domingo, 5 de fevereiro de 2012

Haiti, há quem te ajuda e há quem te USA

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=174542&id_secao=7

5 de Fevereiro de 2012

A verdade mais escondida no Haiti

 

Por Amelia Duarte de la Rosa




Intitulada “Haiti: há quem te ajuda e há quem te USA", Arnau colocou em seu blog Ciudad Futura e na rede social Twitter a ilustração que exterioriza o que os jornalistas Emily J. Kirk y John M. Kirk chamaram, em um artigo, um dos segredos mais bem guardados do mundo: a cooperação médica cubana no Haiti.

Os meios de informação internacionais ignoraram durante anos os esforços e a solidariedade de nosso país. Por outro lado, souberam dar cobertura, insuflar e tergiversar acontecimentos para satanizar a Ilha. A presença durante 13 anos da colaboração médica no Haiti é um desses esforços vítimas do silenciamento e da censura midiática arbitrária e premeditada.

Justamente depois do terremoto, quando a tragédia do Haiti era manchete em todos os jornais, vários governos e organizações não governamentais aproveitaram a circunstância para mostrar-se caridosos e acumular pontos no protagonismo humanitário. Contudo, embora em janeiro de 2010 trabalhassem nessa terra 744 médicos cubanos - produto da colaboração iniciada em 1998 quando o furacão George arrasou o país -, os meios de comunicação apresentavam a ajuda estadunidense na primeira linha de resposta.

Emily J. Kirk y John M. Kirk referem em sua reportagem publicada em 2010 que: “A cobertura informativa da cooperação médica cubana depois do devastador terremoto do Haiti foi certamente escassa. Enquanto a Fox News cantava loas à ajuda estadunidense em uma reportagem intitulada “EUA encabeça a resposta global ao terremoto do Haiti”, a CNN também retransmitia centenas de notícias e, de fato, uma delas girava em torno de um médico cubano ao qual, entretanto, qualificava como um médico espanhol”.

Mais adiante manifestam que em março de 2010 “o portal de internet da CNN, por exemplo, continha 601 notícias acerca do terremoto do Haiti, das quais somente 18 aludiam (superficialmente) à ajuda cubana. De maneira similar, entre o New York Times e o Washington Post contavam-se 750 notícias sobre o terremoto e nem ao menos um detalhe sobre nenhuma ajuda cubana. Contudo, a função desempenhada pelos médicos cubanos foi na realidade extraordinariamente importante”.

Outro artigo publicado em Cubainformación, escrito por José Manzaneda, explica que “os cooperantes da brigada médica cubana no Haiti foram a mais importante assistência sanitária ao povo haitiano durante as primeiras 72 horas depois do recente terremoto. Esta informação foi censurada pelos grandes meios de comunicação. O jornal El País, em 15 de janeiro, publicava um infográfico sobre a ajuda financeira e equipamentos de assistência, na qual Cuba nem sequer aparecia entre os 23 países que deram colaboração. A rede estadunidense Fox News chegava a afirmar que Cuba é dos poucos países vizinhos do Caribe que não prestaram ajuda.

Inclusive, Steve Clemons, que dirige um dos principais programas da New America Foundation, e editor do blog político The Washington Note escreveu, poucos dias depois do terremoto, um artigo onde expunha que: “Cuba se converteu em um provedor nato de ajuda em situações de catástrofes, com programas de assistência médica relacionada com todo o mundo”. O especialista também recomendou que os EUA deveriam reconhecer a ajuda de Cuba ao Haiti e tirar a Ilha da lista de países terroristas.

Apesar disso, uma rápida busca na internet sobre a ajuda de Cuba no Haiti durante o terremoto e a epidemia do cólera não produzem resultados de noticias procedentes de grandes agências de imprensa ou de corporações midiáticas. Nem sequer aparece quando, em abril de 2011, o ex-presidente norte-americano William Clinton, enviado especial da ONU para o Haiti, admitiu a importância da colaboração cubana no empobrecido país. Tampouco a busca assinala que há mais de um ano não morre de cólera nenhum haitiano atendido por médicos cubanos.

Entretanto, ainda que os meios de comunicação omitam a ajuda de Cuba, o governo haitiano não fez isso. Em sua mais recente visita a nosso país, o presidente Michel Martelly agradeceu a colaboração cubana - uma das poucas que ainda permanece e continuará no Haiti, apesar de qualquer intento de manipulá-la ou desconhecê-la.

Fonte: Granma

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