DCM, 17/06/2014
Música, comida e casamento: Brasil é ‘moda’ no Japão
O texto abaixo foi publicado na bbc.
Os japoneses Fuki, 28, e Yuuichi Sahara, 36, trocaram recentemente
alianças, num casamento que chamou a atenção dos convidados por causa do
tema: samba.
Uma bateria de escola de samba, baianas, mestre-sala e passistas animaram a festa, realizada em frente a um shopping center, em um espaço público da cidade de Hamamatsu (Shizuoka).
“Foi um dia muito feliz e cheio de lembranças memoráveis, bem ao estilo brasileiro”, diz Fuki à BBC Brasil. O casal é apaixonado pela música brasileira e, por morarem numa cidade com grande concentração de brasileiros, contam que acabaram assimilando muito da nossa cultura.
“Tenho muitos amigos brasileiros e sempre gostei de ouvi-los contar sobre a cultura e a vida no Brasil”, diz a jovem, que sonha conhecer o país um dia.
Mas a euforia em torno do Brasil vai muito além de tema de casamento. Impulsionado pela Copa do Mundo, o país pode ser visto em produtos, eventos, comidas, programas especiais na tevê e até publicações especiais sobre o país.
“Com certeza houve um aumento repentino de programas de TV que veiculam matérias sobre o Brasil, assim como aumento de produtos relacionados ao país”, confirma o jornalista Massato Asso, que já publicou livros e catálogos sobre o Brasil e atualmente pesquisa a cultura regional de cada estado brasileiro.
“O que acho interessante é que, em vez do futebol, o foco tem sido mesmo a culinária”, aponta o japonês, que tenta acompanhar a intensa programação de eventos relacionados ao Brasil.
Entre as recentes atividades com tema brasileiro, Asso destaca a sessão de autógrafos com o cartunista Mauricio de Sousa organizada pela loja de departamentos Isetan e o workshop de livros infantis no Museu Chihiro, que levou como convidado o ilustrador Roger Mello, ganhador do prêmio Andersen.
Ainda, nos Centros Culturais de Koto-ku (Tóquio) e de Kamakura (província de Kanagawa) foram ministradas palestras para mostrar a diversidade das cinco regiões brasileiras e também sobre a História do Brasil.
Os brasileiros que vivem no Japão também estão se contagiando com o boom verde-amarelo que tomou o país.
Quando duas redes famosas de restaurantes familiares anunciaram churrasco e feijoada no menu e uma rede de lanchonetes criou um lanche especial com tema da Copa, muitos brasileiros começaram a postar opiniões sobre o sabor na redes sociais.
“A comida é adaptada ao gosto do japonês, meio adocicado e sem o nosso tempero. Mas o mais impressionante é a quantidade de restaurantes locais, supermercados e até lojas de conveniência vendendo produtos com a marca Brasil, como guaraná e açaí”, diz a jornalista Hilda Handa, 47, que usa seu perfil no Facebook para descrever os produtos e comidas que vai experimentando.
Hilda lembra também que, na Copa de 2010, na África do Sul, não houve esse apelo comercial todo. “Para mim, isso tudo é fantástico”, comemora.
Osny Arashiro também se diz impressionado. Ele foi um dos convidados do casamento em ritmo de samba. “A noiva é mestre de bateria da Escola Alegria Independente de Hamamatsu e comandou a festa do próprio casamento, com apito e baqueta, por isso foi inusitado”, conta.
Ele lembra que, no passado, houve muita briga por causa das diferenças culturais entre os dois países.
“Mas tudo evolui. Hoje Hamamatsu não é mais como há dez, 15 anos, estamos melhor integrados, nossa cultura está mais divulgada”, diz o brasileiro. “Quem não procura aprender outras culturas, não vive em um mundo globalizado.”
A mídia também tem destacado o Brasil quase que diariamente. Programas de tevê, documentários, livros, revistas e especiais em jornais, o país nunca ganhou tantos holofotes da imprensa japonesa.
Casamento de Fuki e Yuuichi foi embalado pela bateria da Escola Alegria Independente de Hamamatsu
Uma bateria de escola de samba, baianas, mestre-sala e passistas animaram a festa, realizada em frente a um shopping center, em um espaço público da cidade de Hamamatsu (Shizuoka).
“Foi um dia muito feliz e cheio de lembranças memoráveis, bem ao estilo brasileiro”, diz Fuki à BBC Brasil. O casal é apaixonado pela música brasileira e, por morarem numa cidade com grande concentração de brasileiros, contam que acabaram assimilando muito da nossa cultura.
“Tenho muitos amigos brasileiros e sempre gostei de ouvi-los contar sobre a cultura e a vida no Brasil”, diz a jovem, que sonha conhecer o país um dia.
Mas a euforia em torno do Brasil vai muito além de tema de casamento. Impulsionado pela Copa do Mundo, o país pode ser visto em produtos, eventos, comidas, programas especiais na tevê e até publicações especiais sobre o país.
“Com certeza houve um aumento repentino de programas de TV que veiculam matérias sobre o Brasil, assim como aumento de produtos relacionados ao país”, confirma o jornalista Massato Asso, que já publicou livros e catálogos sobre o Brasil e atualmente pesquisa a cultura regional de cada estado brasileiro.
“O que acho interessante é que, em vez do futebol, o foco tem sido mesmo a culinária”, aponta o japonês, que tenta acompanhar a intensa programação de eventos relacionados ao Brasil.
Entre as recentes atividades com tema brasileiro, Asso destaca a sessão de autógrafos com o cartunista Mauricio de Sousa organizada pela loja de departamentos Isetan e o workshop de livros infantis no Museu Chihiro, que levou como convidado o ilustrador Roger Mello, ganhador do prêmio Andersen.
Ainda, nos Centros Culturais de Koto-ku (Tóquio) e de Kamakura (província de Kanagawa) foram ministradas palestras para mostrar a diversidade das cinco regiões brasileiras e também sobre a História do Brasil.
Os brasileiros que vivem no Japão também estão se contagiando com o boom verde-amarelo que tomou o país.
Quando duas redes famosas de restaurantes familiares anunciaram churrasco e feijoada no menu e uma rede de lanchonetes criou um lanche especial com tema da Copa, muitos brasileiros começaram a postar opiniões sobre o sabor na redes sociais.
“A comida é adaptada ao gosto do japonês, meio adocicado e sem o nosso tempero. Mas o mais impressionante é a quantidade de restaurantes locais, supermercados e até lojas de conveniência vendendo produtos com a marca Brasil, como guaraná e açaí”, diz a jornalista Hilda Handa, 47, que usa seu perfil no Facebook para descrever os produtos e comidas que vai experimentando.
Hilda lembra também que, na Copa de 2010, na África do Sul, não houve esse apelo comercial todo. “Para mim, isso tudo é fantástico”, comemora.
Osny Arashiro também se diz impressionado. Ele foi um dos convidados do casamento em ritmo de samba. “A noiva é mestre de bateria da Escola Alegria Independente de Hamamatsu e comandou a festa do próprio casamento, com apito e baqueta, por isso foi inusitado”, conta.
Ele lembra que, no passado, houve muita briga por causa das diferenças culturais entre os dois países.
“Mas tudo evolui. Hoje Hamamatsu não é mais como há dez, 15 anos, estamos melhor integrados, nossa cultura está mais divulgada”, diz o brasileiro. “Quem não procura aprender outras culturas, não vive em um mundo globalizado.”
A mídia também tem destacado o Brasil quase que diariamente. Programas de tevê, documentários, livros, revistas e especiais em jornais, o país nunca ganhou tantos holofotes da imprensa japonesa.
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