terça-feira, 11 de junho de 2013

Prostituta​s exigem retirada do ar de campanha contra Aids de que participar​am

Prostitutas exigem retirada do ar de campanha contra Aids de que participaram

 

O Globo
Publicado: 11/06/13 - 10h46

RIO — Quatro Prostitutas que participaram da campanha de prevenção à Aids com a frase “Sou feliz sendo prostituta", que acabou sendo tretirada do ar, vão enviar notificação extrajudicial ao ministério da Saúde, na quarta-feira, conforme informou a coluna do Ancelmo Gois nesta terça-feira. Por meio do documento, elas pedem a revogação da autorização de uso de imagem e exigem a imediata suspensão das outras peças publicitárias em que aparecem.
As prostitutas da campanha argumentam “radical mudança” na campanha original, que deixou de privilegiar “o enfrentamento do estigma e preconceitos como estratégia de prevenção às DST e Aids” para focar-se apenas no incentivo ao uso da camisinha, tornando-se “higienizada e descontextualizada”.
A proposta era reafirmar o entendimento, já consolidado técnica e politicamente, de que, para além das questões e informações biomédicas, o gozo de direitos básicos, autoestima e cidadania constitui condição imprescindível para a promoção da saúde, especialmente em grupos considerados sob maior vulnerabilidade social em razão do estigma, preconceito e discriminação social”, diz a notificação, elaborada pela Rede Brasileira de Prostitutas.
Segundo a ONG Beijo da Rua, o Ministério da Saúde retirou do ar peças que tratam de felicidade (“sou feliz sendo prostituta”), de cidadania (“o sonho maior é que a sociedade nos veja como cidadãs) e da luta contra a violência (“não aceitar as pessoas da forma que elas são é uma violência”), deixando apenas as que associam prevenção com camisinha.
Após o início da divulgação da campanha no início do mês, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, determinou a demissão do diretor do departamento responsável pelas peças, Dirceu Greco. A campanha foi criada pelo Departamento de DSTs, Aids e Hepatites Virais do ministério, chefiado por Greco, em uma oficina com as profissionais do sexo em João Pessoa (PB), em março deste ano. Segundo o ministério, a propaganda não atendia o foco da campanha, que era a saúde dessas profissionais.





Folha.com, 04/06/2013 - 13h01

Ministro da Saúde recua em campanha para prostitutas


FILIPE COUTINHO
JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA


O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recuou sobre uma ação já lançada pela pasta na internet voltada às prostitutas com foco na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
Uma das peças da campanha, lançada no último final de semana, "Eu sou feliz sendo prostituta" já aparece como indisponível no link do Twitter do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério.
"Enquanto eu for ministro, não acho que seja uma mensagem a ser passada pelo Ministério da Saúde", afirmou Padilha sobre a peça nesta terça-feira (4). Para o ministro, veiculado como possível candidato do PT ao governo de São Paulo, a pasta deve se limitar a divulgar campanhas com foco na prevenção das DSTs.
Padilha disse que todas as peças --divulgadas com a logomarca do governo federal e já disponíveis no site e no Twitter do departamento de DST-- ainda dependem de aprovação. "Recebemos várias sugestões, que ainda vão passar por avaliação."
Reportagem publicada no site do departamento de DST do ministério na sexta-feira (31), no entanto, afirma que "o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde lança neste fim de semana nas redes sociais mobilização pela visibilidade das profissionais do sexo. A ação com o tema 'Sem vergonha de usar camisinha' celebra o Dia Internacional das Prostitutas, neste domingo (2)".
As peças foram produzidas "a partir de uma oficina de comunicação em saúde para profissionais do sexo realizada entre os dias 11 e 14 de março de 2013, em João Pessoa", promovida pelo Ministério da Saúde, como informado pelo jornal "O Estado de S. Paulo".
No site do departamento, está disponível um vídeo em que mulheres dizem, olhando para a câmera, "eu sou prostituta", "ser prostituta é o que me define" e "eu sou puta, a minha presença te incomoda?".
OUTRO RECUO
Essa não é a primeira vez que Padilha recua de campanhas com potencial polêmico.
No início de 2012, após descontentamento até da presidente Dilma Rousseff, Padilha recuou da campanha que seria lançada com foco nos jovens gays para a prevenção da Aids no Carnaval.


Divulgação/Ministério da Saude
Cartaz divulgado pelo Ministério da Saúde nas redes sociais; ministro vetou a campanha nacional

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