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Folha.com, 11/05/2014
O Brasil e a Copa
Por Abílio Diniz
Sempre declarei meu amor pelo Brasil. Trabalho para ajudar a melhorar
este país, gerando empregos, dando aulas, apoiando iniciativas nas áreas
de educação e esporte, e investindo em empresas que possam contribuir para o
seu crescimento.
Como milhares de brasileiros, eu tenho o futebol como paixão. E não acho que protestando contra a Copa diante dos olhos do mundo ganharemos alguma coisa, pelo contrário. Devemos aproveitar a atenção no mundial para mostrar a grandiosidade e as oportunidades do Brasil, não os nossos problemas. Estes, resolvemos nós.
A quase um mês da Copa do Mundo, vejo a bola rolando quadrada no país do futebol. A festa que se previa deu lugar à tensão e ao ceticismo. Pesquisa Datafolha aponta que hoje mais brasileiros rejeitam a Copa do que a apoiam. É Possivel que saia mais gente às ruas do país para protestar contra o torneio do que para celebrá-lo.
A intenção deste artigo não é desestimular ninguém a protestar. São muito justas as reivindicações por investimentos em educação, saúde, moradia, segurança e transportes. Com a nossa pesada carga de tributos, o Estado brasileiro deve, urgentemente, serviços mais eficientes e mais ética na gestão pública. Ter uma população mais engajada, exigindo serviços e gestão com a qualidade da nossa seleção e dos novos estádios, é saudável e legítimo.
Mas nós não podemos esquecer que a Copa do Mundo é uma das melhores oportunidades de projeção do país. Se a usarmos de forma eficaz na promoção da marca Brasil, ganharemos muito. E quanto mais ganharmos com a promoção global do país, menos a Copa nos terá custado. Num mundo cada vez mais globalizado, a imagem ou marca de uma nação pode ser mais importante do que o que ele produz e vende.
O Brasil não só é um país em construção, mas uma marca em construção. Uma marca que reflete tudo o que somos: um gigante em paz com os vizinhos, um país com enormes recursos humanos e materiais, uma das maiores democracias do mundo, uma economia de mercado de cerca de 200 milhões de consumidores, imprensa livre, Justiça independente, instituições sólidas. Quantos países têm essas credenciais?
O interesse das grandes empresas e dos grandes empresários estrangeiros pelo Brasil é enorme, vejo quando viajo para o exterior para promover nossos produtos e o nosso mercado. E no são apenas os empresários. Existem interesse e simpatia generalizados por um país de povo tão criativo, alegre e empreendedor.
Durante a Copa do Mundo, um terço do planeta estar grudado nas telinhas para ver os jogos e, por tabela, o país que os sediar. No tem cartão de crédito nem emissão de títulos da dívida pública que paguem essa massiva publicidade global. Precisamos aproveitá-la ao máximo. O Brasil ainda pequeno em comércio internacional e atração de turistas.
Atrairemos muito mais recursos realizando uma Copa ordeira, que revele um país dinâmico, alegre e capaz de se organizar. Isto trará frutos para todos os brasileiros.
Também acho que foram cometidos equívocos. No precisávamos de tantas sedes e estádios tão caros em cidades sem torneios de futebol expressivo. As obras de mobilidade urbana poderiam ter sido entregues a tempo. Precisamos tirar todas as lições desses fatos lamentáveis.
Mas a bola, afinal, vai rolar. O Brasil, maior seleção da história, sediar uma Copa já especial pela presença de todas as grandes seleções e seus craques fabulosos. Que honra receber e, torçamos, derrotar Messi, Cristiano Ronaldo, Balotelli, Özil e Iniesta.
O Brasil é muito maior que as dificuldades que atravessamos. Está na hora de mostrar o nosso amor por este país –de começar a Copa cantando "sou brasileiro, com muito orgulho" e encerra-la com "we are the champions".
ABILIO DINIZ presidente do Conselho de Administração da companhia de alimentos BRF
Como milhares de brasileiros, eu tenho o futebol como paixão. E não acho que protestando contra a Copa diante dos olhos do mundo ganharemos alguma coisa, pelo contrário. Devemos aproveitar a atenção no mundial para mostrar a grandiosidade e as oportunidades do Brasil, não os nossos problemas. Estes, resolvemos nós.
A quase um mês da Copa do Mundo, vejo a bola rolando quadrada no país do futebol. A festa que se previa deu lugar à tensão e ao ceticismo. Pesquisa Datafolha aponta que hoje mais brasileiros rejeitam a Copa do que a apoiam. É Possivel que saia mais gente às ruas do país para protestar contra o torneio do que para celebrá-lo.
A intenção deste artigo não é desestimular ninguém a protestar. São muito justas as reivindicações por investimentos em educação, saúde, moradia, segurança e transportes. Com a nossa pesada carga de tributos, o Estado brasileiro deve, urgentemente, serviços mais eficientes e mais ética na gestão pública. Ter uma população mais engajada, exigindo serviços e gestão com a qualidade da nossa seleção e dos novos estádios, é saudável e legítimo.
Mas nós não podemos esquecer que a Copa do Mundo é uma das melhores oportunidades de projeção do país. Se a usarmos de forma eficaz na promoção da marca Brasil, ganharemos muito. E quanto mais ganharmos com a promoção global do país, menos a Copa nos terá custado. Num mundo cada vez mais globalizado, a imagem ou marca de uma nação pode ser mais importante do que o que ele produz e vende.
O Brasil não só é um país em construção, mas uma marca em construção. Uma marca que reflete tudo o que somos: um gigante em paz com os vizinhos, um país com enormes recursos humanos e materiais, uma das maiores democracias do mundo, uma economia de mercado de cerca de 200 milhões de consumidores, imprensa livre, Justiça independente, instituições sólidas. Quantos países têm essas credenciais?
O interesse das grandes empresas e dos grandes empresários estrangeiros pelo Brasil é enorme, vejo quando viajo para o exterior para promover nossos produtos e o nosso mercado. E no são apenas os empresários. Existem interesse e simpatia generalizados por um país de povo tão criativo, alegre e empreendedor.
Durante a Copa do Mundo, um terço do planeta estar grudado nas telinhas para ver os jogos e, por tabela, o país que os sediar. No tem cartão de crédito nem emissão de títulos da dívida pública que paguem essa massiva publicidade global. Precisamos aproveitá-la ao máximo. O Brasil ainda pequeno em comércio internacional e atração de turistas.
Atrairemos muito mais recursos realizando uma Copa ordeira, que revele um país dinâmico, alegre e capaz de se organizar. Isto trará frutos para todos os brasileiros.
Também acho que foram cometidos equívocos. No precisávamos de tantas sedes e estádios tão caros em cidades sem torneios de futebol expressivo. As obras de mobilidade urbana poderiam ter sido entregues a tempo. Precisamos tirar todas as lições desses fatos lamentáveis.
Mas a bola, afinal, vai rolar. O Brasil, maior seleção da história, sediar uma Copa já especial pela presença de todas as grandes seleções e seus craques fabulosos. Que honra receber e, torçamos, derrotar Messi, Cristiano Ronaldo, Balotelli, Özil e Iniesta.
O Brasil é muito maior que as dificuldades que atravessamos. Está na hora de mostrar o nosso amor por este país –de começar a Copa cantando "sou brasileiro, com muito orgulho" e encerra-la com "we are the champions".
ABILIO DINIZ presidente do Conselho de Administração da companhia de alimentos BRF
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