1 de Novembro de 2013 às 06:53
Caso Rodrigo de Grandis é ainda mais grave
247 - A conduta do procurador Rodrigo de Grandis no caso Alstom, relacionado a propinas pagas pela multinacional francesa a personagens do PSDB em São Paulo, parece ser, a cada dia, menos defensável.
Há uma semana, quando se soube que a Suíça decidiu arquivar investigações contra lobistas envolvidos no caso, como o notório José Amaro Pinto Ramos, a assessoria de Rodrigo de Grandis alegou "falha administrativa", afirmando ainda que um pedido de cooperação feito por promotores suíços teria sido arquivado numa pasta errada.
Agora, uma nova revelação aponta que o caso é ainda mais grave. O Ministério da Justiça, chefiado por José Eduardo Cardozo, cobrou, em pelo menos três ofícios, que De Grandis respondesse a um pedido de investigação feito pelo Ministério Público da Suíça (leia, aqui, reportagem da Folha a respeito).
A cooperação vinha sendo pedida desde 2011, mas foi engavetada por De Grandis. Diante da suspeita de prevaricação, o procurador será investigado pelo Conseho Nacional do Ministério Público, podendo ser expulso da carreira e até preso.
Sob pressão, De Grandis tem evitado prestar declarações à imprensa. A Procuradoria da República apenas informa que ele está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.
Leia, ainda, artigo de Josias de Souza sobre o caso:
Caso Alstom: versão de procurador desmorona
Há uma semana, quando se soube que a Suíça decidiu arquivar investigações contra lobistas envolvidos no caso, como o notório José Amaro Pinto Ramos, a assessoria de Rodrigo de Grandis alegou "falha administrativa", afirmando ainda que um pedido de cooperação feito por promotores suíços teria sido arquivado numa pasta errada.
Agora, uma nova revelação aponta que o caso é ainda mais grave. O Ministério da Justiça, chefiado por José Eduardo Cardozo, cobrou, em pelo menos três ofícios, que De Grandis respondesse a um pedido de investigação feito pelo Ministério Público da Suíça (leia, aqui, reportagem da Folha a respeito).
A cooperação vinha sendo pedida desde 2011, mas foi engavetada por De Grandis. Diante da suspeita de prevaricação, o procurador será investigado pelo Conseho Nacional do Ministério Público, podendo ser expulso da carreira e até preso.
Sob pressão, De Grandis tem evitado prestar declarações à imprensa. A Procuradoria da República apenas informa que ele está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.
Leia, ainda, artigo de Josias de Souza sobre o caso:
Caso Alstom: versão de procurador desmorona
Josias de Souza
Responsável pela condução do Caso Alstom, o procurador da República Rodrigo de Grandis tornou-se uma reputação pendente de explicações. Está mal contado o enredo do pedido de investigação enviado pelo Ministério Público da Suíça para o Brasil em fevereiro de 2011, e ignorado por dois anos e oito meses por Grandis.
Em notícia veiculada nesta sexta-feira, os repórteres Flávio Ferreira, Mario Cesar Carvalho e José Ernesto Credencio informam que o Ministério da Justiça cobrou do procurador Grandis —uma, duas, três vezes— resposta ao pedido vindo dos suíços, que incluía a inquirição de quatro suspeitos de repassar propinas da Alstom a servidores e políticos do PSDB e uma batida de busca e apreensão na casa de um ex-dirigente de estatal.
As cobranças foram feitas por escrito, por meio de ofícios do DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional). Os papeis estão aí, pedindo para ser apalpados e conferidos. A despeito disso, Grandis saíra-se com uma explicação esquisita.
Pilhado no descumprimento do pedido, o procurador Grandis alegou que houve uma “falha administrativa”. A requisição de diligências da Suíça teria sido arquivada numa pasta errada. E lá permaneceu por quase três anos sem que ninguém percebesse. Espanto!, assombro!, estupefação!
Não bastassem as cobranças por escrito do DRCI, Grandis foi questionado por promotores de Justiça que também atuam no Caso Alstom. A lorota de que o pedido foi desatendido porque os papéis mofavam numa pasta errada há quase três anos não fica mais em pé.
Ou Grandis arruma outra desculpa que fique em pé ou vai virar um personagem pequeno. Com os repórteres, ele não quis falar. Mas há duas investigações abertas. Uma na Corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público. Outra na Procuradoria da República. O doutor terá de se explicar.
Em notícia veiculada nesta sexta-feira, os repórteres Flávio Ferreira, Mario Cesar Carvalho e José Ernesto Credencio informam que o Ministério da Justiça cobrou do procurador Grandis —uma, duas, três vezes— resposta ao pedido vindo dos suíços, que incluía a inquirição de quatro suspeitos de repassar propinas da Alstom a servidores e políticos do PSDB e uma batida de busca e apreensão na casa de um ex-dirigente de estatal.
As cobranças foram feitas por escrito, por meio de ofícios do DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional). Os papeis estão aí, pedindo para ser apalpados e conferidos. A despeito disso, Grandis saíra-se com uma explicação esquisita.
Pilhado no descumprimento do pedido, o procurador Grandis alegou que houve uma “falha administrativa”. A requisição de diligências da Suíça teria sido arquivada numa pasta errada. E lá permaneceu por quase três anos sem que ninguém percebesse. Espanto!, assombro!, estupefação!
Não bastassem as cobranças por escrito do DRCI, Grandis foi questionado por promotores de Justiça que também atuam no Caso Alstom. A lorota de que o pedido foi desatendido porque os papéis mofavam numa pasta errada há quase três anos não fica mais em pé.
Ou Grandis arruma outra desculpa que fique em pé ou vai virar um personagem pequeno. Com os repórteres, ele não quis falar. Mas há duas investigações abertas. Uma na Corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público. Outra na Procuradoria da República. O doutor terá de se explicar.
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