Tijolaço, 16/03/2014
E agora, Obama? Criméia Russa, 93 x Ucrânia, 7. E é ilegal?
Por Fernando Brito
O resultado da pesquisa de boca de urna do referendo que decidiu sobre a união da Criméia à Rússia representa uma derrota histórica para o Governo norte-americano.
Os 93% de aprovação, mesmo que sejam um pouco menos no resultado da apuração, revela que não foi apenas a maioria de 60% dos habitantes de origem russa que votou pelo fim da associação do país à Ucrânia, depois da ascensão do governo filo-nazista que assumiu o governo de Kiev com o apoio do Ocidente.
Também muitos cidadãos de origem ucraniana e tártara decidiram assim, por se sentirem historicamente ligados a Moscou.
Diante deste resultado, como dizer que é ilegal a manifestação do povo da Crimeia?
O comparecimento às urnas foi, segundo as informações disponíveis, de mais de 80 por cento.
Como sustentar que é liberdade e democracia ficar contra a manifestação de 9 entre dez cidadãos de uma comunidade que nem sequer é, historicamente, parte da Ucrânia?
Putin sai vitorioso e Obama, derrotado.
Pior: o resultado vai colocar o próprio território ucraniano em grave instabilidade, pois, como você vê no mapa ao lado, na maioria de seu território a língua mais falada é o russo, sendo que no Sul e no Leste esta proporção supera os 80%.
Ou teremos a democracia retraduzida como “o governo da minoria”?
PS. Depois de escrever o post, leio que o resultado do referendo, indicam as primeiras parciais, foi de 95,5%. Acachampante. E também uma lição sobre a desinformação em que a mídia nos manteve, apresentando uma Crimeia dividida.
"Referendo da Crimeia corrigiu um erro histórico", diz Gorbachev
O último presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, apoiou nesta segunda-feira (17) o referendo realizado na Crimeia, onde a maioria arrasadora da população se manifestou a favor da união com a Rússia, porque, na sua opinião, corrigiu um erro histórico.
"Se antes a Crimeia foi incorporada à Ucrânia conforme às leis soviéticas, ou seja, segundo as leis do Partido (Comunista da URSS), sem perguntar ao povo, desta vez o povo corrigiu aquele erro", disse Gorbachev à agência "Interfax".
O último presidente acrescentou que "é preciso cumprir a vontade do povo e não introduzir sanções", em referência às pressões que os países do Ocidente pretendem exercer sobre Moscou e ao não reconhecimento da legitimidade da consulta popular na rebelde república autônoma ucraniana.
A estratégica península banhada pelo Mar Negro foi cedida à Ucrânia em 1954 pelo então líder soviético, Nikita Kruschev, quando tanto a Rússia como a Ucrânia faziam parte da URSS.
"Se antes a Crimeia foi incorporada à Ucrânia conforme às leis soviéticas, ou seja, segundo as leis do Partido (Comunista da URSS), sem perguntar ao povo, desta vez o povo corrigiu aquele erro", disse Gorbachev à agência "Interfax".
O último presidente acrescentou que "é preciso cumprir a vontade do povo e não introduzir sanções", em referência às pressões que os países do Ocidente pretendem exercer sobre Moscou e ao não reconhecimento da legitimidade da consulta popular na rebelde república autônoma ucraniana.
A estratégica península banhada pelo Mar Negro foi cedida à Ucrânia em 1954 pelo então líder soviético, Nikita Kruschev, quando tanto a Rússia como a Ucrânia faziam parte da URSS.
"Para impor sanções deve haver fundamentos sérios, muito sérios. E estas devem ser respaldadas pela ONU", asseverou.
Para o pai da "perestroika", "a vontade do povo da Crimeia e sua incorporação no seio da Federação Russa como entidade não é esse fundamento".
O parlamento da Crimeia aprovou hoje uma resolução pela qual se declarou independente da Ucrânia e pediu oficialmente a anexação da península à Rússia.
A declaração de independência chegou depois que 96,77% da população que participou do referendo deste domingo se pronunciou a favor da reunificação com a Rússia.
Para o pai da "perestroika", "a vontade do povo da Crimeia e sua incorporação no seio da Federação Russa como entidade não é esse fundamento".
O parlamento da Crimeia aprovou hoje uma resolução pela qual se declarou independente da Ucrânia e pediu oficialmente a anexação da península à Rússia.
A declaração de independência chegou depois que 96,77% da população que participou do referendo deste domingo se pronunciou a favor da reunificação com a Rússia.
Sanções dos EUA contra Rússia são as maiores desde o fim da Guerra Fria
Em coordenação com a Europa, os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (17) um pacote de sanções contra altos funcionários do governo russo, após referendo aprovar a união da região ucraniana da Crimeia com a Rússia.
"Essas são, de longe, as mais abrangentes sanções aplicadas à Rússia desde o fim da Guerra Fria", disse uma fonte da Casa Branca a repórteres.
A ordem, assinada pelo presidente Barack Obama, prevê o congelamento de bens e o veto a vistos para autoridades russas consideradas responsáveis pela "captura" da Crimeia ou por interferência na soberania da Ucrânia.
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