Segundo Paulo Betti, não existiria o CD "A Canção Brasileira" se, nos anos 80, o diretor Luís Antônio Martinez Corrêa (1950-1987), com a ajuda de Marshall Netherland, não tivesse encenado seus célebres "Theatro Musical Brazileiro 1860/1914" e "Theatro Musical Brazileiro 1914/1945".
Frutos de extensa pesquisa, aqueles espetáculos, além de encantar plateias, deixaram registradas para as futuras gerações as trilhas dos antigos musicais.
“A Canção Brasileira” é um dos belos exemplos da força do nosso teatro musical. A montagem da década de 1930 da peça ficou em cartaz por 500 apresentações, consagrando-se como um grande sucesso. Segundo Paulo Betti as partituras da peça se extraviaram impedindo sua remontagem ao longo de décadas.
“Nossa realização teve a sorte da redescoberta das partituras, obra do acaso e do trabalho dedicado de Maria Helena Martinez Correa”.
“A Canção Brasileira” tem como tema principal, exatamente, o encontro entre Samba e Canção, algo que se consumava na época - apontado como o primeiro samba-canção, "Linda Flor (Ai,Ioiô)" (Henrique Vogeler/Luiz Peixoto/Marques Porto), lançado em 1928.
O “Samba” era feito por Vicente Celestino. A “Canção” era vivida por Gilda Abreu.
"A Canção Brasileira" tem libreto de Luís Iglesias e Miguel Santos e músicas Henrique Vogeler.
“Canção e Samba”
Vicente Celestino e Gilda Abreu casaram-se em plena temporada da revista musical. Segundo informações da coleção “Nova História da Música Popular Brasileira (1977)” o casamento foi pela manhã, e a noite, durante a encenação da revista musical a cena do casamento real repetiu-se.
“Num quadro em que Gilda aparecia de noiva, foi usado o mesmo vestido da cerimônia. E, entre os sons da marcha nupcial e uma romântica revoada de pombos, repetiram, agora já com sabor de glória, a emoção do casamento”.
Já o Blog do Bonequinho (jornal O Globo) afirma que “Celestino e Gilda se casaram de verdade em cena, no palco, talvez num golpe publicitário para encher ainda mais o teatro”.
O CD “A Canção Brasileira” totaliza 14 músicas. Confiram algumas delas.
“O Brasil é um Seresteiro” - VOZ (Juliana Betti / Wladimir Pinheiro), FLAUTA (Dirceu Leite), CLARINETA (Vinicius), CAVAQUINHO (Tiago Tomé), VIOLÃO (Zé Paulo Becker), CELLO (Hugo Pilger), BAIXO (Guto), PERCUSSÃO (Reginaldo Vargas / Tiago Tomé).
“Meiga Flor” – VOZ (Wladimir Pinheiro, VIOLÃO (Zé Paulo Becker), CELLO (Hugo Pilger), BAIXO (Ney Conceição), PERCUSSÃO (Reginaldo Vargas).
“O Chorinho” – VOZ e CORO (Flora / Tiago Tomé / Guilherme), FLAUTA (Dirceu Leite), CAVAQUINHO ( Tiago Tomé), VIOLÃO (Zé Paulo Becker), BAIXO (Guto), PRECUSSÃO (Reginaldo Vargas / Tiago Tomé).
“Valsa” – VOZ (Ana Bairá), CLARINETA (Vinicius), PIANO (Bahal), CELLO (Hugo Pilger), BAIXO (Guto).
“O Samba no Morro” – VOZ (Wladimir Pinheiro), CORO (Ana Bairá / Édio Nunes / Glória Calvente / Guilherme Miranda /Janaína Azevedo / José Mauro Brant / Wladimir Pinheiro / Victor Hugo), FLAUTA (Dirceu Leite), CAVAQUINHO (Tiago Tomé), VIOLÃO ( Zé Paulo Becker), BAIXO ( Ney Conceição), PERCUSSÃO (Reginaldo Vargas).
O objetivo de Paulo Betti é transformar o musical em filme. Enquanto isto não se concretiza, ele distribui o CD, patrocinado pelo BNDES, para instituições ligadas a teatro e música, como o Instituto de Artes da Unicamp e o Conservatório Musical de Tatuí.
Pessoas interessadas em ter o CD também podem entrar em contato com a Casa da Gávea a fim de recebê-lo: (0/xx/21) 2239-3511, casadagavea@casadagavea.com.br
Sucesso ao CD e ao futuro filme, "A Canção Brasileira".
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