Montbläat 421
“Kassab, este pobre Jânio Quadros sem álcool”
“Kassab, este pobre Jânio Quadros sem álcool”
Por Rui Daher
A frase não é minha, mas do excelente colunista da Folha, Xico Sá. Gostaria que fosse. Define bem a feição política do alcaide da Pauliceia.
Mas faltam ao atual prefeito as novidades, surpresas e emoções com que o ex-presidente renunciante nos divertia ou desgraçava.
Abstêmio talvez, ou usuário de dosadores menores e menos frequentes, Kassab não mostra graça ao seguir o ideário conservador e higienista de Jânio.
Apresenta-se com ternos bem cortados, camisas de colarinho impecável e gravatas de bom gosto. A qualquer hora do dia, você terá a impressão de que ele acabou de sair do barbeiro. Ou cabeleireiro.
Empertiga-se para falar diante de microfones. Mentiras deslavadas são ditas com um pequeno revirar de seus olhos azuis. Embora ainda não tenha aprendido a silabar como fazem Geraldo Alckmin e José Serra, também é didático ao não responder o que lhe foi perguntado.
Nada, enfim, que nos faça lembrar cabelos em desalinho, caspas sobre o paletó, chapéus da antiga Companhia Municipal de Transportes Coletivos, e pés desajeitadamente trocados em instantâneos fotográficos.
Suas únicas tarefas atuais prendem-se à construção do partido que criou, o Partido Social Democrático (PSD), que reúne... bem, reúne quem quiser vir.
A cidade de São Paulo está um lixo, termo que indica a educação do colunista ao evitar escatologias.
Não há mais resquício do programa “Cidade Limpa”, que o ajudou a eleger-se. Qualquer chuvinha interrompe o funcionamento dos semáforos. Chuvões fazem alagar vários pontos da cidade. Relógios de rua indicam os mais díspares fusos horários e temperaturas, dando-nos a agradável sensação de, entre as avenidas São João e Paulista, termos viajado da Sibéria à Tailândia.
Digamos que essas são queixas de privilegiados, e que o prefeito está cuidando de prover habitação às classes menos favorecidas. Como?
Expulsando os ocupantes de imóveis abandonados, através de duvidosos expedientes judiciais, para abrigos insuficientes e moradias ainda não construídas.
Claro que em se tratando da coligação que administra o Estado com longevidade digna de um Ricardo Teixeira (CBF), a mídia paulista é até afável com o prefeito, fato que pode mudar agora que Kassab, ao oferecer a Lula terreno para construir um Memorial, tirou saboroso doce da boca dos tucanos.
Como torço muito pela recuperação rápida do ex-presidente e reconheço sua capacidade de indução, espero que no lançamento da pedra fundamental do Memorial, Kassab tome um pileque daqueles.
Embora tão nefasto quanto, quem sabe torne-se divertido como o foi Jânio Quadros.
A frase não é minha, mas do excelente colunista da Folha, Xico Sá. Gostaria que fosse. Define bem a feição política do alcaide da Pauliceia.
Mas faltam ao atual prefeito as novidades, surpresas e emoções com que o ex-presidente renunciante nos divertia ou desgraçava.
Abstêmio talvez, ou usuário de dosadores menores e menos frequentes, Kassab não mostra graça ao seguir o ideário conservador e higienista de Jânio.
Apresenta-se com ternos bem cortados, camisas de colarinho impecável e gravatas de bom gosto. A qualquer hora do dia, você terá a impressão de que ele acabou de sair do barbeiro. Ou cabeleireiro.
Empertiga-se para falar diante de microfones. Mentiras deslavadas são ditas com um pequeno revirar de seus olhos azuis. Embora ainda não tenha aprendido a silabar como fazem Geraldo Alckmin e José Serra, também é didático ao não responder o que lhe foi perguntado.
Nada, enfim, que nos faça lembrar cabelos em desalinho, caspas sobre o paletó, chapéus da antiga Companhia Municipal de Transportes Coletivos, e pés desajeitadamente trocados em instantâneos fotográficos.
Suas únicas tarefas atuais prendem-se à construção do partido que criou, o Partido Social Democrático (PSD), que reúne... bem, reúne quem quiser vir.
A cidade de São Paulo está um lixo, termo que indica a educação do colunista ao evitar escatologias.
Não há mais resquício do programa “Cidade Limpa”, que o ajudou a eleger-se. Qualquer chuvinha interrompe o funcionamento dos semáforos. Chuvões fazem alagar vários pontos da cidade. Relógios de rua indicam os mais díspares fusos horários e temperaturas, dando-nos a agradável sensação de, entre as avenidas São João e Paulista, termos viajado da Sibéria à Tailândia.
Digamos que essas são queixas de privilegiados, e que o prefeito está cuidando de prover habitação às classes menos favorecidas. Como?
Expulsando os ocupantes de imóveis abandonados, através de duvidosos expedientes judiciais, para abrigos insuficientes e moradias ainda não construídas.
Claro que em se tratando da coligação que administra o Estado com longevidade digna de um Ricardo Teixeira (CBF), a mídia paulista é até afável com o prefeito, fato que pode mudar agora que Kassab, ao oferecer a Lula terreno para construir um Memorial, tirou saboroso doce da boca dos tucanos.
Como torço muito pela recuperação rápida do ex-presidente e reconheço sua capacidade de indução, espero que no lançamento da pedra fundamental do Memorial, Kassab tome um pileque daqueles.
Embora tão nefasto quanto, quem sabe torne-se divertido como o foi Jânio Quadros.
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