UOL, 09/06/2011
Petrobras descobre 700 milhões de barris nos EUA
DO RIO
A Petrobras informou nesta quinta-feira que descobriu petróleo e gás nos Estados Unidos.
De acordo com a empresa, as reservas têm um volume recuperável de, pelo menos, 700 milhões de barris de óleo e gás e estão situadas em águas ultraprofundas do Golfo do México.
As áreas pertencem ao consórcio formado pela estatal brasileira, a americana Exxon e a italiana Eni, que engloba quatro blocos no conjunto denominado Keathley Canyon.
A Exxon, que tem 50% de participação em todos os blocos, é a operadora. A Petrobras tem a outra metade no bloco KC 918. Nos três restantes - KC 919, KC 963 e KC 964 - a companhia brasileira tem 25%, com os 25% restantes a cargo da Eni.
As descobertas foram feitas na área de Hadrian, situadas a 400 quilômetros de Nova Orleans. Estão numa profundidade de 2 quilômetros. As perfurações vão continuar na região para se biscar mais reservatórios, ainda de acordo com a Petrobras.
A estatal já tem tudo preparado para a entrada em produção de dos campos de Cascade e Chinook, também no Golfo do México, que terão produção significativa.
O acidente com uma sonda de perfuração da BP, na mesma região, que resultou no maior vazamento de petróleo da história, fez aumentar as exigências das autoridades locais e atrasou o processo.
Quinta-Feira, 09 de Junho de 2011
Uma agenda para os próximos 10 anos - O HORIZONTE QUE NOS PROTEGE
Desde que o governo Lula consolidou a soberania brasileira na exploração das reservas do pré-sal, os rentistas da dívida pública e a coalizão demotucana sabem que história brasileira iniciou a contagem regressiva de um novo ciclo. Dois gargalos que constrangem o desenvolvimento do país e o combate a sua desigualdade - as contas externas e o déficit público que torna a economia refém da armadilha dos juros, como se viu de novo nesta semana - ganham um notável contraponto emancipador. O Plano Decenal de Expansão de Energia 2020, divulgado agora, traz números que iluminam esse horizonte que nos protege e desafia. Um deles resume todos os demais: em 2020 a produção brasileira de petróleo atingirá seis milhões de barris/dia. Três vezes superior a atual. O excedente previsto em 2020 - que deverá ser exportado, preferencialmente com agregação de valor pelo refino - será superior a 3 milhões de barris/dia. Ao preço de US$ 100 o barril, um cálculo moderado, significa uma receita de exportações superior a US$ 100 bilhões por ano.
Ademais do gigantesco impulso industrializante que essa exploração vai desencadear, as receitas cambiais e fiscais inscritas nesses números permitirão ao Estado brasileiro: a) guarnecer-se de reservas soberanas efetivas, a salvo de fugas especulativas porque superiores aos ingressos de fluxos erráticos no país; b) formar um superávit fiscal e recomprar títulos da dívida pública hoje em mãos do mercado financeiro, libertando-se assim da dependência de se financiar junto aos rentistas que exploram essa subordinação impondo juros obscenos à sociedade.
Não estranha, portanto, o empenho com o qual o dispositivo midiático conservador tentou impedir a regulação soberana das reservas do pré-sal. O que a ortodoxia e seus interesses temem, com razão, é a dinâmica abolicionista embutida nesse processo. Não se deve estranhar, pelo mesmo motivo, o furor com o qual a oposição tentará abortar esse desfecho nos próximos anos. À medida em que o relógio anda e os investimentos da Petrobrás pavimentam esse futuro, a única chance que lhes resta é atalhar o percurso com uma cunha que derrote as bases políticas desse projeto, impedindo a sua continuidade em 2014 - ou antes, se o movimento social piscar e não construir uma agenda de longo curso para orientar essa travessia.
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