sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Exemplo “supremo” de cinismo judiciário.




Cascavilha, 24 de janeiro de 2014



Lewandowski deve tornar público inquérito que desmonta tese central do ‘mensalão’
Por Portal GGN
Fonte: Rede Brasil Atual
Processo, engavetado desde 2007 por Joaquim Barbosa, provaria que recursos da Visanet não foram desviados


São Paulo – Entre hoje (23) e amanhã, o presidente interino do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, tornará público o inquérito 2474, o chamado “gavetão”, o mais bem guardado segredo do ministro Joaquim Barbosa.
As informações são do portal GGN.


Lewandowski, na presidência interina do STF. - STF
Lewandowski, na presidência interina do STF. – STF


O “gavetão” é a peça originária do Inquérito 2245, que resultou no “mensalão”. Na ocasião, o relator Joaquim Barbosa cindiu o inquérito 2245 e as partes não aproveitadas se transformaram no inquérito 2474, aberto em março de 2007, que ele manteve sob segredo de Justiça.
Apesar de garantir que não haveria mais “gavetas” no STF, Joaquim Barbosa recusou-se a divulgar o conteúdo do inquérito.
Em 2011 deferiu pedido formulado pela defesa de Daniel Dantas, abrindo apenas a ele o inquérito (http://tinyurl.com/kgnobew). Mas negou a dois condenados do “mensalão” alegando que não teria nenhuma relação com a AP 470.
No entanto, soube-se que laudos da Polícia Federal, que atestariam a participação de Daniel Dantas no financiamento de Marcos Valério, foram encaminhados para o Inquérito 2474, e não para o 2245. Assim como laudos que atestavam a aplicação dos recursos da Visanet em campanhas promocionais.
Ao dar publicidade ao Inquérito, Lewandowski permitirá que não apenas Dantas, mas todos os interessados possam conhecer seu conteúdo.


As dúvidas sobre a 2474


Há suspeita de que, ao excluir as contribuições de Dantas, atestadas por laudos da Polícia Federal, a Procuradoria Geral da República (PGR) teria encontrado dificuldades em justificar o montante movimentado por Valério. Daí a razão de ter tratado como desvio os R$ 73 milhões da Visanet, ignorando laudos técnicos que atestavam a aplicação dos recursos em campanhas.
O procurador geral Antônio Fernando de Souza se fixou em um parágrafo do relatório de auditoria inicial do Banco do Brasil:
“A inexistência, no âmbito do Banco do Brasil, de formalização de instrumento, ajuste ou equivalente para disciplinar as destinações dadas aos recursos adiantados às agências de publicidade dificulta a obtenção de convicção de que tais recursos tenham sido utilizados exclusivamente na execução de ações de incentivo ao abrigo do Fundo”.
O relatório não nega a aplicação dos recursos. Apenas – dada a fragilidade dos relatórios – informava não ser possível assegurar que “foram utilizados exclusivamente nas ações de incentivo ao abrigo do fundo”.
O PGR Souza ignorou o “exclusivamente” e entendeu que o relatório atestava que a totalidade das verbas publicitárias da Visanet haviam sido desviadas. Posteriormente, aposentou-se e passou a trabalhar em um escritório de advocacia agraciado com um contrato gigante com a Brasil Telecom.

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