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Tijolaço, 26 de março de 2015
O Dr. Moro fez diferença. Fez, na vida de 250 mil operários humildes e agora desempregados
Por Fernando Brito
O Dr. Sérgio Moro recebeu com muita justiça o Prêmio Faz Diferença, conferido pelas Organizações Globo, outro dia.
Fez.
Os números que mostram que a construção civil demitiu 250 mil trabalhadores depois da “Lava Jato”. A quatro pessoas por família, um milhão de seres humanos que, aparentemente, não fazem diferença.
Gente que, sem sombra de dúvida, não roubava e não enriquecia, como os premiados pela delação.
E que não molhava a mão de ninguém, como os empreiteiros.
Não se tem notícia de alguma filha de Paulo Roberto Costa ou de Alberto Yousef indo filar a bóia no vizinho, ou que alguma delas esteja pegando uma faxina na casa das madames para pagar a conta de luz.
Não existe Justiça quando, em seu olhar, não são as consequências sociais que ocupam o primeiro plano na visão de um juiz, salvo se o juiz é um obtuso.
Se milhares de famílias ocupam ilegalmente o Pinheirinho, não é o “mande a polícia expulsar imediatamente e cumpra-se a lei” a sabedoria que se espera de quem tem o poder de julgar, por maiores sejam as razões do proprietário.
Isso é algo que se espera de um energúmeno, não de alguém que recebe do Estado a missão de resolver conflitos de forma justa e humana.
A falência das empresas, sua bancarrota, está sendo o mecanismo usado para forçar as “confissões”, está evidente.
Os “confessantes”, entregando a rapadura, veraz ou fantasiosa, são soltos quase imediatamente.
Para cada preso de Sérgio Moro, porém, dezenas de milhares de homens, mulheres e crianças já são imediatamente condenados: à fome, às necessidades, ao desespero.
Não têm confissões a fazer, muito menos quem as premie por elas.
Significa que se devesse aceitar a corrupção em nome do emprego?
Não, absolutamente não.
Havia um sem-número de medidas que se poderia tomar.
Reter, por exemplo, uma parcela de seus ativos e faturamento, de forma a garantir a devolução do desviado.
Determinar a auditoria dos contratos imputados de desvio.
Como escreveu um amigo, “Quem comete crimes são pessoas, não instituições. Torturadores eram militares, não o Exército. Corruptores eram dirigentes, não empresas”.
Empresas podem e devem ser punidas com multas, até porque é inimaginável que se possa “enjaular” uma pessoa jurídica.
Mas, quando são punidas com meses de insegurança, onde até mesmo pagá-las o contratado, por obras efetivamente realizadas, torna-se um perigo para qualquer dirigente público que as contratou – só deixa um caminho possível: parar.
E, parando a construção pesada no país, o Dr. Moro fez diferença.
Uma dramática diferença, não para os ricos, que viverão à farta com tudo o que lhes sobra.
Mas para os pobres, a quem não sobra nada e agora falta tudo.
Faz diferença, não é, Dr. Moro?
Fez.
Os números que mostram que a construção civil demitiu 250 mil trabalhadores depois da “Lava Jato”. A quatro pessoas por família, um milhão de seres humanos que, aparentemente, não fazem diferença.
Gente que, sem sombra de dúvida, não roubava e não enriquecia, como os premiados pela delação.
E que não molhava a mão de ninguém, como os empreiteiros.
Não se tem notícia de alguma filha de Paulo Roberto Costa ou de Alberto Yousef indo filar a bóia no vizinho, ou que alguma delas esteja pegando uma faxina na casa das madames para pagar a conta de luz.
Não existe Justiça quando, em seu olhar, não são as consequências sociais que ocupam o primeiro plano na visão de um juiz, salvo se o juiz é um obtuso.
Se milhares de famílias ocupam ilegalmente o Pinheirinho, não é o “mande a polícia expulsar imediatamente e cumpra-se a lei” a sabedoria que se espera de quem tem o poder de julgar, por maiores sejam as razões do proprietário.
Isso é algo que se espera de um energúmeno, não de alguém que recebe do Estado a missão de resolver conflitos de forma justa e humana.
A falência das empresas, sua bancarrota, está sendo o mecanismo usado para forçar as “confissões”, está evidente.
Os “confessantes”, entregando a rapadura, veraz ou fantasiosa, são soltos quase imediatamente.
Para cada preso de Sérgio Moro, porém, dezenas de milhares de homens, mulheres e crianças já são imediatamente condenados: à fome, às necessidades, ao desespero.
Não têm confissões a fazer, muito menos quem as premie por elas.
Significa que se devesse aceitar a corrupção em nome do emprego?
Não, absolutamente não.
Havia um sem-número de medidas que se poderia tomar.
Reter, por exemplo, uma parcela de seus ativos e faturamento, de forma a garantir a devolução do desviado.
Determinar a auditoria dos contratos imputados de desvio.
Como escreveu um amigo, “Quem comete crimes são pessoas, não instituições. Torturadores eram militares, não o Exército. Corruptores eram dirigentes, não empresas”.
Empresas podem e devem ser punidas com multas, até porque é inimaginável que se possa “enjaular” uma pessoa jurídica.
Mas, quando são punidas com meses de insegurança, onde até mesmo pagá-las o contratado, por obras efetivamente realizadas, torna-se um perigo para qualquer dirigente público que as contratou – só deixa um caminho possível: parar.
E, parando a construção pesada no país, o Dr. Moro fez diferença.
Uma dramática diferença, não para os ricos, que viverão à farta com tudo o que lhes sobra.
Mas para os pobres, a quem não sobra nada e agora falta tudo.
Faz diferença, não é, Dr. Moro?
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