Faz-se dia
Por Ana Helena Tavares(*)
Faz-se dia por onde passaram os filisteus
Faz-se dia sob o manto do humanismo
daqueles pra quem só a paz interessa
Faz-se dia e a manhã já se apressa
Clareia-se o sol sobre os filhos teus
Óh, terra maltratada pelo imperialismo
Os generais de Israel - e da América fel - ainda reclamam
após tantos fungos danosos à humanidade
cravando de mortes a terra onde Cristo escolheu viver
impedindo o broto de chegar à mocidade
fazendo vidas valerem menos que poder
e tapando o sol com balas de canhão
Faz-se dia sobre um mundo de muitos ventos
Costura-se a esperança como um jogral
A diplomacia flana ao sabor da arte
De quem nasceu pra misturar raças e credos
Sim, lágrimas em Gaza ainda jorram
O mal continua aí, por toda a parte
Mas o reconhecimento que vem da América que é gente
Das mãos de um ex-operário desse meu Brasil
E que até à Argentina já se fez chegar
Faz do dia uma possibilidade menos vil
Faz da noite dama menos prepotente
Faz do futuro algo viável de sonhar.
*Ana Helena Tavares é jornalista, escritora e poeta eternamente aprendiz. Editora-chefe do blog "Quem tem medo do Lula?".
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O Brasil inciou um mui feliz processo: O reconhecimento do Estado da Palestina pelos países do Ocidente. Estou orgulhoso de meu Governo por ter tomado esta importantíssima atitude!
Somos TODOS, antes de tudo, irmãos! Que a paz chegue logo e definitivamente para os nossos irmãos palestinos e judeus!
O Globo OnLine, 06/12/2010 às 17h00m
Argentina repete Brasil e reconhece Estado palestino em fronteiras de 1967
Reuters
BUENOS AIRES - A Argentina repetiu posição tomada pelo Brasil na semana passada e reconheceu o Estado palestino dentro das fronteiras existentes antes da Guerra dos Seis Dias, em 1967, informou a chancelaria do país nesta segunda-feira.
O reconhecimento foi feito em uma carta pessoal da presidente argentina, Cristina Kirchner, ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, informou o chefe da diplomacia argentina, Héctor Timerman.
A medida atende a um pedido feito pelo presidente palestino durante visita a Buenos Aires no ano passado.
- O governo argentino compartilha com seus sócios do Mercosul, Brasil e Uruguai, que chegou o momento de reconhecer a Palestina como um Estado livre e independente - disse Timerman a jornalistas.
Em 1967, após a Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou a região oriental de Jerusalém, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza - territórios agora reconhecidos pelo governo argentino como parte do Estado palestino.
Palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado independente, mas Israel considera a cidade como sua capital eterna e indivisível.
"Valorizamos altamente a decisão argentina de reconhecer o Estado palestino com suas fronteiras de 4 de junho de 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital, porque esta atitude coloca em pé de igualdade as partes envolvidas no conflito", disse em nota o embaixador palestino na Argentina, Walid Muaqqat.
A chancelaria argentina disse que o reconhecimento é parte de sua postura tradicional de defender "o direito do povo palestino em constituir um Estado independente, assim como o direito do Estado de Israel de viver em paz junto aos seus vizinhos, dentro de fronteiras seguras e internacionalmente reconhecidas".
A Argentina indicou que seu reconhecimento se soma a mais de cem Estados e é reflexo do crescente consenso da comunidade internacional sobre o status da Palestina "assim como o interesse generalizado para que aconteçam avanços decisivos no processo de paz".
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Palestinos saúdam reconhecimento e dizem que Brasil é pioneiro
Plantão | Publicada em 06/12/2010 às 17h27m
BBC
Governo de Abbas saúda Brasil e Argentina por reconhecer Estado
O porta-voz do gabinete palestino, Ghassan Hatib, declarou nesta segunda-feira que os palestinos ficaram extremamente satisfeitos com a decisão da Argentina de seguir o exemplo do Brasil e reconhecer o Estado palestino com as fronteiras existentes em 1967.
O Brasil é, sem dúvida, o pioneiro nesse processo, dando um exemplo que já foi seguido pela Argentina e que esperamos também seja seguido por outros países da América Latina, disse o porta-voz palestino à BBC Brasil.
Na sexta feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta a seu colega da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, declarando que o Brasil reconhece o Estado Palestino nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, deflagrada em 1967, que incluem a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental.
O Brasil e a Argentina foram os primeiros países ocidentais a reconhecer o Estado Palestino, que já havia sido reconhecido por cerca de cem países da Ásia e da África.
O ministério das Relações Exteriores de Israel manifestou pesar e decepção com a decisão do presidente brasileiro e afirmou que o reconhecimento prejudica o processo de paz.
O Estado judeu considera ainda que o reconhecimento constitui uma violação do acordo interino firmado em 1995, que estabelecia que o status da Cisjordânia e da Faixa de Gaza será determinado em uma negociação entre as partes.
Hatib afirmou que o presidente Abbas ficou muito grato e otimista após a declaração de Lula e já previa que outros países iriam seguir o exemplo do Brasil.
Para Ghassan Hatib, o reconhecimento tem uma importância diplomática muito grande.
Se vários países da América Latina reconhecerem nosso Estado, haverá um impacto sobre toda a comunidade internacional, que poderá levar ao reconhecimento de um Estado Palestino independente, no próximo verão, pelo Conselho de Segurança da ONU, disse.
O porta-voz também mencionou efeitos concretos do reconhecimento, como a transformação das representações diplomáticas palestinas em embaixadas e uma maior facilidade para a assinatura de acordos bilaterais envolvendo os palestinos.
Para o porta-voz, o reconhecimento crescente do Estado palestino poderá contribuir para o avanço do processo de paz, pois, segundo ele constituirá uma pressão sobre Israel para voltar à mesa de negociações.
Estamos dispostos a retomar as negociações a qualquer momento, mas Israel optou por ampliar os assentamentos em vez de negociar, acrescentou.
Já a diretora do departamento de América Latina do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Dorit Shavit, disse à BBC Brasil que o reconhecimento do Estado Palestino prejudica o processo de paz, pois diminui a motivação dos palestinos para retomar as negociações.
Se eles (os palestinos) podem conseguir um Estado sem negociar, para que negociar?, questionou a diplomata israelense.
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