quarta-feira, 9 de março de 2011

A guerra suja de Serra vs Alckmin: o incrível imbróglio do shopping + a escrivã desnudada

Êita, que a catinga tá braba no ninho dos tucanos!

Mas, como os representantes da nossa "elite" lutam com classe, não? Seus golpes são, assim, tão "sofisticados" e "nobres"...




9 de março de 2011  
 

O incrível imbróglio do shopping


por Luiz Carlos Azenha

Fofocas, boatos, traição.
Na guerra dos tucanos, bicos afiados cravam as costas dos adversários.
O vídeo abaixo é parte de uma trama: o secretário de Segurança, Antonio Ferreira Pinto, se encontra com um repórter da Folha de S. Paulo no shopping Higienópolis. Ele, secretário, aparece com um envelope pardo nas mãos. O envelope conteria documentos utilizados pelo jornalista em reportagem na qual foram acusados desafetos do secretário.
A pergunta de um milhão de dólares: quem, no shopping, monitorou o secretário? Quem vazou as imagens do circuito interno?
É polícia contra polícia?

A reportagem publicada pela Folha é esta.

Rodrigo Vianna, no Escrevinhador, esclarece melhor a disputa, que lança alckmistas contra serristas — e vice-versa.
 .....

http://www.rodrigovianna.com.br/plenos-poderes/alckmin-x-serra-video-mostra-que-a-guerra-esta-feia-tambem-na-area-de-seguranca.html

Bicadas entre Tucanos

Alckmin x Serra: vídeo mostra que guerra está feia também na área de Segurança

publicada quarta-feira, 09/03/2011 

por Rodrigo Vianna

Peço a atenção dos leitores para mais um capítulo da guerra entre os tucanos de São Paulo (sobre a disputa entre os “cosmopolitas” e os “caipiras”, já escrevi aqui).
Primeiro, algumas informações de fundo (na sequência trarei uma novidade factual, na forma de um vídeo que circula pela internet desde terça à noite). O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, é dos poucos remanescentes da equipe de Serra que foram mantidos por Alckmin. Como se sabe, Serra e Alckmin travam uma batalha surda pelo controle do PSDB paulista.    

Ele é homem de Serra, mantido a contragosto por Alckmin...

Na época em que Alckmin montava seu gabinete, jornal paulista vazou a informação (plantada sabe-se lá com que interesses, mas podemos imaginar) de que a saída de Ferreira Pinto significaria a vitória da “banda podre” da polícia paulista. A reportagem saiu na “Folha” (o jornal costuma estar à disposição para as manobras de Serra), e foi assinada por Mario Cesar Carvalho. Guardem esse nome.
Depois disso, Alckmin ficou de mãos amarradas: se tirasse Ferreira Pinto, ganharia a pecha de beneficiar a “banda podre”. Se mantivesse Ferreira Pinto, teria cedido a pressões e manobras de um homem nomeado pelo antecessor Serra.
Alckmin optou pela segunda decisão. Mas mandou um recado a Ferreira Pinto (e a Serra), nomeando para a Secretaria de Transportes Saulo Abreu de Castro. Saulo era o homem forte da Segurança na gestão anterior de Alckmin como governador (2003/2006).  É como se Alckmin dissesse a Ferreira Pinto (e, indiretamente, a Serra): você ganhou o primeiro “round”, mas a qualquer momento o fantasma de Saulo pode avançar sobre a Segurança de novo!
Pois bem. Na última semana de fevereiro, Ferreira Pinto foi bombardeado. Lembram-se da imagem da escrivã humilhada por uma equipe da Corregedoria de Polícia? Assessores de Ferreira Pinto dizem, em off, que o vídeo pode ter partido da turma de Saulo – interessado em desgastar o atual titular da Segurança.
Ferreira Pinto foi para o contra-ataque. Como?
No último dia 1 de março, o jornal “Folha de S, Paulo”, em boa reportagem de Mario Cesar Carvalho (!), trouxe a informação de que um assessor da secretaria de Segurança recebia grana como consultor “vendendo” informaçõe sigilosas para particulares. O nome do assessor: Tulio Kahn. Quem nomeou Túlio para o cargo, no mandato anterior de Alckmin? Saulo de Castro.
Parece complicado esse emaranhado, mas é importante prestar atenção:  Saulo(=Tulio Khan)=Alckmin  X  Ferreira Pinto (=Serra). 
Ontem, começou a circular um vídeo que mostra o secretario de Segurança Ferreira Pinto (aquele, nomeado por Serra, e mantido por Alckmin) circulando por um shopping de São Paulo. A imagem é do dia 25 de fevereiro (4 dias antes da reportagem da “Folha” ser publicada). Ferreira Pinto circula, com um envelope na mão, até que chega um homem, de jaqueta branca. Quem é esse homem? O jornalista Mario Cesar Carvalho.
 A imagem mostra que o jornalista e o secretário andam juntos até um café, sentam numa mesa e conversam.
Qual a conclusão de quem acompanha essa área de Segurança? O secretário Fereira Pinto é que teria sido a fonte da “Folha”. Ou seja: Ferreira Pinto forneceu munição contra Tulio Khan, para atingir Saulo (o rival dele, que pode ocupar a secretaria de Segurança).
Hoje, jornalistas perguntaram a Ferreira Pinto se ele de fato se encontrou com o repórter da “Folha” no shopping. O secretário admitiu o encontro, mas não revelou o que havia no envelope, nem deu mais detalhes.
Antes que se façam insinuações feias, ninguém imagina que o envelope contivesse pagamento ou dinheiro. Nada disso. Imagina-se que continha informação que o Mario Cesar deve ter utilizado na reportagem.
O jornalista da “Folha” não falou sobre o caso. E se eu fosse ele não falaria. É o princípio básico do sigilo da fonteMario Cesar não fez nada de errado, ao contrário. O jornalista estava atrás de uma informação. Normalmente, é quando os políticos brigam que as informações circulam.
O incrível é outra coisa: um secretário vazar para o jornal informação que, no fim e ao cabo, atinge o próprio governo em que ele trabalha!
Mais um indcativo de como as relações enre os tucanos estão envenenadas.
Por último, algumas observações adcionais…
Por que um secretário se encontraria com um jornalista num shopping, e não no gabinete na secretaria? Talvez, para evitar que assesores vissem o jornalista, e depois contassem a Tulio Khan. 
O vídeo que compromete Ferreira Pinto vazou na internet num blog do Vale do Paraíba  (base política de Alckmin); o titular do blog chama-se João Alkimin (!!!!).
É o estilo de Geraldo Alckmin. Deu o troco usando um blog do interior, para fritar Ferreira Pinto em fogo brando. Nada de escândalo. O que interessa é apagar – aos poucos e sem fazer marola – os vestígios do serrismo no governo paulista.
Eles se amam. E olhe que 2014 ainda está longe. Mas no meio do caminho há 2012.

Mais informações você encontra:
- no “Flit Paralisante“;
- ou no “Cabeça de Bacalhau“.

SECRETARIA FALA EM “ESPIONAGEM”
A Secretaria de Segurança de São Paulo publicou, há pouco, nota sobre o caso.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informa
1) É grave a obtenção e a divulgação de imagens do circuito interno de um shopping center de São Paulo. Não por seu conteúdo, mas pelo forte indício de que grupos criminosos as utilizaram para espionar o primeiro escalão do Estado e o trabalho legítimo da imprensa, protegido pela Constituição Federal da República.
2) As imagens mostram um encontro ocorrido em um lugar público entre o secretário de segurança de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto e um jornalista de importante veiculo de comunicação.
3) Não há nada de suspeito na conversa entre ambos. Suspeito seria um encontro do secretário com criminosos comuns ou funcionários públicos corruptos.
4) A imagem de pessoas só podem ser utilizadas se houver expressa autorização ou por ordem judicial. Portanto, o vazamento das imagens produzidas pelo circuito interno do Shopping Higienópolis constitui crime.
5) Deve-se, aliás, à continuidade do combate ao crime e à corrupção policial a queda histórica dos índices de criminalidade em São Paulo. O Estado de São Paulo atingiu o menor índice de homicídios da história recente. É o que apontam as Estatísticas da Criminalidade divulgadas pela Secretaria de Estado da Segurança Pública. Novamente o crime caiu em São Paulo e chegou-se, em 2010, a 10,47 homicídios dolosos para cada 100 mil habitantes. Em 1999, quando a taxa era de 35,27/100 mil, alcança a significativa marca de 70,3%. De lá para cá, os índices têm mostrado queda consistente. A taxa de 10,47, registrada em 2010, é menor do que a metade da taxa de homicídios brasileira, de 24,5 para cada 100 mil habitantes/ano.
6) Tal avanço só foi possível pela sucessão de políticas de segurança virtuosas, acompanhadas, sempre, do combate implacável à corrupção e à violência policial. Desde 2009, 298 policiais foram demitidos a bem do serviço público. Outros 324 foram expulsos ou exonerados.
7) Vale ressaltar que, desde a recondução do secretário Ferreira Pinto ao cargo de secretário da Segurança, o inconformismo de uma pequena parcela de policiais prejudicados com a austeridade da política atual de segurança se intensificou.”
.....

Folha de São Paulo, 03/03/2011 

Consultoria usava funcionários da Secretaria de Segurança de SP

DE SÃO PAULO

A Angra Consultoria, empresa que utilizava dados sigilosos da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo em serviços que vendia para clientes privados, trabalhava com funcionários da pasta, segundo reportagem de Mario Cesar Carvalho publicada na edição desta quinta-feira da Folha.
Segundo o texto, um orçamento de R$ 85,9 mil da Angra, de 2009, citava cinco profissionais. Quatro deles foram funcionários da CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento), segundo a assessoria de imprensa da secretaria. Um dos nomes citados ainda trabalha lá. A CAP é o órgão que concentra as estatísticas criminais da polícia paulista.
Anteontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) demitiu o sociólogo Túlio Kahn, chefe dessa seção, depois de a Folha ter revelado que ele era sócio da própria Angra. Para Alckmin, a atividade pública de Kahn é incompatível com os negócios dele.
 
OUTRO LADO
Uma das funcionárias da Secretaria de Segurança, Cristiane Ballanotti, cujo nome é citado em serviços da Angra, diz que nunca trabalhou para a empresa. A Folha enviou a ela uma cópia do documento da Angra com o nome dela. "Acho um absurdo meu nome estar circulando em tal documento", respondeu.
Ex-funcionária da pasta, Tatiana Moura disse que não vai comentar a questão.
A reportagem da Folha não conseguiu localizar ontem Túlio Kahn, André Zanetic e Monise Picanço.
Na última segunda, Kahn disse que não usou servidores da pasta na Angra. Negou que tenha violado dados e afirmou que não tem clientes, mas patrocinadores de pesquisas sobre violência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário