Blog do Santayana, 11/02/2014
RAMONA E O DEM
Por Mauro Santayana
(JB) - A médica Ramona Matos Rodriguez, cubana contratada por uma organização ligada a seu governo, para prestar serviços no Brasil no programa Mais Médicos no município paraense de Pacajá, “fugiu” de seu posto e “refugiou-se” no gabinete da liderança do DEM, na Câmara dos Deputados.
A cubana alegou que tomou a decisão de procurar o DEM, ao sentir-se traída por “descobrir” que no Brasil profissionais de outras nacionalidades estavam recebendo 10 mil reais por mês enquanto, para os cubanos, o salário seria de mil dólares, 400 pagos no Brasil e 600 depositados em Cuba.
É difícil acreditar que Ramona tenha sido particularmente escolhida pelo governo de Havana, para ser “enganada”, entre centenas de médicos cubanos que estão trabalhando no Brasil. Assim como é perfeitamente compreensível que, vinda de um país socialista, no qual teve acesso, durante toda a sua formação, a educação fornecida pelo Estado, do berço à universidade, Ramona seja chamada a devolver ao povo cubano a parte maior do que recebe para que esse dinheiro seja aplicado na educação, saúde e melhora da condição de vida de outros cubanos, que vivem em uma nação que sofre, há décadas, os efeitos do boicote econômico norte-americano. E na qual, apesar disso - ao contrário do Brasil - não se encontra uma criança sem alimento ou dormindo na rua.
Se no Brasil houvesse esse tipo de mentalidade, ou uma espécie de serviço social obrigatório, que permitisse que jovens formandos, especialmente aqueles que estudaram em escolas e universidades públicas, devolvessem um pouco do que a sociedade brasileira lhes possibilitou, atendendo pessoas e comunidades carentes, quem sabe não teríamos casos de médicos pedindo para serem acordados no final de seu plantão em hospitais públicos, ou fazendo uso de falsas impressões digitais de silicone, para simular presença em postos de saúde.
O Conselho Federal de Medicina pode estar dando um tiro no pé ao apoiar o caso Ramona.
Ao dizer que gostaria de fazer o Revalida e ficar no Brasil, e, ao mesmo tempo, pedir um visto para os Estados Unidos, Ramona Sanchez mostra claramente qual é seu objetivo.
A intenção, longe de qualquer altruísmo político, é trocar os desafios e dificuldades da pequena Pacajá, no interior do Pará, pelas praias e a badalação da comunidade anticastrista de Miami, onde será incensada e receberá as benesses daqueles que a maioria de seus compatriotas chamam, pejorativamente, de “gusanos”.
Longe de inviabilizar ou prejudicar o Programa Mais Médicos, o Conselho Federal de Medicina e outras organizações médicas nacionais podem estar dando um tiro no pé ao apoiar e transformar em uma bandeira o caso Ramona.
Ao tomar essa atitude, o CFM pode estar incentivando dezenas, centenas de médicos cubanos a copiarem Ramona fazendo com que passem a concorrer, com residência e Revalida, com médicos brasileiros, não apenas no interior mas também nos grandes centros.
Afinal, o DEM já deixou claro — em aberta convocação — que suas portas estão abertas para qualquer médico cubano que queira “desertar”.
A sorte do Conselho Federal de Medicina e dos “democratas” é que, dos 5.378 médicos cubanos que estão no Brasil, só dois, ou 0,038 %, tiveram, até agora, a cara de pau e a falta de caráter de tomar essa atitude.
Apareceu a verdade: a Dra. Ramona montou uma farsa para encontrar namorado em Miami
6 de fevereiro de 2014 | 07:53 Autor: Fernando Brito
A Dra. Ramona Matos Rodrigues tem o direito de querer viver com o namorado em Miami.
Isso é um problema dela com as autoridades de seu país e não nos cabe, a brasileiros, darmos palpite sobre as regras cubanas de emigração, que, atualmente, só restringem a saída de médicos, cientistas e militares. Os Estados Unidos restringem a entrada em seu país e que, volta e meia, vemos cenas dantescas de dezenas de “chicanos” mortos ocultos em vagões de trem para tentar entrar no “eldorado” americano e ninguém diz que, com isso, ferem a liberdade de ir e vir.
Mas a Dra. Ramona não tem o direito de ilaquear a boa-fé do povo brasileiro montando uma história farsesca sobre as razões de sua tentativa de fuga para Miami.
A Folha, hoje, revela o suficiente da história para que compreendamos que, como disse Janio de Freitas, esta história “vá dar rumba”.
A Dra. Ramona se aproveitou da simpatia que lhe teve uma senhora, prestadora de serviços ao “Mais Médicos” para encontrar acolhida em Brasília. Dizia sentir-se só e foi recebida por ela em sua casa, num rasgo de solidariedade.
Depois de um final de semana, como planejado, foi à embaixada americana pedir para ser “abduzida” àquele país, para surpresa da amiga que, então, disse que para isso sua casa não era abrigo.
Então a Dra. Ramona montou sua pequena farsa, com a ajuda providencial do deputado Caiado, que critica a “escravidão médica” de Cuba, mas é contra a abolição da escravatura “de peão” proposta na PEC do trabalho escravo.
Aí veio a cantilena sobre o “fui enganada”, etc, etc, etc…
A Dra. Ramona usou o congresso e a imprensa brasileira como palco e platéia de seu “teatro”, sem nenhum pudor.
E os usou porque sabe que, neste país, existe um sistema de comunicação que a transformaria em “heroína” quando é apenas uma pessoa que mente por seus interesses, em lugar de proclamar e lutar por seus direitos abertamente.
O que, no Brasil, ninguém duvida, poderia ter feito.
Mas a Dra. Ramona foi contratada por nosso país para atender doentes, não para se portar como uma transtornada – que seja, concedamos a generosa possibilidade – por um amor na Flórida que a leve a mentir na sede do parlamento, diante de toda a imprensa.
Porque, para esta fila de “vistos” americanos, tem muito brasileiro na frente dela, que sequer vai receber os gordos subsídios que o Governo americano dá aos médicos cubanos dispostos a expatriar-se.
Ao contrário, se pagassem metade do que paga o Mais Médicos, muitos médicos brasileiros estariam nessa fila, porque Miami, para eles, é lugar de gente.
Pacajás, no Pará, não.
Aliás, nada impediria o namorado da Dra. Ramona, se é tão grande este amor, vir para cá.
Talvez o que o impeça seja, apenas, Miami.
Mas isso é um problema privado do casal.
E esse é o pecado imperdoável da Dra. Ramona: transformar os seus quereres pessoais em um caso político em país alheio.
PS. Desde ontem, no início da tarde, havia essa informação. Como não havia confirmação, não publicamos. Correr o risco da mentira era agir sem dignidade. Coisa que a Dra. Ramona não fez com a opinião pública brasileira.
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