglaterra.
Primeiramente, ela casou com o rei Luis 7º da França e, depois de ter a união anulada por consanguinidade, ela se casou com Henrique 2º, da Inglaterra.
Com um apurado senso político, ela foi considerada uma das mulheres mais poderosas e influentes do seu tempo. O título desta foto é "a águia"        

Imagem 7/10: A rainha Elizabeth 1ª (1533-1603), filha de Ana Bolena e Henrique 8º, assumiu o trono inglês em 1558. Ela nunca se casou, e, por isso, ficou conhecida como a "a rainha virgem"
 
 
Imagem 8/10: Aqui, está retratada "a católica", rainha Isabella da Espanha (1451-1504)

Imagem 9/10: Maria Antonieta (1755-1793), a rainha consorte da França, que aparece na imagem com o palácio de Versalhes ao fundo.Esta foto é intitulada a "Rainha Extravagante" 


Imagem 10/10: Olímpia (376 AC-316 AC) casou-se com Filipe 2º, então rei da Macedônia. Da união, nasceu Alexandre, o Grande.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O caos nosso de cada dia

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http://www.aepet.org.br/site/colunas/pagina/290/O-caos-nosso-de-cada-dia

O caos nosso de cada dia

 
Data: 17/09/2012 
Fonte: Carta Capital
Colunista: Thomaz Wood Jr. 

Converse o prezado leitor com um executivo de uma empresa local, de qualquer porte, e dele ouvirá histórias de horror. Todas elas parecem viver em constante estado de confusão. Jornadas intermináveis de trabalho, telefones celulares que não param de cuspir emergências, e-mails que não cessam de disparar urgências, chefes atordoados e liderados em pânico: a lista é longa e tenebrosa. Todos parecem viver à beira de um ataque de nervos.

O que provoca tal estado das coisas? O suspeito usual é velho conhecido. Nove entre dez executivos perguntados a respeito provavelmente culparão a globalização, a volatilidade econômica e a instabilidade dos mercados. Há alguma verdade nessa resposta. De fato, quanto mais conectado for um sistema, mais sensível um componente será em relação à ação de outro componente. Uma borboleta batendo as asas na Amazônia pode provocar um tufão no Texas.

No entanto, mesmo que se aceite a vilania da mão invisível do mercado, há de se considerar que parte considerável do caos vem das próprias empresas. Cinco fatores, isoladamente ou combinados, contribuem para o caos nosso de cada dia.

O primeiro fator é a confusão estratégica. Se estratégia significa aonde ir e como chegar lá, então, provavelmente, o conceito está ausente da maioria das organizações. Muitas empresas multiplicam iniciativas, projetos e ações, perdendo tempo e recursos em atividades que não as levará a lugar algum. Tempo, recursos e energia jogados fora.

O segundo fator é a confusão estrutural. Um modelo de organização bem pensado provê foco ao trabalho, indica o que cada um deve fazer e os limites de sua ação. Os melhores modelos equilibram clareza e flexibilidade, permitem extrair o melhor de cada profissional, ao mesmo tempo que garante espaço à criatividade. Muitas empresas ignoram as boas práticas e trabalham com estruturas mal desenhadas, provocam alocação inadequada de recursos e geram conflitos. Com isso, gasta-se mais tempo definindo o que deve ser feito e quem deve fazer, do que realizando.

O terceiro fator é a confusão na gestão. As consultorias, aliadas à fantasiosa mídia de negócios, vêm há tempos criando e disseminando soluções mágicas para todos os males organizacionais. Muitas empresas adotaram as soluções sem ter os problemas. Então, para justificarem os vultosos investimentos realizados, desenvolveram as respectivas patologias. Com isso, tornam-se verdadeiros hospícios, nos quais os executivos passam parte considerável do tempo em intermináveis comitês, reuniões e atividades que não agregam valor.

O quarto fator é a confusão cultural. Nas últimas décadas, empresas de todos os setores passaram por inúmeros processos transformacionais: fusões, aquisições e outras mudanças radicais. Hoje, muitas empresas constituem aglomerados de tribos com histórias, identidades e culturas distintas, trabalhando sob uma mesma bandeira. Ocorre que elas mantêm seus valores, comportamentos e formas de tomar decisões e conduzir negócios. O resultado é uma nau em estado permanente de motim, o capitão e seus asseclas sempre atarantados, procurando manter a aparência de normalidade sob uma realidade convulsionada.

O quinto fator é a presença dos agentes do caos (não confundir com agentes da Kaos, da antiga série de tevê, embora haja semelhanças). Os agentes do caos são executivos que sofrem de confusão mental crônica. Eles (e elas) poderiam ter vida produtiva e feliz longe dos centros decisórios empresariais. Por razões desconhecidas, conseguiram penetrar nas pirâmides corporativas e delas fizeram seu lar. Foram promovidos por motivos misteriosos, vindo a ocupar cargos nos quais têm grande poder de influência. E fazem de seus cargos a plataforma para espalhar a confusão.

Os agentes do caos marcam e desmarcam reuniões, nas quais sempre chegam com atraso e das quais sempre saem mais cedo; sua mente flana por outras galáxias; eles estabelecem prioridades, esquecendo-as em seguida; mobilizam equipes para realizar projetos de utilidade duvidosa e resultados embaraçosos; esquecem compromissos e ignoram cronogramas. O melhor amigo do agente do caos é seu telefone celular, permanentemente em ação, sua principal ferramenta para disseminar a desordem.

O tempo, sabemos, é inexorável. No entanto, o ritmo do trabalho é socialmente construído. Certos executivos o modelam ao gosto de sua paranoia, convulsivo e frenético, em esforço patológico para manter as hordas sob seu controle.
Para ajudá-los, criam exércitos de agentes do caos. Eles confundem frenesi com produtividade, atividade insana com trabalho eficiente. Em muitas organizações, o caos não vem do ambiente. É fruto direto da incompetência gerencial.

Os gastos do Brasil com educação em relação ao mundo

http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/os-gastos-do-brasil-com-educacao-em-relacao-ao-mundo


17/09/2012

Os gastos do Brasil com educação em relação ao mundo

 

O Brasil é o 15º maior gastador, mas só aparece em 53º - de um total de 65 países - quando se trata de qualidade da educação. Confira como ele se compara a outras nações

Marcos Santos/USP Imagens
Carteiras na sala de aula
Ensino no Brasil: qualidade de ensino não acompanha altos investimentos

São Paulo – Tramita no Congresso Nacional uma proposta para fazer o volume de recursos para a educação chegar a 10% do PIB nacional. Hoje, o Brasil investe 5,7% - um dos índices mais altos entre os 42 países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a frente de Reino Unido, Canadá e Alemanha, por exemplo.
Na semana passada, a organização lançou um relatório sobre os gastos em educação de várias nações.
Investir um décimo de toda a riqueza produzida no país deixaria o Brasil em primeiro lugar no ranking, acima da Islândia, que investe assombrosos 7,8% do PIB em educação hoje.
Esse número considera, além dos investimentos nas instituições de ensino, gastos governamentais com bolsas e programas de apoio aos alunos.
Apesar do investimento brasileiro ser próximo da média dos países da OCDE, o país se encontra somente em 53º lugar - de um total de 65 - no Pisa, um programa de avaliação da qualidade da educação da mesma organização.
Ou seja, maiores investimentos não necessariamente acompanham, na mesma proporção, uma melhora no desempenho dos estudantes.
O Brasil é o 15º que mais investe o PIB na área na lista da OCDE. Os lanternas no ranking foram Indonésia (investimento de 3% do PIB), Índia (investimento de 3,5%), Japão (3,8%), Eslováquia (4,1%) e República Tcheca (4,4%).

Confira os maiores “gastadores” e sua posição no ranking de qualidade educacional:

Ranking País Gasto com educação Posição no Pisa
1 Islândia 7,80% 16º lugar
2 Noruega 7,30% 12º lugar
3 Suécia 7,30% 19º lugar
4 Nova Zelândia 7,20% 7º lugar
5 Finlândia 6,80% 3º lugar
6 Bélgica 6,60% 11º lugar
7 Irlanda 6,50% 21º lugar
8 Estônia 6,10% 13º lugar
9 Argentina 6% 58º lugar
10 Áustria 6% 39º lugar
11 Holanda 5,90% 10º lugar
12 França 5,90% 22º lugar
13 Israel 5,80% 37º lugar
14 Portugal 5,80% 27º lugar
15 Brasil 5,70% 53º lugar
16 Eslovênia 5,70% 31º lugar
17 Reino Unido 5,60% 25º lugar
18 Suíça 5,50% 14º lugar
19 Estados Unidos 5,50% 17º lugar
20 México 5,30% 48º lugar
21 Hungria 5,10% 26º lugar
22 Polônia 5,10% 15º lugar
23 Canadá 5,10% 6º lugar
24 Alemanha 5,10% 20º lugar
25 Coreia do Sul 5% 2º lugar
26 Espanha 5% 33º lugar
27 Austrália 5% 9º lugar
28 África do Sul 4,80% (não participa)
29 Rússia 4,70% 43º lugar
30 Itália 4,70% 29º lugar

Protestos do Ocupar Wall Street terminam com mais de 100 ativistas presos

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Jornal Correio do Brasil - Notícias online

Protestos do Ocupar Wall Street terminam com mais de 100 ativistas presos

 

17/9/2012 15:18,  Por Carl Edgard com NYT - de Nova York, EUA 


Terminou em Nova York, nesta segunda-feira, com mais de 100 prisões, o primeiro aniversário do movimento Ocupar Wall Street. Os manifestantes se reuniram perto da Bolsa de Nova York e tentaram bloquear o acesso para o local. Os manifestantes haviam planejado para convergir de várias direções para formar uma “parede humana” em torno da Bolsa de Valores para protestar contra o que eles disseram ser um sistema econômico injusto, que beneficia os ricos e as corporações, em detrimento dos cidadãos comuns. Policiais e manifestantes se defrontaram em vários pontos, com manifestantes bloqueando cruzamentos e calçadas por alguns instantes, antes de serem dispersos e, na maioria das vezes, presos.
A polícia agiu com truculência contra o bloqueio dos manifestantes. Patrulhou as ruas e calçadas que levam à Bolsa e formou barricadas, pedindo a identificação de trabalhadores que buscavam acesso ao local. Enquanto isso, manifestantes marcharam pelas ruas agitando bandeiras, sempre acompanhados por bandas tocando Parabéns pra você. Policiais alertavam repetidamente aos manifestantes que eles poderiam ser presos se não se mantivessem em movimento. A maioria dos detidos foi acusada “de conduta desordeira”, segundo a polícia.
Em um ponto entre a Broad Street e da Beaver Street, um comandante da polícia agarrou um homem na multidão. Manifestantes lutaram com ele, tentando libertar o companheiro preso até conseguir, mas os policiais avançaram e arrancaram o ativista entre a multidão que o cercava e o algemaram, sob as vaias da população. O fato marcava o início de um dos episódios mais tensos, que ocorreu quando várias centenas de pessoas marcharam lentamente ao longo da Broadway. Como parte do grupo passou pela Wall Street, uma linha de policiais separava os manifestantes em duas partes. Alguns momentos depois, policiais partiram para cima de um homem que protestava em voz alta na direção das barricadas que isolaram a Wall Street. Os policiais agarraram o ativista, que gritou:
– Eu não fiz nada de errado – pouco antes de ser atirado em um camburão. Enquanto os policiais o arrastavam para a viatura, um outro pelotão tratou de afastar as pessoas que protestavam contra aquela prisão arbitrária junto com os repórteres fotógráficos. Um oficial, repetidamente, empurrava os fotógrafos com um bastão e um tenente da polícia advertiu que a imprensa não poderia mais fazer fotos da passeata.
Ao meio-dia, 124 pessoas estavam presas. As prisões foram, em sua maioria, por acusações de conduta desordeira “por impedir o tráfego de veículos ou de pedestres”, segundo Paul Browne, porta-voz do Departamento de Polícia. No sábado e no domingo, a polícia prendeu 43 pessoas ligadas aos protestos, disse Browne. Enquanto a maioria dessas prisões tinha por base a acusação de conduta desordeira, outros foram presos por resistir à prisão.

Policiais e cavalos
As ruas de Manhatan encheram-se com os gritos dos manifestantes, as sirenes das viaturas da polícia e o ruído dos helicópteros que passavam em voos rasantes. Dezenas de veículos da polícia estacionaram em ruas laterais em todo o distrito financeiro, enquanto homens de terno seguiam a pé para o trabalho e se misturavam aos grandes contingentes policiais que passavam pelas calçadas. Um ponto de encontro marcado, mais cedo nesta segunda-feira, na Water Street, concentrou em frente ao Vietnam Veterans Memorial mais de 400 manifestantes. Outras cerca de 200 pessoas reuniram-se no Zuccotti Park, tomado por manifestantes no último ano e usado como acampamento.
No memorial de veteranos, o ativista Oren Goldberg, que havia acabado de chegar de Bushwick, no Brooklyn, disse ser “emocionante ver qualquer grupo de pessoas que tenta qualquer tipo de mudança”, acrescentando que os participantes do Ocupar Wall Street estavam interessados em “trabalhar para um bem maior do que especulação”. Próximo a ele, Grace de la Aguilera, uma estudante de pós-graduação em espanhol que também é de Bushwick, disse que decidiu se juntar ao protesto devido à “insatisfação com a economia.”
Em seguida, linhas de policiais usando capacetes chegaram à praça dos veteranos e se posicionaram em fileiras perto da Water Street, quando os manifestantes se reuniram em um círculo para uma reunião. Um dos organizadores, Austin Visitante, pediu que as pessoas se mantivessem em grupos, para a própria segurança.
– Ei, todos, vamos desligar Wall Street hoje – gritou enquanto os manifestantes aplaudiram e comemoraram.
Naquele momento, Visitante advertiu que prisões seriam possíveis.
– Nossa meta é William e Wall Street – disse ele.
A manifestação foi seguida de perto pelo comando policial de Water Street, com policiais vestindo camisas brancas, protegidos por homens a cavalo, alinhados em uma fileira. Os manifestantes continuaram a discutir os seus planos e anunciaram, em uníssono, um número de telefone para qualquer ajuda legal, rapidamente escrito com marca-texto em seus braços.
No final da manhã as marchas foram se desmobilizando e muitos manifestantes dirigiram-se à Bowling Green e ao Museu Nacional do Índio Norte-Americano, onde se realizavam as reuniões e o planejamento para as ações futuras.

A guerra da Mídia contra o retorno de Lula

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Golpismo age como se não houvesse amanhã
 
 
Por Saul Leblon
 
 
Carlinhos Cachoeira e seu ubíquo braço-direito, o araponga Dadá, não estão mais à solta para emprestar artes e ofício às reportagens' e 'denúncias' programadas por 'Veja'. Quase não se nota. Se o plantel perdeu talento específico, o engajamento na meliância política ganhou em arrojo e sofreguidão. A constelação de colunistas que orbita em torno daquilo que 'Veja' excreta arregaçou mangas e redobra esforços.

A afinação do jogral não deixa dúvida sobre o alvo mais cobiçado, como mostra a meticulosa análise de Marco Aurélio Weissheimer
, nesta pág.
O troféu da vez é Lula, não a pessoa, mas o símbolo de uma barragem que reordenou a política brasileira criando espaço à ascensão do campo popular.

Buliçosos escribas do jornalismo isento sugerem nesta 2ª feira que podem superar as mais dilatadas expectativas na caça ao tesouro. As postagens do colunismo amigo de Demóstenes Torres -outro centurião da linha de frente abatido sem deixar vácuo- sugerem a travessia de um Rubicão.

O conservadorismo age como se não houvesse amanhã. A crise econômica não destruiu o governo do PT e o país retoma o crescimento neste 4º trimestre. Então, é agora ou nunca.

Com a ajuda das togas que atiçam o linchamento contra o partido no STF, a mídia demotucana arranca uma escalada preventiva vertiginosa. Comete-se de forma explícita aquilo que até mesmo Dadá e Cachoeira teriam pejo em praticar desguarnecidos das sombras: a chantagem ancorada em 'provas' improváveis, mas tornadas críveis através do incessante centrifugador de carniça de quatro hélices: Veja-colunistas- bancada demotucana-Procuradoria geral da República.

No manuseio dessa engrenagem exibem o que sabem fazer melhor: regurgitar guerra política travestida de jornalismo; incorporar denúncias palatáveis à heterodoxia jurídica; arredondar a massa informe em escândalo e criminalização de forças e lideranças que não derrotam na urna há três eleições presidenciais.

Nas últimas 72 horas uma não-entrevista do publicitário Marcus Valério a 'Veja', talvez pela pífia credibilidade e repercussão do meio e da mensagem, transformou-se em 'entrevista gravada' -mas cujo áudio a revista 'estuda' se vai liberar', avisam os relações públicas do comboio em marcha.

Ato contínuo, o renitente vácuo de credibilidade é ocupado pelo anúncio da existência de um suposto vídeo, 'de 4 cópias' (sempre é oportuno um detalhe para granjear confiabilidade à impostura) em que um desesperado Marcus Valério faria revelações para divulgação imediata -' caso sofra um atentado', acena um operador da usina de carniça midiática, exalando o odor característico que o inebria.

Claro, o indefectível procurador Roberto Gurgel está disponível para dar uma pala, emprestando glacê jurídico aos fuzarqueiros do golpismo; porém, evocando parcimônia: 'só' posteriormente ao julgamento em curso no STF, as denúncias de Valério contra Lula -negadas pelo próprio e por seu advogado, até segunda ordem- poderão, eventualmente, ser examinadas pelo ministério público.

No fecho do rally desta segunda feira, o PSDB e seu rodapé gasto, Roberto Freire, 'exigiam' que Lula se pronunciasse sobre a maromba desatada. Esse é o idioma político adotado pelo dispositivo midiático conservador -que recebeu 70% da publicidade federal do governo Dilma- a dois anos da sucessão de 2014. A ver.
 
 
 
A guerra da Veja contra o retorno de Lula


Marco Aurélio Weissheimer


A revista Veja publicou neste final de semana mais uma de suas bombásticas “denúncias” contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “Marcos Valério envolve Lula no mensalão”, diz a publicação. Quase que imediatamente, os colunistas políticos de sempre passaram a reproduzir a “informação” da revista. Cristiana Lôbo tuitou sábado à tarde: “Está instalada a polêmica sobre entrevista de Marcos Valério à Veja. Diz que Lula sabia e que PT deu garantias de punição branda por silêncio”. Detalhe: não havia nenhuma “entrevista de Marcos Valério” na revista. E a própria Veja dizia isso: a reportagem foi “feita com base em revelações de parentes, amigos e associados”.

O jornalista Ricardo Noblat foi outro que passou a tarde de sábado repercutindo a “denúncia” da revista. Ainda no sábado veio o desmentido do advogado de Valério: “O Marcos Valério não dá entrevistas desde 2005 e confirmou para mim hoje que não deu entrevista para a Veja e também não confirma o conteúdo da matéria, disse Marcelo Leonardo. Noblat não seu deu por vencido e, pelo twitter, reclamou dos termos do desmentido: “O advogado de Valério diz que seu cliente não confirma as informações publicadas pela Veja. Por que não disse que Valério as desmente?”. Entusiasmado, o imortal Merval Pereira (O Globo) afirmou em um artigo intitulado “Valério acusa Lula”: “os estragos políticos são devastadores, e nada impede que uma denúncia seja feita contra Lula mais adiante”. Merval não mencionou o desmentido oficial do advogado de Valério.

A tese do “domínio final do fato”
A Folha de S.Paulo correu para dar voz a José Serra que classificou as “denúncias” como graves e defendeu a abertura de investigações. Merval Pereira, fazendo às vezes de jurista, manifestou esperança na tese do “domínio final do fato”, que levou o Procurador- geral Roberto Gurgel a acusar José Dirceu como “o chefe da quadrilha do mensalão”. O jornalista de O Globo escreveu: “Alguns ministros do Supremo deixaram escapar, no início do julgamento, que pela tese do domínio final do fato, se a cadeia de comando não terminasse no ex-ministro José Dirceu, teria forçosamente que subir um patamar e atingir o ex-presidente Lula”.

Já o colunista político Fernando Rodrigues, da Folha de S.Paulo preferiu explorar as possíveis consequências políticas da matéria nas eleições municipais deste ano. Ele escreveu sábado em seu blog: “Do ponto de vista jurídico, o efeito pode ser nulo. O processo do mensalão está em fase de julgamento e não serão mais acrescentadas provas. Do ponto de vista político, a reportagem da revista Veja desta semana pode ter grande impacto na reta final das eleições municipais, sobretudo nas grandes cidades nas quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem interesse direto, junto com o PT, em garantir vitórias para alavancar a sigla em 2014”.

Merval: “nada impede uma nova denúncia”
Mais uma vez, o circuito da “informação” funcionou e o assunto ganhou ampla repercussão pelos “formadores de opinião” de plantão. O funcionamento desse circuito é um tanto peculiar. Denúncias com base factual muito forte, como aquelas relacionadas às ligações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com a revista Veja, são solenemente ignoradas. Qualquer denúncia publicada pela revista Carta Capital recebe o mesmo tratamento silencioso. Mas qualquer denúncia da Veja é rapidamente repercutida. Os jornalistas citados acima sequer se dão ao trabalho de dar alguma justificativa para esse comportamento seletivo. Ele parece estar inserido, para usar a tese cara a Merval Pereira no “domínio final dos fatos”. Mas essas observações, é claro, são carregadas de uma certa ingenuidade. Não há razões para supresas nem espantos quanto ao funcionamento desse mecanismo de repercussões.

O artigo de Merval Pereira não deixa nenhuma dúvida sobre o que seria esse “domínio final dos fatos”, ou melhor, quem seria: Luiz Inácio Lula da Silva. O site Brasil 247 afirmou, na tarde de domingo, em texto intitulado “Globo antecipa próxima etapa do golpe contra Lula”: “No seu artigo deste domingo, Merval Pereira toma como verdade a “entrevista” de Veja com Marcos Valério, já negada pelo publicitário, e avisa: ‘Nada impede que uma nova denúncia seja feita mais adiante’. Ou seja: com alguns companheiros condenados e outros presos, Lula terá uma espada no pescoço”. Em outra matéria (“Civita deflagra operação para colocar Lula na cadeia”), o Brasil 247 sustentou que o objetivo da Veja é transformar Lula em réu no STF e impedir que ele volte à concorrer à Presidência da República.

Cristiana Lôbo pede explicações a Noblat
No início da noite de domingo, Cristiana Lôbo pediu a Ricardo Noblat, mais uma vez pelo twitter, para que ele explicasse em que pé estava o assunto: “Passei o fim de semana em Goiânia e não entendo mais a polêmica sobre a não entrevista de M. Valério. Você pode me explicar @BlogdoNoblat ?” E Noblat explicou do seguinte modo (em três tuitadas sucessivas), introduzindo uma novidade, a existência de uma suposta gravação com Marcos Valério: “Veja entrevistou Valério. O advogado dele foi contra. Combinou-se de apresentar a entrevista como conversas de Valério com outras pessoas. E assim saiu a matéria. Ocorre que o advogado de Valério desmentiu que ele tivesse dito o que a Veja publicou. Aí ficou parecendo que a Veja teria inventado coisas e atribuído a Valério. Por isso a direção da revista decide se divulga a fita”.

Do ponto de vista político, a pauta da Veja, já devidamente abraçada pela oposição ao governo Dilma, parece ter um objetivo muito claramente definido. No momento em que Lula começa a voltar aos palanques, nas campanhas das eleições municipais, e em que o STF começará a julgar os réus do chamado “núcleo político do mensalão”, a tentativa é de colar uma coisa na outra. No final da noite de domingo, o Brasil 247 publicou a seguinte síntese sobre o caso, deixando um conselho para o ex-presidente Lula: “No momento em que retorna aos palanques, Lula é alvo de uma tentativa de golpe preventivo. O recado que os opositores transmitem é: “se voltar levará chumbo”. Diante do ataque organizado, o ex-presidente só tem uma alternativa, que é lutar para não ser devorado pelos adversários”.