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Folha.com, 04/12/15
DO "NEW YORK TIMES"
Mais que um ataque por dia. É essa a frequência média em que ocorreram neste ano nos EUA ataques com tiros que deixaram quatro ou mais mortos ou feridos, conforme revelam compilações de incidentes feitas a partir de notícias veiculadas pela imprensa.
Incluindo a pior chacina do ano, que aconteceu nesta quarta-feira (2) em San Bernardino, Califórnia, ao todo 462 pessoas morreram e 1.314 ficaram feridas neste ano em ataques a tiros, muitos dos quais aconteceram nas ruas ou em locais públicos, indicam os bancos de dados.
Não é possível saber se o número de ataques desse tipo aumentou nos últimos anos, porque os bancos de dados começaram a ser compilados há apenas dois anos. E especialistas divergem quanto a se os ataques a tiros envolvendo quatro ou mais mortes estão ou não em ascensão.
Quatro ou mais mortos é o critério padrão usado por pesquisadores do Congresso e outros especialistas que estudam chacinas.
Mesmo assim, a onda de incidentes este ano intensificou a discussão sobre a acessibilidade de armas de fogo potentes. Os incidentes deste ano incluem o ataque da semana passada a uma clínica da organização Planned Parenthood no Colorado, que deixou três mortos, e uma chacina numa faculdade pública no Oregon que fez dez mortos em outubro, incluindo o atirador.
Dois bancos de dados que contabilizam ataques em massa a tiros – shootingtracker.com e gunviolencearchive.org – baseiam suas contagens em relatos na mídia e não são oficiais. Mesmo assim, dão uma indicação da natureza frequente e disseminada desses incidentes.
Desde janeiro houve pelo menos 354 casos desse tipo em 220 cidades de 47 Estados americanos, segundo a shootingtracker.com.
Em novembro, seis pessoas foram mortas, cinco das quais abatidas a tiros num camping no leste do Texas; 17 pessoas ficaram feridas em um tiroteio enquanto uma multidão assistia à filmagem de um vídeo musical em Nova Orleans, e quatro pessoas, incluindo bebês gêmeos de cinco meses, morreram em um incidente de violência doméstica em Jacksonville, Flórida.
Até agora na semana, cinco pessoas ficaram feridas em um ataque a tiros na manhã do domingo em Kankakee, Illinois, e outro ataque a tiros na quarta-feira, antes do ataque de San Bernardino, matou uma mulher e deixou três homens feridos em Savannah, Geórgia.
Ted Alcorn, diretor de pesquisas da organização sem fins lucrativos Everytown for Gun Safety, que defende o controle de armas, disse que os ataques com vítimas múltiplas são apenas uma pequena parte da violência armada cotidiana nos Estados Unidos.
"Temos 14 mortos na Califórnia, e essa é uma tragédia terrível", ele comentou. "Mas outras 88 pessoas morreram hoje nos EUA devido à violência com armas de fogo cometida nos Estados Unidos."
Ao estudar ataques que deixaram quatro ou mais mortos entre 2009 e meados de 2015, sua organização identificou alguns padrões. Segundo ela, em apenas 11% dos casos as autoridades médicas, escolares ou legais notaram sinais de doença mental anterior nos atiradores.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
A violência doméstica foi um fator importante: em 57% dos casos, as vítimas incluíram um parceiro íntimo atual ou anterior do atirador ou uma pessoa de sua família. Metade das vítimas foram mulheres.
Mais de dois terços dos incidentes ocorreu em residências particulares, e cerca de 28% aconteceu em locais públicos.
Mais de 60% dos atiradores não eram proibidos de portar armas devido a delitos criminais anteriores ou outras razões.
Mesmo assim, o estudo detectou probabilidade menor de ocorrerem chacinas em Estados que exigem a verificação dos antecedentes criminais de pessoas que compram armas de mão, comparadas às dos Estados que não o exigem. E constatou que pessoas que são proibidas por lei de portar armas de fogo têm chance ainda menor de envolver-se em ataques a tiros.
Num relatório recente, o Serviço Congressional de Pesquisas constatou um leve aumento nos ataques a tiros em que quatro ou mais vítimas morreram. O relatório encontrou uma média de 22,4 chacinas por ano entre 2009 e 2013, contra 20,2 por ano nos cinco anos anteriores.
Apenas dois dos 160 incidentes com atiradores ativos ocorridos entre 2000 e 2013 envolveram mais de um atirador, segundo relatório de 2014 divulgado pelo FBI. Apenas 25 dos atiradores conseguiram fugir sem serem detidos, mortos ou cometer suicídio.
Tradução de Clara Allain
Ataques a tiros já mataram mais de 400 pessoas nos EUA neste ano
DO "NEW YORK TIMES"
Mais que um ataque por dia. É essa a frequência média em que ocorreram neste ano nos EUA ataques com tiros que deixaram quatro ou mais mortos ou feridos, conforme revelam compilações de incidentes feitas a partir de notícias veiculadas pela imprensa.
Incluindo a pior chacina do ano, que aconteceu nesta quarta-feira (2) em San Bernardino, Califórnia, ao todo 462 pessoas morreram e 1.314 ficaram feridas neste ano em ataques a tiros, muitos dos quais aconteceram nas ruas ou em locais públicos, indicam os bancos de dados.
Não é possível saber se o número de ataques desse tipo aumentou nos últimos anos, porque os bancos de dados começaram a ser compilados há apenas dois anos. E especialistas divergem quanto a se os ataques a tiros envolvendo quatro ou mais mortes estão ou não em ascensão.
Quatro ou mais mortos é o critério padrão usado por pesquisadores do Congresso e outros especialistas que estudam chacinas.
Mesmo assim, a onda de incidentes este ano intensificou a discussão sobre a acessibilidade de armas de fogo potentes. Os incidentes deste ano incluem o ataque da semana passada a uma clínica da organização Planned Parenthood no Colorado, que deixou três mortos, e uma chacina numa faculdade pública no Oregon que fez dez mortos em outubro, incluindo o atirador.
Dois bancos de dados que contabilizam ataques em massa a tiros – shootingtracker.com e gunviolencearchive.org – baseiam suas contagens em relatos na mídia e não são oficiais. Mesmo assim, dão uma indicação da natureza frequente e disseminada desses incidentes.
Desde janeiro houve pelo menos 354 casos desse tipo em 220 cidades de 47 Estados americanos, segundo a shootingtracker.com.
Em novembro, seis pessoas foram mortas, cinco das quais abatidas a tiros num camping no leste do Texas; 17 pessoas ficaram feridas em um tiroteio enquanto uma multidão assistia à filmagem de um vídeo musical em Nova Orleans, e quatro pessoas, incluindo bebês gêmeos de cinco meses, morreram em um incidente de violência doméstica em Jacksonville, Flórida.
Até agora na semana, cinco pessoas ficaram feridas em um ataque a tiros na manhã do domingo em Kankakee, Illinois, e outro ataque a tiros na quarta-feira, antes do ataque de San Bernardino, matou uma mulher e deixou três homens feridos em Savannah, Geórgia.
Ted Alcorn, diretor de pesquisas da organização sem fins lucrativos Everytown for Gun Safety, que defende o controle de armas, disse que os ataques com vítimas múltiplas são apenas uma pequena parte da violência armada cotidiana nos Estados Unidos.
"Temos 14 mortos na Califórnia, e essa é uma tragédia terrível", ele comentou. "Mas outras 88 pessoas morreram hoje nos EUA devido à violência com armas de fogo cometida nos Estados Unidos."
Ao estudar ataques que deixaram quatro ou mais mortos entre 2009 e meados de 2015, sua organização identificou alguns padrões. Segundo ela, em apenas 11% dos casos as autoridades médicas, escolares ou legais notaram sinais de doença mental anterior nos atiradores.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
A violência doméstica foi um fator importante: em 57% dos casos, as vítimas incluíram um parceiro íntimo atual ou anterior do atirador ou uma pessoa de sua família. Metade das vítimas foram mulheres.
Mais de dois terços dos incidentes ocorreu em residências particulares, e cerca de 28% aconteceu em locais públicos.
Mais de 60% dos atiradores não eram proibidos de portar armas devido a delitos criminais anteriores ou outras razões.
Mesmo assim, o estudo detectou probabilidade menor de ocorrerem chacinas em Estados que exigem a verificação dos antecedentes criminais de pessoas que compram armas de mão, comparadas às dos Estados que não o exigem. E constatou que pessoas que são proibidas por lei de portar armas de fogo têm chance ainda menor de envolver-se em ataques a tiros.
Num relatório recente, o Serviço Congressional de Pesquisas constatou um leve aumento nos ataques a tiros em que quatro ou mais vítimas morreram. O relatório encontrou uma média de 22,4 chacinas por ano entre 2009 e 2013, contra 20,2 por ano nos cinco anos anteriores.
Apenas dois dos 160 incidentes com atiradores ativos ocorridos entre 2000 e 2013 envolveram mais de um atirador, segundo relatório de 2014 divulgado pelo FBI. Apenas 25 dos atiradores conseguiram fugir sem serem detidos, mortos ou cometer suicídio.
Tradução de Clara Allain
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