E, com certeza, isto não será ainda o suficiente para que aqueles que acreditam no mito da livre iniciativa, o “deus” mercado, ser o máximo representante da eficiência.
Haja alienação!
OGX falida e Petrobras passando por sérias dificuldades. Resultado: o Brasil está perdendo o mega-campo de Libra para as transnacionais. Há uma causa em comum no problema das duas empresas: propaganda não cria competência. O destaque em amarelo na entrevista de Ildo Sauer é meu.
No auge de sua ascensão, nenhuma das empresas do grupo EBX causou mais agitação do que a OGX. Para criá-la, Eike montou um grupo de altos executivos vindos da Petrobras, que os investidores acreditavam ser ideais para selecionar os melhores campos de petróleo. Agora o dono do grupo EBX diz que esses executivos eram bons em encontrar petróleo, não produzi-lo. E que eles não conheciam a geologia com a qual a OGX lidava. Pior, afirma, eles lhe entregavam relatórios brilhantes para convencê-lo a pagar gordos bônus. "A motivação não era necessariamente me apresentar a verdade", disse. Vários ex-executivos da OGX não quiseram comentar.http://economia.estad ao.com.br/noticias/negocios- geral,falta-de-sorte-e- executivos-trouxeram-colapso- diz-eike,164757,0.htm
Alguns o classificam como megalomaníaco --o que ele admite na autobiografia "O X da questão": "Um pouco de megalomania e ousadia é recomendável". O estilo de gestão de Eike também pode ter comprometido o negócio. Ele costumava levar seus funcionários ao limite, pedindo audácia nos projetos. Quando recebia más notícias, dizia: "Vocês têm calças curtas". http://www1.folha.uol.com.br/f sp/mercado/118843-derrocada-de -um-midas.shtml
"A incompetência foi muito grande", diz ex-diretor da Petrobras sobre Eike
Marília Almeida - iG São Paulo | 07/10/2013
Flickr/ CPFL Cultural
Para Ildo Sauer, ex-diretor de energia e gás da Petrobras, o dinheiro já sumiu. "O gato levou"
"Não esperava que a incompetência fosse tão grande". Essa é a opinião do ex-diretor de energia e gás da Petrobras, Ildo Sauer, sobre a situação da petroleira controlada pelo empresário Eike Batista, a OGX, após anunciar um calote de sua dívida esta semana.
Hoje diretor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP), Sauer trabalhou na maior empresa de petróleo do País entre 2003 e 2007.
Sauer lembra que, em 2007, OGX e Petrobras disputaram de forma acirrada blocos de óleo, mesmo considerando que a petroleira de Eike tinha apenas "alguns meses" de existência. "A empresa já se sentiu habilitada", opina.
Criada em julho daquele ano, a OGX arrematou poucos meses depois, em novembro, 21 blocos na 9ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Para Sauer, há suspeitas de atos ilícitos. "A empresa pode ter tido acesso à informação privilegiada sobre modelo geológico e reservas potenciais nos blocos, já que muitos gestores da Petrobras foram recrutados progressivamente pela OGX", diz.
No momento em que a OGX começou a perfurar os poços para produzir óleo, não contava com dois problemas, na visão do engenheiro: petróleo pesado, muito viscoso, e um reservatório com matriz fechada, que dificultam a exploração. "A empresa deveria ter uma equipe específica para tecer estas considerações. Parece que não tinha, bem como a tecnologia necessária".
Para Sauer, o sucesso de Eike em festas e eventos criou expectativa, junto com a publicação sucessiva de comunicados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). "Aonde estavam os órgãos reguladores para fiscalizar estes anúncios?", questiona Sauer. "Me surpreende a incompetência de todos. A expectativa gerada especialmente no mercado de capitais deu a impressão de que tudo fosse um passeio".
Ele ressalta que a auditoria das reservas de óleo, realizada pela Degolyer Macnaughton, se limitavam à quantidade de óleo que poderia ser explorado. "Sabemos que tem muito nos blocos. Mas é difícil produzir, exige tecnologia especial para conseguir recuperar o óleo, retirá-lo".
Sauer lembra que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) declarou a comercialidade do campo. Segundo a própria ANP, declaração de comercialidade é unilateral da empresa. "Se for assim, não precisamos da ANP. Cada um declara o que quer", opina.
E agora?
Sauer decreta: a incompetência superou o otimismo e oportunismo. "Resta saber: quem é o maior responsável por este espetáculo todo? Foi uma aventura que abalou a confiança no sistema regulatório de petróleo e no mercado de capitais. É uma situação constrangedora, para dizer o mínimo, que deve passar por investigação do Senado, Ministério Público e até da polícia".
Na sua opinião, o "dinheiro já sumiu". "O gato levou. Foi distribuído no IPO (Oferta Pública Inicial de Ações) da empresa. Tenho conhecidos que apostaram tudo na OGX. O caso me lembra o do Banco Halles. Até a professorinha de Campinas (interior de São Paulo) investiu no seu fundo, e viu o dinheiro evaporar", conclui.
O Banco Halles, conta Sauer, era conhecido por sua propaganda intensa feita por agentes autônomos, com promessa de altos ganhos. Os preços de suas cotas aumentavam até que o banco foi à falência, levando a poupança de muitos aplicadores. "A lógica era a mesma das empresas de Eike Batista: especulativa. O produto de investimento era visto como miraculoso".
iG São Paulo | 02/10/2013
Internautas ironizam calote de Eike
O ex-bilionário Eike Batista, que nesta terça-feira (1º) deixou de pagar uma dívida de US$ 45 milhões de uma de suas empresas, a OGX, virou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Os internautas chamaram o empresário de caloteiro e lembraram que um dia Eike disse que seria o homem mais rico do mundo. Mas a maioria preferiu o bom humor ao comentar a notícia do calote. "Eike Batista saindo de casamento com 10 bem-casados no bolso do terno da Colombo ", tripudiou um internauta no Twitter.
Uma internauta publicou: "O Eike Batista não vai pagar uma dívida de 45 mi de dólares, e eu reclamando da paçoquita de 50 centavos". Outro completou: ""OGX de Eike diz que não pagará dívida milionária. E você reclamando que o tio da pamonha volto troco a menos."
Apesar da notícia de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) não está disposto a socorrer o empresa, muitos internautas se mostraram apreensivos quanto à possibilidade de o governo abrir o cofre. "Uma boa tarde pra você que vai ajudar a pagar esses US$ 45mi do calote que o Eike deu...", escreveu um internauta.
Reprodução
O que se falou sobre Eike Batista no Twitter no dia em que a OGX deu o calote
Houve quem se lembrasse dos tempos que Eike, ativo nas redes sociais, dava de presente iphones para alguns seguidores: "Pobre compra iPhone e fica se sentindo o Eike Batista".
Otimistas, internautas começaram a sonhar com a possibilidade de equiparação patrimonial com o ex-bilionário, como por exemplo, no seguinte comentário: "Se até o Eike Batista vai ficar com o nome sujo na praça e ai eu só digo algo pra ele: TAMU JUNTO MERMAO".
"Não tá fácil pra ninguém", lamentou um internauta. Outra, esperançosa, comentou: "Tava fazendo uns cálculos pra ver se falta muito pra eu ser rica igual ao Eike". Até os estagiários se sentiram reconfortados com a situação financeira do ex-bilionário: "Quem diria que o Eike ia dever mais que um estagiário". Em outro comentário, lia-se: "Eu tô que tô, eu tô na pista, eu tô ostentando mais do que o Eike Batista".
Eike e o crediário
Sem perder o humor, alguns internautas defenderam o tratamento igualitário entre Eike Batista e a turma do crediário. "U$ 45 milhões em calote e o Eike não vai para o Serasa? Por muito menos, a Casas Bahia detona o cara que não paga o carnê em dia!", lembrou o internauta.
E para os que não perdem o otimismo nem mesmo em um dia difícil, o recado certeiro do internauta : "Sorte do dia: você não é acionista de nenhuma empresa do Eike Batista".
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