quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ex-motorista de Neruda confirma tese de assassinato pelo regime Pinochet

UOL, 17/11/2011

Em depoimento, ex-motorista de Neruda confirma tese de assassinato pelo regime Pinochet

 
Do UOL Notícias
Em São Paulo


Em foto de 1941, Neruda se recupera de suposto ataque da polícia na Cidade do México

Em foto de 1941, Neruda se recupera de suposto ataque da polícia na Cidade do México

O ex-motorista do poeta chileno Pablo Neruda reiterou, em depoimento à Justiça do Chile que o escritor "foi assassinado por agentes da ditadura de Augusto Pinochet". Manuel Araya Osorio testemunhou na manhã desta quarta-feira (16), segundo informações do jornal mexicano "LaJornada".
As investigações sobre a morte de Neruda são comandadas pelo juiz Manuel Chariot, que interrogou por duas horas o ex-funcionário do poeta, que atualmente trabalha como taxista no porto de Santo Antonio, Chile.
Quase 40 anos após da morte do Nobel de Literatura, a Justiça chilena colheu as acusações feitas pelo PC chileno - partido no qual o poeta militava – e decidiu investigar a denúncia do ex-motorista. Segundo Osório, o poeta teria sido envenenado enquanto estava internado na Clínica Santa Maria, em Santiago.

A tese de assassinato contraria a versão oficial sobre a morte, segundo a qual o poeta morreu em decorrência de um câncer de próstata, em setembro de 1973, 12 dias depois do golpe de Estado que levou ao poder o general Augusto Pinochet. Neruda era amigo de Salvador Allende, deposto pelo golpe.

A Justiça poderá pedir a exumação do corpo de Neruda, enterrado em sua casa, em Isla Negra, costa central do Chile, para tentar esclarecer se uma injeção provocou sua morte ou se o agravamento do câncer o matou, conforme a versão oficial.

Osorio, no entanto, acredita que "não há nenhuma necessidade" exumar os restos do poeta, apesar de ressaltar que esta decisão cabe ao juiz Chariot.

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