quarta-feira, 2 de abril de 2014

Uma elite que não se emenda

Conversa Afiada, 02/04/2014

   

Aécio bomba no Glamurama !





Armínio Naufraga, o candidato e o produtor de vácuo:
os que votam com o estômago vão adorar ver essa foto
(Foto: Paulo Freitas)

Como se sabe, João Dória é um legítimo representante do moderno empreendedorismo paulista: ele produz vácuo.
Ele promove encontros.

Seminários pontualísssimos – é a sua marca registrada.

Networking.

Tudo com glamour, claro !

É o que demonstra essa publicação especializada:


Olho vivo: João Doria Jr. recebe cúpula do PSDB em jantar em São Paulo

Como disse o Cesar Maia, enquanto o Aécio acreditar no Príncipe da Privataria – e que sucesso nos convescotes do João Dória dá voto … – a Dilma pode ficar tranquila.

Sobre esse notável evento das colonas sociais – o Brasil é o único lugar do mundo em que jornal ainda tem colona social, com exceção do The Evening Standard, editado em Jekaland, Texas, o Fernando Brito escreveu peça exemplar:

(Sobre a observação de André Esteves a respeito dos “: que votam com o estômago”, cabe observar que há os que votam com o bolso -  com o bolso alheio, o do contribuinte.)

O “novo” Aécio é a volta do Brasil de sempre. O da senzala social



A “coluna social” de Monica Bérgamo, na Ilustrada da Folha de hoje é um retrato sem retoques do que representa Aécio Neves.

Representa Fernando Henrique Cardoso, nada mais, nada menos.

Leia.

É uma visão dantesca do Brasil que, tomara, tenha ficado sempre para trás.

O Brasil governado para o capital.

Não para o povo.

Não para “os que votam como o estômago”, como diz o banqueiro André Esteves.

Esta gente que tem o estranho desejo de comer todo dia, desatenta ao fato de que sempre foi preciso que passasse fome para que os salões do nosso capitalismo brilhassem.

“Esgotou (-se) a capacidade de crescer pelo consumo (da população).”

É como se dissessem: “chega, você já tiveram o que merecem, acabou o recreio, voltem para a senzala social”.

Sonham com a “reconquista” do Brasil, porque não querem o povo brasileiro como parceiro de seu sucesso, mas como uma massa de servos de seus empreendimentos.

Uma elite que não se emenda, que nem mesmo tendo visto do que este país é capaz quando é um só, não aceita os pobres, os negros, os mestiços, o povão senão ali, nas caras telas de Di Cavalcanti penduradas na parede da mansão.

Eles são lindos assim: imóveis, passivos, decorativos.

“Estou preparado para as decisões necessárias, por mais que sejam impopulares”, garante Neves, e um empresário traduz: aumentar as tarifas públicas.

Não o dirá aos que votam com o estômago, mas que importa? Pois se podem deixados sem comer, o que é deixá-los sem saber? Eles não estão aqui, senão nos servindo canapés e não entendem o que se diz.

Não vão saber, como não saberão que será vendido o que sobrou do período Fernando Henrique e o petróleo que depois dele se encontrou.

Os negros, os mulatos, os pobres dos quadros de Di Cavalcanti tudo ouvem, porém, nas paredes da mansão.

Fugiriam das telas, se pudessem, para dizer aos seus iguais, de carne e osso o que dizem os “sinhôs”.

Não podem, mas nós podemos.

O que se vai enfrentar nas eleições não é uma decisão sobre o futuro.

É um fantasma do passado.

Clique aqui e leia a coluna (*) de Monica Bérgamo.

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