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Opera Mundi, 24/06/2015
EUA admitem que testes em humanos com arma química na 2ª Guerra tiveram critério racial
Redação | São Paulo
As Forças Armadas dos Estados Unidos admitiram que, para além de terem usado soldados como cobaias em experimentos realizados com gás mostarda durante a Segunda Guerra Mundial, havia um recorte racial nos testes realizados com a arma química. A informação foi publicada pela NPR, emissora de rádio pública norte-americana, que, pela primeira vez, localizou alguns dos ex-combatentes que foram usados nos experimentos, comprovando que tinham como motivações critérios de raça.
Questionado diante das evidências, o Pentágono, sede do Departamentod e Defesa dos EUA, afirmou à repórter Caitlin Dickerson que “já não realiza testes com armas químicas” e que para o Exército, “ouvir e ver algo como isso é cruel. Isso ainda é um pouco chocante”.
Arquivo Nacional
“Eu senti como se eu estivesse queimando. Os garotos começaram a gritar e tentaram fugir. Alguns deles desmaiaram. Então, finalmente eles abriram a porta e nos deixaram sair. Os rapazes estavam em um mau estado”. Lembra Rollins Edwards, hoje com 93 anos, ao contar como foi sua experiência ao ser colocado em uma câmera com gás mostarda, juntamente com outros soldados.
Edwards é um dos 60 mil homens envolvidos em um programa secreto do governo — formalmente desclassificado em 1993 — para testar o uso de gás mostarda e outros agentes químicos em tropas norte-americanas.
Ele conta, no entanto, que houve um fator principal para sua escolha no teste: ser negro. “Eles disseram que nós estávamos sendo testados para ver o efeito que esses gases poderiam ter na pele negra”, lembra.
A investigação conduzida pela emissora revelou, no entanto, que os testes não foram aplicados apenas em afro-americanos, mas também em nipo-americanos e porto-riquenhos, servindo como forma para verificar como o gás mostarda e outras armas químicas poderiam afetar as tropas japonesas.
Apesar dos danos à saúde, muitos permanentes, eles não receberam qualquer acompanhamento de saúde ou cuidado por parte do governo.
Outra evidência de discriminação racial na condução dos eventos militares da época consiste no fato de que, de acordo com a NPR, tropas nipo-americanas, afro-americanas e porto-riquenhas eram confinadas em unidades segregadas durante a guerra por serem consideradas menos capazes que norte-americanos brancos. Muitos deles eram destinados a serviços de cozinha ou como motoristas das tropas.
Susan Matsumoto contou à reportagem que seu marido Tom, que morreu em 2004 de pneumonia, disse a ela que aceitou fazer o teste porque sentia que isso poderia ajudá-lo a “provar que ele era um bom cidadão norte-americano”. Ela lembra que agentes do FBI entraram na sua casa durante a guerra e queimaram livros e músicas japonesas para provar a lealdade da família aos EUA.
Laboratório de Pesquisa Naval
Fotografias retratam teste em cobaias humanas em Washington DC durante 2ª Guerra
Experimento clandestino
Homens brancos eram usados em grupos de controle científicos. As reações ocorridas neles eram usadas para estabelecer o que era “normal” e então comparado com as tropas minoritárias. O gás mostarda danifica o DNA em segundos após o contato, causando queimaduras e bolhas na pele, e pode levar a sérios danos à saúde, e às vezes doenças fatais como leucemia, câncer de pele, enfisema e asma.
Todas as experiências com gás mostarda durante a Segunda Guerra Mundial foram feitas em segredo e não foram registradas nos relatórios oficiais militares. De acordo com documentos desclassificados, foram realizados três tipos de experimentos: testes de contato, onde gás mostarda em estado líquido era aplicado diretamente na pele da cobaia; testes de campo, onde as pessoas eram expostas ao gás em ambiente aberto em simulação a uma situação de combate; e testes de câmera, quando homens eram colocados em locais fechados.
Além disso, os soldados fizeram juramento para manter em segredo as informações sobre os testes sob a ameaça de prisão ou dispensa desonrosa. Muitos ficaram sem possibilidade de receber o tratamento adequado para seus ferimentos porque eles não podiam contar aos médicos o que lhes ocorrera.
O recorte de raça desse experimento ficou omitido até que uma pesquisadora no Canadá revelou alguns dos detalhes e 2008. Susan Smith, uma médica e historiadora da University of Alberta no Canada, publicou um artigo no The Journal of Law, Medicine & Ethics.
No texto, que não obteve repercussão midiática, ela sugere que negros e porto-riquenhos foram testados para encontrar um “soldado químico ideal”. Assim, se fossem mais resistentes, eles poderia ser usados na linha de frente, enquanto soldados brancos permaneceriam atrás, protegidos do gás. À época, o Departamento de Defesa não se pronunciou.
Pentágono
O Coronel do Exército Steve Warren, diretor de operações de imprensa do Pentágono, tomou conhecimento da investigação da NPR e ressaltou a distância existente entre os militares de hoje e os experimentos da Segunda Guerra Mundial.
“A primeira coisa que precisa ficar clara é que o Departamento de Defesa já não realiza testes com armas químicas” e acrescentou: “eu penso particularmente que para nós do Exército, ouvir e ver algo como isso é cruel. Isso ainda é um pouco chocante”.
Após meses de solicitações, a NPR não conseguiu acesso às centenas de páginas de documentos relatando os experimentos, que poderiam prover informações sobre as motivações. O que foi descoberto pela reportagem foi baseado nos depoimentos das cobaias que ainda permanecem vivas.
Em um dos estudos aos quais a NPR teve acesso pela Lei de Acesso à Informação, consta que, na primavera de 1944, 39 soldados japoneses e 40 brancos foram submetidos ao contato com o gás mostarda por 20 dias.
Leia aqui o estudo.
Lopez Negron, hoje com 95 anos, conta que ele e outras cobaias foram enviados para a selva e bombardeados com gás mostarda lançado por aviões militares. “Nós tínhamos uniforme para nos proteger, mas os animais não. Havia coelhos ali. Todos morreram”. Ele conta que assim como os colegas, passou mal imediatamente após o experimento. “Eu passei três semanas no hospital com um febre terrível. Muitos de nós ficamos doentes”, conta.
Os documentos divulgados pelo Departamento de Defesa nos anos 1990 revelam que o plano secreto dos Estados Unidos era usar gás mostarda contra os japoneses, o que poderia ter provocado a morte de cinco milhões de pessoas.
O governo dos Estados Unidos reconheceu nesta segunda-feira a morte de 83 cidadãos da Guatemala, infectados nos anos 1940 com doenças sexualmente transmissíveis (DST), como sífilis e gonorreia, durante experimentos médicos.
Uma comissão de inquérito, formada a pedido do presidente americano, Barack Obama, concluiu que cerca de 1.300 pessoas foram expostas às doenças. Ao todo, 5.500 pessoas participaram dos estudos, sem saber dos riscos que corriam, segundo declarações de um dos investigadores, Stephen Hauser. Entre os infectados, apenas 700 receberam tratamento médico. Ao fim, 83 morreram.
A sífilis pode causar cegueira, distúrbios mentais e até a morte, caso os doentes não recebam o devido tratamento. Menos nociva e mais fácil de curar que a sífilis, a gonorreia pode se espalhar pelo organismo e até causar infertilidade nos homens.
A comissão reconheceu que os cientistas americanos infectaram prisioneiros, pacientes psiquiátricos e órfãos guatemaltecos em estudos que testavam a abrangência do uso da penicilina. A presidente da comissão, Amy Gutmann, classificou o estudo como “um pedaço vergonhoso da história médica”. Um relatório deve ser publicado em setembro com as conclusões finais sobre o caso.
Obama fez um pedido de desculpas por telefone ao presidente da Guatemala, Álvaro Colom, dizendo que os estudos contrariam os valores americanos. No início deste ano, vários cidadãos guatemaltecos infectados à época e familiares das vítimas anunciaram que estavam abrindo um processo contra o governo americano.
Pesquisa histórica
A história dos experimentos americanos na Guatemala veio à tona no ano passado, fruto de uma pesquisa histórica da professora Susan Reverby, do Wellesley College, de Massachusetts. Segundo a acadêmica, o governo guatemalteco da época deu permissão aos estudos, que ocorreram entre 1946 e 1948.
Os cientistas usaram prostitutas portadoras da sífilis e fizeram inoculações nos pacientes para determinar se a penicilina também poderia evitar a doença, e não apenas curá-la. Na ocasião, o presidente Colom classificou os estudos como “crime contra a humanidade” por parte dos Estados Unidos.
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No link, matéria sobre um estudo sobre malária conduzido no norte do Brasil que utilizou seres humanos como cobaias.
http://www.youtube.com/watch?
A pesquisa é financiada por uma universidade dos EUA.
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http://www.portaldafamilia. org/livros/book158.shtml
O livro "Guerra contra os Fracos" revela, dentre outras ações criminosas, como governos estaduais norte-americanos esterelizaram centenas de indivíduos que eles achavam eugenicamente deficientes, dentre brancos pobres, negros e índios norte-americanos.
Lá pela década de 70, a Suprema Corte Americana teve que fazer uma norma que obrigasse os agentes do ministério do interior comunicar às populações indígenas que não era necessário as mulheres fazerem laqueadura para receber ajuda do governo federal. Isto, porque mesmo depois de acabar os projetos eugênicos, os funcionários obrigavam as indígenas a isto para receber cestas básicas.
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O livro "Guerra contra os Fracos" revela, dentre outras ações criminosas, como governos estaduais norte-americanos esterelizaram centenas de indivíduos que eles achavam eugenicamente deficientes, dentre brancos pobres, negros e índios norte-americanos.
Lá pela década de 70, a Suprema Corte Americana teve que fazer uma norma que obrigasse os agentes do ministério do interior comunicar às populações indígenas que não era necessário as mulheres fazerem laqueadura para receber ajuda do governo federal. Isto, porque mesmo depois de acabar os projetos eugênicos, os funcionários obrigavam as indígenas a isto para receber cestas básicas.
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Que coisa aterradora! Aterradora!
E os EUA promoveram estes experimentos anteriormente aos promovidos pela Alemanha Nazista.
E fizeram mais... Em terras não tão distantes!
Há alguns anos, quando tive de elaborar uma apresentação sobre Bioterrorismo para os funcionário da empresa em que trabalhava, li o livro 'Seja feita a tua vontade', dos jornalistas norte-americanos Gerard Colby e Charlotte Dennet, para tê-lo como uma das fontes para minha apresentação.
Há alguns anos, quando tive de elaborar uma apresentação sobre Bioterrorismo para os funcionário da empresa em que trabalhava, li o livro 'Seja feita a tua vontade', dos jornalistas norte-americanos Gerard Colby e Charlotte Dennet, para tê-lo como uma das fontes para minha apresentação.
Neste livro, o qual recomendo a leitura, baseado em documentos do governo norte-americano, estão devidamente registradas as ações dos "evangelizadores" estrangeiros que, dentre suas "ações evangelizadoras", por exemplo, presentearam camisetas contaminadas com o vírus da varíola para nossos indígenas, dizimando, assim, populações inteiras para, consequentemente, poderem apoderar-se de suas terras para fins econômicos. Que fique bem claro: É um livro escrito por norte-americanos baseado em documentos do governo dos EUA!
Para aqueles que acreditam que as ONGs que trabalham na Amazônia estão lá para proteger nossos indígenas, deixo aqui bem registrado este fato. Suas intenções são bem outras! Quem está por trás destas é o capital internacional que, tão logo considerem apropriado, tomarão as ações pertinentes, sejam elas quais forem, para remover nossos índios e se apropriarem dos recursos naturais de seus territórios.
Como podemos ver abaixo, SÃO CAPAZES DE TUDO!
Como podemos ver abaixo, SÃO CAPAZES DE TUDO!
Cobaias Humanas: Obama Pede Desculpas, Mas Presidente Da Guatemala Levará EUA À Corte Internacional Por "Crimes Contra A Humanidade"
O Experimento de Tuskegee foi uma pesquisa médica promovida pelo governo dos EUA durante 40 anos, para avaliar a progressão natural da sífilis na ausência de tratamento. Em 1932, as autoridades sanitárias americanas recrutaram 400 negros de baixa renda portadores da doença, na cidade de Tuskegee (Alabama). Em troca de sua participação na pesquisa, os "pacientes" recebiam exames médicos gratuitos, refeições gratuitas e cobertura de "despesas com funeral." (Válido se assinassem um termo permitindo a autópsia). Nunca foram informados de que tinham sífilis, e jamais receberam qualquer tratamento contra a doença.
Com o fim da 2ª Guerra Mundial, a opinião pública tomou conhecimento dos horrores praticados pelos nazistas nos campos de concentração, em especial as atividades do dr. Josef Mengele (o infame Anjo da Morte), que utilizava prisioneiros como cobaias humanas. A descoberta daquelas atrocidades foi o principal estímulo na criação de leis internacionais - como o Código de Nurenberg - destinadas a proteger os direitos de seres humanos submetidos a pesquisas médicas. Estranhamente, os pacientes de Tuskegee não foram beneficiados pelas novas leis, e os critérios do experimento prosseguiram inalterados.
No final dos anos 40, a penicilina já era universalmente reconhecida como a droga mais eficaz no tratamento da sífilis. Para não "prejudicar a pesquisa" os pacientes de Tuskegee, além de não serem tratados com penicilina, sequer foram informados da existência da droga. Além de, eventualmente, acabarem morrendo sob os efeitos da doença, os "pacientes" contaminaram um número indeterminado de mulheres, e geraram um número indeterminado de bebês com sífilis congênita.
Previsto para durar até a morte do último "paciente", o experimento foi descontinuado em 1972, quando um dos epidemiologistas participantes do projeto denunciou o seu caráter racista à imprensa. Anos depois, o então presidente Bill Clinton declarou, ao receber os sobreviventes na Casa Branca:
"O que foi feito não pode ser desfeito. Mas podemos por fim ao silêncio. Podemos olhá-los nos olhos e dizer que o governo dos Estados Unidos fez algo vergonhoso, e eu sinto muitíssimo por isso... Aos nossos cidadãos afro-americanos, eu sinto muito pelo fato de o governo federal ter orquestrado um estudo tão claramente racista."
Dir-se-ia que aquela pomposa cerimônia teria colocado uma pedra sobre o assunto, e reconciliado a América consigo mesma diante de mais esse crime. Todavia esta semana, o cadáver putrefeito de Tuskegee voltou a levantar-se da tumba. Ao buscar subsídios para o seu livro Examining Tuskegee, a professora de História da Medicina do Wellesley College - Susan Reverby - descobriu os papéis pessoais do médico John Cutler, um dos principais mentores do experimento. Estranhamente, esses papéis nada diziam sobre Tuskegee, mas sobre um projeto paralelo até então desconhecido, ocorrido na Guatemala de 1946 a 1948.
À frente de uma equipe de pesquisadores enviada pelo governo americano ao pequeno país da América Central, o dr. Cutler monitorou um grupo de quase 1.000 indivíduos com sífilis e gonorréia. Desta vez, os "pacientes" eram soldados do exército, prostitutas e internos das penitenciárias e hospícios guatemaltecos. Essa experiência, porém, contem um ingrediente que a torna mais macabra quando comparada a Tuskegee: segundo as anotações compiladas pelo dr. Cutler de próprio punho, os "pacientes" da Guatemala "não sofriam de sífilis, e foram deliberadamente infectados com a bactéria através de injeções," para participarem do estudo. Quando a equipe retornou aos EUA em 1948, os "pacientes" foram abandonados à sua própria sorte, e os registros quanto ao que aconteceu a eles são escassos.
Com a explosão do escândalo, Barack Obama telefonou na última sexta-feira ao presidente da Guatemala, Álvaro Colom, pedindo desculpas formais pelo incidente, além de nomear uma comissão de inquérito para apurar as responsabilidades. Por sua vez, o presidente Colom qualificou a "pesquisa" como um "crime contra a humanidade," e manifestou a sua determinação em levar o caso à apreciação de uma Corte Internacional.
Nos Estados Unidos, enfim, a ressurreição do fantasma de Tuskegee já está dando margem a uma série de questões incômodas. As associações de defesa dos direitos dos negros começam a perguntar-se: Seriam as cobaias de Tuskegee realmente sifilíticos, ou teriam sido propositalmente infectados como aconteceu na Guatemala?
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São Paulo, sábado, 02 de outubro de 2010
Pesquisador não tratou negros nos EUA
DE SÃO PAULO
John Cutler, que conduziu o estudo na Guatemala, também participou de outro famoso experimento com sífilis que chamou a atenção pelo descuido ético.
Entre 1932 e 1972, foram recrutados 400 negros nos EUA com a doença. Não receberam tratamento, para que se analisasse até onde a sífilis poderia levá-los - a penicilina, porém, já estava disponível nos anos 1940.
Cutler e outros cientistas davam aos pacientes medicamentos que não faziam efeito. Os negros, então, não tinham conhecimento de que não estavam sendo tratados.
O caso ficou conhecido como experimento de Tuskegee, em referência à cidade no Alabama onde ele foi realizado. Em 1997, outro Clinton que não Hillary, seu marido Bill, então presidente, pediu desculpas em nome do país pelo episódio.
Cutler morreu em 2003. Não recebeu nenhum tipo de punição oficial. Ele não foi o único, porém, a realizar estudos sem consentimento.
Entre os mais conhecidos, os realizados pelos nazistas em campos de concentração. Envolviam transplantes inéditos de partes do corpo, testes de resistência ao frio e contaminação por doenças ou substâncias tóxicas.
Em um caso mais recente, o governo da Nigéria acusou a farmacêutica americana Pfizer de dar a crianças do país um antibiótico não testado sem consentimento das famílias. Onze morreram.
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Opera Mundi, 01/10/2010 - 11:17 | Daniella Cambaúva | Redação
EUA infectaram cidadãos da Guatemala com sífilis e gonorreia para estudo; Hillary pede desculpas
Médicos pesquisadores do governo dos Estados Unidos infectaram intencionalmente nos anos 1940 um grupo de 696 cidadãos da Guatemala com gonorreia e sífilis para a realização de estudo sobre a eficácia de medicamentos. A denúncia foi feita por Susan Reverby, pesquisadora do departamento de estudos de saúde da mulher da Faculdade Wellesley, estado de Massachusetts.
Hoje (1/10), a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e a secretária de Saúde Kathleen Sebelius, emitiram um comunicado para pedir desculpas oficialmente em nome do governo dos EUA.
"Lamentamos profundamente que isso tenha acontecido e oferecemos nossas desculpas a todas as pessoas que foram afetadas por essas abomináveis práticas de pesuisa", diz o comunicado. O pedido de desculpas foi dirigido aos guatemaltecos e aos imigrantes latinos residentes nos EUA.
Como parte do estudo realizado na Guatemala, infectados guatemaltecos foram encorajados a transmitir a doença para outras pessoas, entre eles deficientes mentais. O objetivo era vereficar se o antibiótico penicilina era capaz de previnir a sífilis e a gonorreia.
Estima-se que um terço dos infectados nunca teve tratamento adequado. Aparentemente, o experimento foi feito entre 1946 e 1948 e “nunca gerou informações úteis e registros foram apagados”, segundo Susan.
Na época, a Guatemala era governada pelo presidente Juan José Arévalo Bermejo (1945-1951) e os EUA, por Harry S. Truman (1945-1953).
De acordo com site da NBC News, a pesquisadora detalhará o estudo em seu site ainda nesta sexta-feira.
A primeira discussão pública sobre o assunto será uma feita entre Francis Collins, diretor do Instituto Nacional de Saúde e Arturo Valenzuela, subsecretário de Estado norte-americano para as Américas.
Hillary afirmou que fará um investigação oficial mais detalhada sobre o assunto e que vai nomear uma comissão de especialistas em bioética.
Reincidência
O episódio é semelhante ao experimento Estudo da Sífilis Não-Tratada de Tuskegee – feito pelo governo dos EUA em Tuskegee, Alabama, entre 1932 e 1972, no qual 399 sifilíticos afro-americanos pobres e analfabetos, e mais 201 indivíduos saudáveis para comparação, foram usados como cobaias na observação da progressão natural da sífilis sem medicamentos.
Um membro da equipe denunciou o caso à imprensa e, por conta da repercussão negativa, o estudo foi encerrado. Alguns descendentes de sobreviventes da experiência foram indenizados pelos governo dos EUA.
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