domingo, 19 de fevereiro de 2012

Arriba, Espanha!


 
 
 
 
 
ARRIBA, ESPANHA!

Maré humana toma conta das ruas de Madrid, Barcelona e de dezenas de outras cidades espanholas neste domingo. Trabalhadores aderem em massa ao protesto convocado pelas centrais sindicais contra a reforma laboral do governo Rajoy.

Perto de completar dois meses de mandato, o PP tenta fazer todo o mal de uma vez e enfileira o arrocho contra os trabalhadores na sequência de um draconiano corte de gastos fiscais. A austeridade trouxe, por exemplo, um efeito desconcertante na esfera da saúde pública: de um lado, filas que só fazem crescer; de outro, alas inteiras de hospitais fechadas com leitos ociosos, por medida de economia. A revista 'Nature' denuncia, ainda, o "suicídio científico espanhol", fruto dos cortes de gastos que incentivam a debandada de pesquisadores para o exterior.
A reforma laboral que levou 500 mil às ruas de Madrid ,outros 400 mil em Barcelona, barateia a demissão e autoriza a redução unilateral de salários pelos patrões. A relevancia desse cabo de guerra extrapola as fronteiras do país. A economia espanhola é a pinguela frágil que interliga nações pobres e ricas no interior do quebra-cabeças do euro. Se o arrocho fracassar aí pela pressão das ruas, abre-se um avenida de bandeiras comuns para a unificação dos protestos na zona do euro, capaz de mudar a relação de forças e a agenda dominante nos pós- crise em todo o mundo.



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Quinta-Feira, 16 de Fevereiro de 2012
 
 

O ARDIL DA AUSTERIDADE

No que consiste a receita de austeridade que esmaga a Grécia, solapa a Itália, esfarela Portugal e Espanha entre  outros? Grosseiramente, trata-se de montar uma máquina  capaz de pagar  os juros aos credores. A meta é dar solvência a uma dívida contraída em regime de cumplicidade imprevidente - entre bancos e governos e entre bancos locais e estrangeiros -  prática essa  tida como exemplo das virtudes da livre ciculação de capitais , cantada em prosa e verso na farra especulativa  que antecedeu ao colapso  de 2008.
Como funciona a engrenagem desse colosso excretor de juros? De novo, em síntese rudimentar, trata-se de arrochar o consumo público e privado, ancorando a geração de caixa nas exportações. Daí a opressão laboral  e os cortes  de salário mínimo e aposentadorias exigidos pelos centuriões do euro, comandados pela generala Merkel , tendo na garupa seu  seu petit Napoleão, Sarkozy. Daí também o desmonte  da esfera pública, com a supressão de serviços essenciais, a demissão maciça de funcionários e a  contração  irrestrita de investimentos.
O ajuste europeu poderá gerar um colapso social até mais dramático que o produzido na crise da dívida externa vivida pelos países da América Latina, nos anos 80. Naquele caso, o recurso à desvalorização cambial como alavanca de impulso exportador, embora convergisse igualmente para a perda de poder aquisitivo dos  trabalhadores - e era esse o objetivo -  não impactava de forma direta e na mesma proporção o bolso de todos os assalariados. No caso europeu, a união em torno de uma moeda supranacional de valor interno fixo impede o ajuste  cambial caso a caso. É preciso ir diretamente ao bolso do cidadão confiscar poder aquisitivo. A tal ponto que em Portugal, o governo Pereira Passos tentou ressuscitar a mais valia absoluta, elevando em meia hora diária a carga de trabalho, sem remuneração.
É com base nesse torniquete que se pretende reerguer as sociedades afogadas na crise do euro, a partir de uma improvável e avassaladora explosão das  exportações em cada país. As metas  de receita  no comércio exterior são superlativas e fantasiosas, sobretudo por um detalhe: se o mundo está em crise e todos querem exportar, quem dará as ordens  de compras  necessárias à  redenção da engrenagem conservadora? A conta não fecha.
A sangria social  tende a assumir proporções hemorrágicas  de um empobrecimento sem paralelo. Uma especie de argentinização européia. Na crise produzida pelo governo Menen, a escolarizada e próspera sociedade argentina viu 50% de sua população deslizar para baixo da linha da pobreza. Então as ruas explodiram.
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Desemprego na Grã-Bretanha continua a subir


15/2/2012 13:01,  Por Redação, com BCC Brasil


Grã-Bretanha
O número de jovens sem trabalho avançou 22 mil, para 1,04 milhão, elevando a taxa de desemprego entre os que têm 16 e 24 anos para 22,2%

O número de desempregados na Grã-Bretanha aumentou 48.000 para 2,67 milhões no trimestre terminado em dezembro, de acordo com informações oficiais.
A taxa de desemprego no período foi de 8,4%, a maior em 16 anos, segundo o Escritório Nacional de Estatística.
O número de jovens sem trabalho avançou 22 mil, para 1,04 milhão, elevando a taxa de desemprego entre os que têm 16 e 24 anos para 22,2%.

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