Jornal do Brasil, 09/10/2013
Acionistas minoritários da OGX processam Eike
Amanda Rocha
Um grupo de acionistas minoritários da OGX decidiu entrar com ações contra a empresa, Eike Batista e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Eles acusam a política de divulgação da OGX, que anunciou informações otimistas sobre o campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos. Em julho deste ano, o bloco foi devolvido por não ser viável economicamente.
O declínio da empresa de Eike acontece há mais de um ano, com poços produzindo um montante de barris bem abaixo do prometido. No entanto, os desinvestimentos foram poucos, já que as promessas eram muitas. Os acionistas acreditavam ser apenas uma "fase ruim". A situação só ficou clara com o anúncio de desistência do campo de Tubarão Azul, mas, nessa altura, já era tarde. "Nós (os acionistas) nos reunimos com regularidade para analisar a situação da empresa e por algumas vezes constatamos que os resultados estavam bem abaixo do prometido, mas acreditamos ser uma falha técnica nos testes de engenharia, eles acontecem", explica Eduardo Mascarenhas, engenheiro e acionista minoritário da OGX. "Mas quando anunciaram a desistência do campo de Tubarão Azul, foi um absurdo. Como um poço que prometia ser um dos maiores do mundo passa a ser nulo? É grave demais", completa.
O economista Aurélio Valporto, outro acionista da empresa, sugere ainda indícios de fraude entre parte dos diretores da empresa de Eike e as comunicações ao mercado em prol do fomento da compra e venda de ações, já que, a cada notícia relevante, os títulos se valorizavam. "As informações faziam parecer que o investimento era muito seguro. Em uma entrevista, na época, a repórter perguntava ao Eike o que precisava ser feito para que os brasileiros enxergassem como as ações estavam baratas e promissoras. Hoje em dia, é mais claro perceber como tudo aquilo era combinado", diz Aurélio. Segundo ele, a Comissão de Valores Mobiliários, que é responsável por regular os mercados de bolsa, e a BM&FBovespa, Bolsa de Valores de São Paulo, também serão processados porque foram negligentes em relação à OGX, faltando rigor na inspeção das informações divulgadas pela empresa.
Em um vídeo (assista no final da matéria), Eike Batista chega a dizer que a OGX detinha um trilhão de dólares em valor de petróleo em águas rasas. "Ele nunca fez estimativas e prospecções, sempre falava como uma certeza incontestável. Todo mundo foi acreditando até chegar em um ponto em que não conseguíamos nem desinvestir. Quem ia querer comprar ações de uma empresa que caía 30%, 40% por dia?", conta Maurício Narras, programador e acionista da OGX.
A entrada no processo seria feita na próxima quinta-feira, dia 10, mas o grupo de investidores decidiu postergar o início porque, a cada dia, novas informações chegam e, segundo eles, é preciso ter o máximo de informações possíveis para obter êxito. Muitos, inclusive, ainda não pagaram o valor necessário aos advogados para dar entrada na ação judicial. "O número de acionistas é bem maior do que o número dos que se juntaram para o processo. Isso porque muitos têm medo de a justiça não ser feita", explica Aurélio Valporto.
O declínio da empresa de Eike acontece há mais de um ano, com poços produzindo um montante de barris bem abaixo do prometido. No entanto, os desinvestimentos foram poucos, já que as promessas eram muitas. Os acionistas acreditavam ser apenas uma "fase ruim". A situação só ficou clara com o anúncio de desistência do campo de Tubarão Azul, mas, nessa altura, já era tarde. "Nós (os acionistas) nos reunimos com regularidade para analisar a situação da empresa e por algumas vezes constatamos que os resultados estavam bem abaixo do prometido, mas acreditamos ser uma falha técnica nos testes de engenharia, eles acontecem", explica Eduardo Mascarenhas, engenheiro e acionista minoritário da OGX. "Mas quando anunciaram a desistência do campo de Tubarão Azul, foi um absurdo. Como um poço que prometia ser um dos maiores do mundo passa a ser nulo? É grave demais", completa.
O economista Aurélio Valporto, outro acionista da empresa, sugere ainda indícios de fraude entre parte dos diretores da empresa de Eike e as comunicações ao mercado em prol do fomento da compra e venda de ações, já que, a cada notícia relevante, os títulos se valorizavam. "As informações faziam parecer que o investimento era muito seguro. Em uma entrevista, na época, a repórter perguntava ao Eike o que precisava ser feito para que os brasileiros enxergassem como as ações estavam baratas e promissoras. Hoje em dia, é mais claro perceber como tudo aquilo era combinado", diz Aurélio. Segundo ele, a Comissão de Valores Mobiliários, que é responsável por regular os mercados de bolsa, e a BM&FBovespa, Bolsa de Valores de São Paulo, também serão processados porque foram negligentes em relação à OGX, faltando rigor na inspeção das informações divulgadas pela empresa.
Em um vídeo (assista no final da matéria), Eike Batista chega a dizer que a OGX detinha um trilhão de dólares em valor de petróleo em águas rasas. "Ele nunca fez estimativas e prospecções, sempre falava como uma certeza incontestável. Todo mundo foi acreditando até chegar em um ponto em que não conseguíamos nem desinvestir. Quem ia querer comprar ações de uma empresa que caía 30%, 40% por dia?", conta Maurício Narras, programador e acionista da OGX.
A entrada no processo seria feita na próxima quinta-feira, dia 10, mas o grupo de investidores decidiu postergar o início porque, a cada dia, novas informações chegam e, segundo eles, é preciso ter o máximo de informações possíveis para obter êxito. Muitos, inclusive, ainda não pagaram o valor necessário aos advogados para dar entrada na ação judicial. "O número de acionistas é bem maior do que o número dos que se juntaram para o processo. Isso porque muitos têm medo de a justiça não ser feita", explica Aurélio Valporto.
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