quinta-feira, 31 de julho de 2014

Fracking: A polêmica do gás não convencional em debate





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AEPET, 31/07/2014


A polêmica do gás não convencional em debate

 


Evento realizado no Sindipetro-RJ no dia 28 de julho, discutiu a exploração do gás não convencional, através do método do fraturamento hidrológico (fracking). Os palestrantes abordaram o tema sob diversos ângulos e foram unânimes na condenação do método, já proibido na França e na Romênia.
A luta contra o fracking tem mobilizado ambientalistas em vários países do mundo. Em nome da Campanha Todo o Petróleo Tem que Ser Nosso, o engenheiro Fernando Siqueira exibiu gráficos, pesquisas e documentos que não deixam margem para dúvidas; o Brasil tem petróleo em abundância e outras fontes de energia não havendo a menor necessidade de recorrer à exploração de gás não convencial pelo método fracking.
Siqueira considera que essa é uma imposição dos Estados Unidos para forçar a queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional. Afirma que não faz o menor sentido para a América Latina, sobretudo o Brasil, submeter-se a essas imposições.
A argentina Diana López, do Observatorio Petroleo Sur, narrou a experiência do fracking em seu país. Lá a utilização do método na exploração de petróleo e gás não convencionais avança na mesma proporção em que se organiza a resistência popular. Diana afirma que pelo menos 30 cidades portenhas já proibiram o fracking. Mas novos territórios são ocupados, visando a exploração de gás, ameaçando terras indígenas e áreas agrícolas, com graves prejuízos para a exportação de frutas, por exemplo. Na sua avaliação, “a Argentina virou um laboratório para a América Latina”.
A pesquisadora Bianca Diele trabalha na Fiocruz e também atua no Fórum dos Atingidos pela Indústria do Petróleo e Petroquímica nas Cercanias da Baía da Guanabara (FAPP-BG). Ela chama atenção para um detalhe nada desprezível. Os mapas da ANP costumam mostrar o subsolo, mas as informações sobre quem vive acima do solo e que culturas se desenvolvem nessas localidades são sonegadas. Uma de suas preocupações centrais é com as pessoas, seu modo de vida e com o direito de ser ouvido que deveria ser garantido a cada um dos atingidos.
Antônio Terra representou a Campanha por Um Brasil Livre de Fracking, liderada pela Associação dos Servidores do Ibama. A entidade reuniu farta documentação científica, condenando o fracking, por provocar danos irremediáveis ao ambiente, sendo uma das conseqüências mais prováveis a contaminação do lençol freático. A ANP, no entanto, se fechou ao diálogo. Interesses empresariais foram colocados à frente da razão e do bom senso.
O seminário foi uma realização conjunta da:Campanha Por um Brasil Livre de Fracking (Ascema Nacional e Asibama/RJ); Fórum dos Atingidos pela Indústria do Petróleo e Petroquímica das Cercanias da Baía de Guanabara (Fapp-BG), Campanha Todo o Petróleo Tem que Ser Nosso/Sindipetro-RJ; e Observatório Petróleo Sur (Argentina). (Fonte: APN)

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