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Blog do Menon, 07/07/2014
Em 2007, dias após o Brasil ser escolhido como sede da Copa, fui a um jogo no Bruno José Daniel, em Santo André. A cabina de imprensa era péssima. Um colega disse assim: esse é o país que quer sediar a Copa? Argumentei que não haveria copa em Santo André. E ele seu um sorriso irônico. Só faltou me chamar de “tolinho''. Depois disso, ouvi milhões de vezes o “imagina na Copa''.
Ouvi bilhões de vezes que os aeroportos não ficariam prontos.
No consultório médico, li que os estádios ficariam prontos em 2038.
Ouvi gente que nunca fez um gesto pelos pobres, que nunca teve simpatia pelos despossuídos defendendo educação e hospitais.
Vi raivosos, com a cara coberta com máscaras negras, quebrando bens públicos e queimando carros e vociferando que não vai ter copa.
Aguentei blablabla em festa de família, jurando que o Brasil não pode. Não pode por definição. Ponto. Não pode. Acabou. Vamos colocar os pés no chão.
Vi ex-cunhado compartilhando mentiras sobre o Brasil.
Ah, o Facebook. Quantos compartilhamentos teve o jornalista dinamarquês que desistiu da Copa porque estavam matando crianças no Nordeste para que os estrangeiros não percebessem a pobreza.
Na televisão, o Canalha que não é canalha falava sobre milhares de pessoas afastadas de suas casas por causa da Copa.
E que imagem vamos deixar para os estrangeiros? Nossos taxistas são ladrões, nossas putas nem inglês falam, não somos loiros, temos sotaques.
Vi colegas jurarem que seria um vexame. Sem tremer a voz, sem piscar, com a certeza dos crentes. Fanáticos do apocalipse, que não admitem dúvidas. Ve-xa-me.
Na véspera da Copa, dia 11 de junho, o alarme. Sistema sem fio não funciona. 4G não funciona. Esperem amanhã, imaginem o caos.
A Copa não vai dar certo porque no primeiro jogo teste a torcida do Figueirense, time adversário, não tinha ingressos. Mas não tem Figueirense na Copa. Ah, não acredito nesse seu argumento. Amigo, não tem time rival na Copa. Ah tá bom. Só me faltou chamar de tolinho.
A estação Itaquera é longe do Metrô. Longe, quanto? Cinco quilômetros. Ah, você é iludido, não dá para falar com você.
A Espanha vendeu a Copa das Confederações. O Brasil é ruim demais.
A Copa do Mundo está comprada. O japonês começou o serviço. E o gol anulado do Hulk, que dominou a bola no ombro? E o sufoco contra o Chile. E a falta criminosa em Neymar? Ah tá bom, você é muito radical, não adianta conversar.
A Espanha vendeu a Copa para ter o direito de sediar a outra, em 2026.
E a maior de todas:
ESTÁ TUDO ARMADO PARA O MESSI GANHAR A COPA. POR ISSO MACHUCARAM O NEYMAR.
Duvida que eu ouvi isso? Tá certo, eu li. Está ali nesse post com a charge do Mick Jagger, o post 115. Dá para acreditar. E eu que pensei que teoria de conspiração fosse coisa dos EUA.
Bem, vamos resumir. Os estádios ficaram prontos, os aeroportos funcionaram, os gringos gostaram, a maioria diz que não houve Copa igual….
E os que torcem contra, continuam torcendo. Estão por aí, gritando pela Alemanha, como gritaram pela Colombia, Chile, Camarões, México e Croácia.
Estão revoltados. Mas o Jabor disse que mostraríamos ao mundo a nossa incompetência. Se ele falou, é verdade.
E agora, a cereja no bolo. A polícia do Rio de Janeiro prende um bandido responsável por um esquema fraudulento envolvendo ingressos oficiais que já durava havia quatro Copas. O nome dele? Ray Whelan. Como, não é brasileiro??????
Amigos, ouvi muito. Li muito. Me angustiei. Passei raiva. Sim, eu queria que desse certo. Eu apostei que daria certo. Então, hoje eu estou feliz. Eu acertei. O Brasil fez a Copa das Copas. É só perguntar para quem esteve aqui. Pergunte que imagem levarão de nosso país. Pergunte quanto deixaram de dinheiro. Pergunte se voltarão.
O jogo de hoje nem importa. O Brasil é campeão.
Ah, e vai ganhar da Alemanha. Franco atirador? Aqui não.
Coxinhas, vocês perderam. E, para falar no dialeto que vocês amam, o meu destaque final.LOSERS.
http://www.cartacapital.com. br/revista/807/o-brasil- ganhou-a-copa-7799.html
Brasil venceu a Copa das Copas
Em 2007, dias após o Brasil ser escolhido como sede da Copa, fui a um jogo no Bruno José Daniel, em Santo André. A cabina de imprensa era péssima. Um colega disse assim: esse é o país que quer sediar a Copa? Argumentei que não haveria copa em Santo André. E ele seu um sorriso irônico. Só faltou me chamar de “tolinho''. Depois disso, ouvi milhões de vezes o “imagina na Copa''.
Ouvi bilhões de vezes que os aeroportos não ficariam prontos.
No consultório médico, li que os estádios ficariam prontos em 2038.
Ouvi gente que nunca fez um gesto pelos pobres, que nunca teve simpatia pelos despossuídos defendendo educação e hospitais.
Vi raivosos, com a cara coberta com máscaras negras, quebrando bens públicos e queimando carros e vociferando que não vai ter copa.
Aguentei blablabla em festa de família, jurando que o Brasil não pode. Não pode por definição. Ponto. Não pode. Acabou. Vamos colocar os pés no chão.
Vi ex-cunhado compartilhando mentiras sobre o Brasil.
Ah, o Facebook. Quantos compartilhamentos teve o jornalista dinamarquês que desistiu da Copa porque estavam matando crianças no Nordeste para que os estrangeiros não percebessem a pobreza.
Na televisão, o Canalha que não é canalha falava sobre milhares de pessoas afastadas de suas casas por causa da Copa.
E que imagem vamos deixar para os estrangeiros? Nossos taxistas são ladrões, nossas putas nem inglês falam, não somos loiros, temos sotaques.
Vi colegas jurarem que seria um vexame. Sem tremer a voz, sem piscar, com a certeza dos crentes. Fanáticos do apocalipse, que não admitem dúvidas. Ve-xa-me.
Na véspera da Copa, dia 11 de junho, o alarme. Sistema sem fio não funciona. 4G não funciona. Esperem amanhã, imaginem o caos.
A Copa não vai dar certo porque no primeiro jogo teste a torcida do Figueirense, time adversário, não tinha ingressos. Mas não tem Figueirense na Copa. Ah, não acredito nesse seu argumento. Amigo, não tem time rival na Copa. Ah tá bom. Só me faltou chamar de tolinho.
A estação Itaquera é longe do Metrô. Longe, quanto? Cinco quilômetros. Ah, você é iludido, não dá para falar com você.
A Espanha vendeu a Copa das Confederações. O Brasil é ruim demais.
A Copa do Mundo está comprada. O japonês começou o serviço. E o gol anulado do Hulk, que dominou a bola no ombro? E o sufoco contra o Chile. E a falta criminosa em Neymar? Ah tá bom, você é muito radical, não adianta conversar.
A Espanha vendeu a Copa para ter o direito de sediar a outra, em 2026.
E a maior de todas:
ESTÁ TUDO ARMADO PARA O MESSI GANHAR A COPA. POR ISSO MACHUCARAM O NEYMAR.
Duvida que eu ouvi isso? Tá certo, eu li. Está ali nesse post com a charge do Mick Jagger, o post 115. Dá para acreditar. E eu que pensei que teoria de conspiração fosse coisa dos EUA.
Bem, vamos resumir. Os estádios ficaram prontos, os aeroportos funcionaram, os gringos gostaram, a maioria diz que não houve Copa igual….
E os que torcem contra, continuam torcendo. Estão por aí, gritando pela Alemanha, como gritaram pela Colombia, Chile, Camarões, México e Croácia.
Estão revoltados. Mas o Jabor disse que mostraríamos ao mundo a nossa incompetência. Se ele falou, é verdade.
E agora, a cereja no bolo. A polícia do Rio de Janeiro prende um bandido responsável por um esquema fraudulento envolvendo ingressos oficiais que já durava havia quatro Copas. O nome dele? Ray Whelan. Como, não é brasileiro??????
Amigos, ouvi muito. Li muito. Me angustiei. Passei raiva. Sim, eu queria que desse certo. Eu apostei que daria certo. Então, hoje eu estou feliz. Eu acertei. O Brasil fez a Copa das Copas. É só perguntar para quem esteve aqui. Pergunte que imagem levarão de nosso país. Pergunte quanto deixaram de dinheiro. Pergunte se voltarão.
O jogo de hoje nem importa. O Brasil é campeão.
Ah, e vai ganhar da Alemanha. Franco atirador? Aqui não.
Coxinhas, vocês perderam. E, para falar no dialeto que vocês amam, o meu destaque final.LOSERS.
http://www.cartacapital.com.
Carta Capital, 06/07/2014
Por Marcos Coimbra
O Brasil ganhou a Copa
Por Marcos Coimbra
No início de 2012, esta coluna propunha que avaliássemos de dois
pontos de vista as possíveis consequências da Copa de 2014 na eleição
presidencial. Para ficar no jargão futebolístico, o primeiro teria a ver
com o que aconteceria dentro das quatro linhas, se a Seleção Brasileira
terminaria campeã ou não. O segundo seria extracampo, referindo-se a
tudo o que poderia ocorrer antes e depois que a bola rolasse.
Há quem pense, do alto de pretensa superioridade intelectual, que o típico eleitor brasileiro vota com o predomínio das partes menos nobres do organismo. Que vota com a barriga, o bolso ou o coração, nunca com o cérebro. Que é levado para cá e para lá por emoções superficiais.
São os que acham, desde 1994, que o desempenho da Seleção nas Copas do Mundo impacta o resultado das eleições presidenciais coincidentes. Têm até um teorema: “Se a Seleção ganha a Copa, vence o governo; se perde, quem lucra é a oposição”. Nada o demonstra, mas os bem-pensantes gostam de repeti-lo, aproveitando o ensejo para lamentar a incultura e o primitivismo do eleitor comum.
Já fizemos cinco eleições em ano de Copa do Mundo. O conjunto não é grande, mas é suficiente para deixar claro que os dois fenômenos não guardam relação de mútua determinação. Quem, por exemplo, achar que Fernando Henrique Cardoso venceu a eleição de 1994 porque o povo estava feliz com o sucesso na Copa nos Estados Unidos deve morar em Marte. Não percebeu que o Plano Real elegeria qualquer um.
Em 1998, o mesmo FHC voltou a vencer. Só que a Seleção Brasileira havia recém-tropeçado nos gramados franceses. A decepção no futebol não fez com que o oposicionismo crescesse.
Em 2002, a equipe nacional venceu a Copa e José Serra, o candidato do governo, foi derrotado. Mais uma vez, uma coisa não levou a outra. Como na reeleição de Lula em 2006, quando a fraca performance da Seleção na Alemanha não levou as pessoas a desistir de votar no governo. Como em 2010, em que um cenário parecido se repetiu: a Seleção foi mal, mas a candidatura que representava a continuidade foi bem. Dilma Rousseff ganhou, apesar do fracasso no futebol nas canchas sul-africanas.
Trocando em miúdos: em nenhuma dessas cinco eleições o tal teorema se sustenta. Em matéria de bobagens a respeito da política brasileira, a hipotética relação entre Copa e eleição é das maiores.
Mas não é apenas nos gramados que esta Copa acontece. Existe outra, esta sim, significativa e que poderia ter sérias repercussões na eleição. Ela ocorre fora dos gramados e é a Copa que o Brasil já ganhou.
Nos últimos anos, as pesquisas, especialmente qualitativas, mostraram o temor das pessoas de que a Copa no Brasil viesse a ser um vexame aos olhos do mundo. A desconfiança de que a infraestrutura do torneio funcionasse, a incerteza de que tudo ficasse pronto à hora, o medo de que houvesse uma falência múltipla de aeroportos, comunicações e transportes urbanos se somaram ao receio do aumento da violência e, quem sabe, de epidemias.
A isso agregava-se a convicção de que as famosas “manifestações” voltariam, com seu séquito de quebra-quebras, sangue e brigas com a polícia. A Copa tinha tudo para ser péssima. Mesmo se, no campo, o futebol brasileiro até fosse bem.
De onde teria saído uma expectativa tão negativa? Por que era tão generalizado o sentimento de que a Copa talvez viesse a ser motivo de vergonha para o País?
Com o mesmo afã com que pinta a economia como à beira do precipício, a política como um covil de ladrões e a administração pública como falida, nossa imprensa conservadora esmerou-se na caracterização desta Copa como exemplo máximo de incompetência, descalabro e falsas promessas. Levou o pessimismo da população às alturas e alimentou a imprensa internacional com seu negativismo.
Só que nada do que previa (ou desejava que ocorresse) se confirmou. A vasta maioria do povo chega à reta final do torneio orgulhosa e convencida de que, independentemente do campeão, a Copa foi um sucesso.
Honra a quem merece. Se Lula e Dilma seriam impiedosamente crucificados como os responsáveis pelo fracasso, devem ser homenageados como os grandes artífices do êxito. Ele, que “inventou” a Copa no Brasil, e ela, que tomou as providências para que acontecesse, merecem o reconhecimento dos que estão hoje satisfeitos. Incluindo os turistas estrangeiros, que se revelam encantados com a experiência de visitar o Brasil.
Isso não significa que, quando terminar a Copa no gramado, Dilma poderá ser considerada a vencedora da eleição de outubro. Mas que o resultado da Copa extracampo foi uma vitória para ela, disso não há dúvidas. Nem que seja apenas por ter ultrapassado com garbo algo que poderia ter se tornado um grave problema.
Com esse saldo positivo para Dilma das primeiras semanas do torneio, encerra-se a fase do calendário eleitoral que a legislação chama de pré-campanha. Seus adversários têm pouquíssimo o que festejar. Aécio Neves e Eduardo Campos não estavam bem quando o ano começou e assim permanecem.
Vai depender do desempenho da Seleção se a campanha propriamente dita começará logo ou apenas depois do dia 13 de julho. Não que isso mude muito o quadro, pois o eleitor é perfeitamente capaz de fazer duas coisas ao mesmo tempo, festejar (ou lamentar) o resultado do futebol e resolver como votar na eleição. E a propaganda eleitoral na televisão só se iniciará em 15 de agosto. Quando lá chegarmos, a Copa do Mundo já será uma lembrança.
Tomara que boa.
Há quem pense, do alto de pretensa superioridade intelectual, que o típico eleitor brasileiro vota com o predomínio das partes menos nobres do organismo. Que vota com a barriga, o bolso ou o coração, nunca com o cérebro. Que é levado para cá e para lá por emoções superficiais.
São os que acham, desde 1994, que o desempenho da Seleção nas Copas do Mundo impacta o resultado das eleições presidenciais coincidentes. Têm até um teorema: “Se a Seleção ganha a Copa, vence o governo; se perde, quem lucra é a oposição”. Nada o demonstra, mas os bem-pensantes gostam de repeti-lo, aproveitando o ensejo para lamentar a incultura e o primitivismo do eleitor comum.
Já fizemos cinco eleições em ano de Copa do Mundo. O conjunto não é grande, mas é suficiente para deixar claro que os dois fenômenos não guardam relação de mútua determinação. Quem, por exemplo, achar que Fernando Henrique Cardoso venceu a eleição de 1994 porque o povo estava feliz com o sucesso na Copa nos Estados Unidos deve morar em Marte. Não percebeu que o Plano Real elegeria qualquer um.
Em 1998, o mesmo FHC voltou a vencer. Só que a Seleção Brasileira havia recém-tropeçado nos gramados franceses. A decepção no futebol não fez com que o oposicionismo crescesse.
Em 2002, a equipe nacional venceu a Copa e José Serra, o candidato do governo, foi derrotado. Mais uma vez, uma coisa não levou a outra. Como na reeleição de Lula em 2006, quando a fraca performance da Seleção na Alemanha não levou as pessoas a desistir de votar no governo. Como em 2010, em que um cenário parecido se repetiu: a Seleção foi mal, mas a candidatura que representava a continuidade foi bem. Dilma Rousseff ganhou, apesar do fracasso no futebol nas canchas sul-africanas.
Trocando em miúdos: em nenhuma dessas cinco eleições o tal teorema se sustenta. Em matéria de bobagens a respeito da política brasileira, a hipotética relação entre Copa e eleição é das maiores.
Mas não é apenas nos gramados que esta Copa acontece. Existe outra, esta sim, significativa e que poderia ter sérias repercussões na eleição. Ela ocorre fora dos gramados e é a Copa que o Brasil já ganhou.
Nos últimos anos, as pesquisas, especialmente qualitativas, mostraram o temor das pessoas de que a Copa no Brasil viesse a ser um vexame aos olhos do mundo. A desconfiança de que a infraestrutura do torneio funcionasse, a incerteza de que tudo ficasse pronto à hora, o medo de que houvesse uma falência múltipla de aeroportos, comunicações e transportes urbanos se somaram ao receio do aumento da violência e, quem sabe, de epidemias.
A isso agregava-se a convicção de que as famosas “manifestações” voltariam, com seu séquito de quebra-quebras, sangue e brigas com a polícia. A Copa tinha tudo para ser péssima. Mesmo se, no campo, o futebol brasileiro até fosse bem.
De onde teria saído uma expectativa tão negativa? Por que era tão generalizado o sentimento de que a Copa talvez viesse a ser motivo de vergonha para o País?
Com o mesmo afã com que pinta a economia como à beira do precipício, a política como um covil de ladrões e a administração pública como falida, nossa imprensa conservadora esmerou-se na caracterização desta Copa como exemplo máximo de incompetência, descalabro e falsas promessas. Levou o pessimismo da população às alturas e alimentou a imprensa internacional com seu negativismo.
Só que nada do que previa (ou desejava que ocorresse) se confirmou. A vasta maioria do povo chega à reta final do torneio orgulhosa e convencida de que, independentemente do campeão, a Copa foi um sucesso.
Honra a quem merece. Se Lula e Dilma seriam impiedosamente crucificados como os responsáveis pelo fracasso, devem ser homenageados como os grandes artífices do êxito. Ele, que “inventou” a Copa no Brasil, e ela, que tomou as providências para que acontecesse, merecem o reconhecimento dos que estão hoje satisfeitos. Incluindo os turistas estrangeiros, que se revelam encantados com a experiência de visitar o Brasil.
Isso não significa que, quando terminar a Copa no gramado, Dilma poderá ser considerada a vencedora da eleição de outubro. Mas que o resultado da Copa extracampo foi uma vitória para ela, disso não há dúvidas. Nem que seja apenas por ter ultrapassado com garbo algo que poderia ter se tornado um grave problema.
Com esse saldo positivo para Dilma das primeiras semanas do torneio, encerra-se a fase do calendário eleitoral que a legislação chama de pré-campanha. Seus adversários têm pouquíssimo o que festejar. Aécio Neves e Eduardo Campos não estavam bem quando o ano começou e assim permanecem.
Vai depender do desempenho da Seleção se a campanha propriamente dita começará logo ou apenas depois do dia 13 de julho. Não que isso mude muito o quadro, pois o eleitor é perfeitamente capaz de fazer duas coisas ao mesmo tempo, festejar (ou lamentar) o resultado do futebol e resolver como votar na eleição. E a propaganda eleitoral na televisão só se iniciará em 15 de agosto. Quando lá chegarmos, a Copa do Mundo já será uma lembrança.
Tomara que boa.
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