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DCM, 07/12/2014
A relação entre ativismo de extrema direita na Internet e psicopatia, segundo um novo estudo
Por Kiko Nogueira*
Numa entrevista à Deutsche Welle, o diretor do Programa de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford, Timothy Power, chama a atenção para os arrulhos direitistas na Internet.
“Os manifestantes que pedem o impeachment de Dilma se aproveitam da atenção midiática no período de ressaca pós-eleições”, afirma. “Hoje, a direita acha que uma conta no Twitter vale mais do que uma CUT, por exemplo, mas não é exatamente assim”.
O que se viu na Paulista nas últimas semanas é um exemplo claro dessa tendência. As dezenas de manifestantes não têm o mesmo tamanho do barulho virtual. Grupos como Revoltados Online, Movimento Brasil Livre e outros dão visibilidade a reacionários de todo o território nacional e ocupam espaço como pernilongos, mas quando se chega à vida real o que se vê são os gatos pingados arruaceiros de sempre.
Por que eles são tão histéricos? Por que essa vocação para a trolagem? A ciência explica.
Um estudo da revista americana Neuroethics afirma que as opiniões socialmente conservadoras têm entre 5 a 30 vezes mais chances de ser relacionadas a três transtornos de personalidade: maquiavelismo, narcisismo e psicopatia (ausência de culpa ou remorso), a chamada “tríade sombria”.
O levantamento da Universidade de Tampa, na Flórida, examinou 1200 pessoas, que se submeteram a um teste e a uma pesquisa sobre seu comportamento na rede. Os pesquisadores procuravam por uma ligação entre a tal tríade e gente que era a favor da pena de morte, do casamento gay, dos mercados livres, da tortura etc. Encontraram.
Veja o caso de Marcello Reis, por exemplo, do Revoltados Online. Ou do professor Alexandre Seltz, que levou um disparo de arma de taser na arruaça no Congresso e passou a se autodenominar “Choquinho”. Ou de Matheus Sathler, candidato a deputado estadual pelo PSDB do DF, que chamou homossexuais de pedófilos. Ou mesmo daquele velho cantor barbado.
Todos eles são trolls que gastam sem tempo espalhando um ódio patológico em suas contas nas redes, repercutindo a si mesmos. Como diz o relatório, numa “manifestação de sadismo cotidiano”. O resultado? Vergonha alheia. Mas com o zumbido de uma furadeira.
* Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.
Numa entrevista à Deutsche Welle, o diretor do Programa de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford, Timothy Power, chama a atenção para os arrulhos direitistas na Internet.
“Os manifestantes que pedem o impeachment de Dilma se aproveitam da atenção midiática no período de ressaca pós-eleições”, afirma. “Hoje, a direita acha que uma conta no Twitter vale mais do que uma CUT, por exemplo, mas não é exatamente assim”.
O que se viu na Paulista nas últimas semanas é um exemplo claro dessa tendência. As dezenas de manifestantes não têm o mesmo tamanho do barulho virtual. Grupos como Revoltados Online, Movimento Brasil Livre e outros dão visibilidade a reacionários de todo o território nacional e ocupam espaço como pernilongos, mas quando se chega à vida real o que se vê são os gatos pingados arruaceiros de sempre.
Por que eles são tão histéricos? Por que essa vocação para a trolagem? A ciência explica.
Um estudo da revista americana Neuroethics afirma que as opiniões socialmente conservadoras têm entre 5 a 30 vezes mais chances de ser relacionadas a três transtornos de personalidade: maquiavelismo, narcisismo e psicopatia (ausência de culpa ou remorso), a chamada “tríade sombria”.
O levantamento da Universidade de Tampa, na Flórida, examinou 1200 pessoas, que se submeteram a um teste e a uma pesquisa sobre seu comportamento na rede. Os pesquisadores procuravam por uma ligação entre a tal tríade e gente que era a favor da pena de morte, do casamento gay, dos mercados livres, da tortura etc. Encontraram.
Veja o caso de Marcello Reis, por exemplo, do Revoltados Online. Ou do professor Alexandre Seltz, que levou um disparo de arma de taser na arruaça no Congresso e passou a se autodenominar “Choquinho”. Ou de Matheus Sathler, candidato a deputado estadual pelo PSDB do DF, que chamou homossexuais de pedófilos. Ou mesmo daquele velho cantor barbado.
Todos eles são trolls que gastam sem tempo espalhando um ódio patológico em suas contas nas redes, repercutindo a si mesmos. Como diz o relatório, numa “manifestação de sadismo cotidiano”. O resultado? Vergonha alheia. Mas com o zumbido de uma furadeira.
* Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.
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