Blog do Santayana, 18 de junho de 2015
A NAÇÃO INAUGURA O ANITA GARIBALDI. COM 650.000 BARRIS DE CAPACIDADE, VAI AO MAR A MAIS NOVA CONQUISTA DA INDÚSTRIA NAVAL BRASILEIRA.
Por Mauro Santayana
Sem comemoração, para não excitar a malta radical e antinacional que torce abertamente contra o país, foi ao mar, com 228 metros de comprimento, 48,3 metros de altura, 40 metros de boca e 72.900 toneladas de porte bruto, o petroleiro Panamax (maior tamanho suportado pelo Canal do Panamá) Anita Garibaldi, construído nos estaleiros EISA, no Rio de Janeiro.
Depois de anos sem construir sequer uma bacia que pudesse transportar petróleo, a indústria naval brasileira já entregou à Transpetro, os petroleiros André Rebouças, Henrique Dias, Dragão do Mar, Zumbi dos Palmares e João Cândido, e os navios de transporte de produtos José Alencar, Rômulo Almeida, Sérgio Buarque de Holanda e Celso Furtado, aumentando a cada nova embarcação, o índice de nacionalização, que, segundo informou, no mês passado, na inauguração do navio André Rebouças, de 157.000 toneladas, o presidente do Estaleiro Atlântico Sul, Harro Burmann, atingiu, nessa embarcação, 72%.
O reerguimento da indústria naval mostra que, enquanto muita gente bate panela, milhares de trabalhadores e engenheiros brasileiros batem (constroem) cascos e navios, que levarão, com orgulho, o pavilhão nacional a todos os mares do mundo, mostrando a capacidade de realização de nossa gente.
Blog do Santayana, 18 de junho de 2015
A emenda e o soneto
Por Mauro Santayana
O lançamento do navio Anita Garibaldi, na semana passada, com 228 metros de comprimento, quase 50 de altura e
73.000 toneladas, é um marco emblemático da indústria naval brasileira e da
importância de evitar-se a sua destruição e a de outros segmentos da economia,
no rastro do combate à corrupção, como ele tem sido conduzido.
Como mostrou a Suíça, no caso do HSBC, não
se pode exagerar na dose para não matar o paciente, ou as galinhas de ovos de
ouro, de uma economia, com a desculpa de desinfetar o
galinheiro. Por lá, o segundo maior banco do
mundo, envolvido em um gigantesco esquema de lavagem de dinheiro, envolvendo
milhares de clientes, pagou uma multa que não chega a 500 milhões de reais e
encerrou-se o assunto.
Uma soma que é uma fração dos bilhões de reais em multas e subjetivas
indenizações por “danos morais” que o MP quer impor a construtoras brasileiras
muito menores que o HSBC, e uma quantia irrisória frente às gravíssimas,
irreparáveis, consequências, que essa decisão que pretende ser exemplarmente
punitiva pode provocar no mercado brasileiro de engenharia e de infraestrutura.
Centenas
de pequenas e médias empresas que trabalhavam para fornecedores da Petrobras já
estão quebrando, e, devido à restrição de crédito e ao
agravamento da percepção de risco, as dívidas de prestadores de serviço
Petrobras com seus fornecedores já aumentaram - sem que se compute em suas
perdas as pretendidas multas - em aproximadamente 1.400% desde o início do ano.
A investigação, julgamento e administração da justiça devem ser feitos
sem espetacularização, paixão política ou pessoal, exibicionismo, e com um
mínimo de isonomia com relação a
numerosos escândalos, como o do CARF, o das Próteses, o dos trens e metrô de
São Paulo, que não tem recebido a mesma atenção e rigor, por parte das
autoridades, dos meios de comunicação e da opinião pública.
Nunca é demais lembrar que de quem investiga, acusa, julga, se exige,
sobretudo, bom-senso e equilíbrio, não apenas no respeito à presunção de
inocência e de outros direitos constitucionais, mas, principalmente.
para que não saía a emenda pior do que o soneto.
Não é possível que interesse ao MP ou ao Judiciário a interrupção e
sucateamento de dezenas de grandes projetos que estão em andamento em todo o
país, além dos que já foram paralisados devido às consequências econômicas da
operação Lava-Jato, com a eliminação em cascata de milhares de empregos, do
Nordeste ao Rio Grande do Sul, de São Paulo ao Vale do Aço, em Minas Gerais.
De nada adiantará essa "operação" – principalmente
agora, que seu eventual efeito didático" esvaziou-se com a manutenção,
pela Câmara dos Deputados, do financiamento de campanhas por empresas privadas – se, ao seu término, como tudo indica, vier a ocorrer um prejuízo
indireto para o país dezenas de vezes maior que o efetivamente,
inequivocamente, cabalmente comprovado, até agora, em corrupção, depois de
meses de investigações.
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